Natal do Rio deve ter vendas acima da média no país, projetam lojistas

Presentes. Depois de concluir que exagerou nas compras, Renata usou o carrinho de Kayky para apoiar as sacolas Foto: Agência O Globo / Simone Marinho

Nice de Paula - O Globo

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RIO - O comércio do Rio de Janeiro espera para este ano um Natal mais próspero do que o do restante do país. Pesquisa do Clube de Diretores Lojistas (CDL) do Rio de Janeiro prevê expansão de 8%, o mesmo incremento verificado no ano anterior. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) projeta crescimento de 5% nas vendas em todo o país, contra uma expansão de 8% em 2012. A expectativa da Associação Comercial de São Paulo é alta mais modesta: alta de 3% a 4%, bem abaixo dos 9,6% registrados no ano anterior.

- Diante de um quadro nacional não muito animador, o Rio de Janeiro está melhor pelo efeito dos eventos que a cidade vai sediar, pelo impacto do pré-sal. Temos uma das taxas de desemprego mais baixas do país, e tendo salário as pessoas compram - afirmou Aldo de Moura Gonçalves, presidente do CDL-Rio.

Segundo Gonçalves, o fato novo que surgiu nos últimos dias e pode alterar um pouco esse número foram as chuvas fortes que castigaram a região metropolitana do Rio.

- Com temporal e enchentes o consumidor não sai de casa. Quarta-feira foi perdida e um dia perdido de vendas em dezembro não se recupera. Então, só temos que rezar para São Pedro - disse.

Mais contratações

As pesquisas da Fecomércio-RJ também indicam que Papai Noel tende a ser mais generoso com os comerciantes do estado do que foi no ano passado. Além de alta nas vendas, o superintendente de economia da Fecomércio-RJ, João Gomes, chama atenção para os dados referentes às contratações no setor. O percentual de trabalhadores temporários é semelhante ao de 2012, e a diferença entre contratados e demitidos está até maior.

- Em julho, este saldo de empregos era de 10 mil, em agosto subiu para 12 mil e em outubro, para 15 mil. É uma trajetória ascendente e bem melhor do que do ano passado. O Rio tem um cenário mais positivo do que o país. O grande fiel da balança é a inflação, que por ter cedido no segundo semestre e melhorou as expectativas das pessoas - explicou Gomes.

Nos shoppings da cidade, a expectativas também são de vendas bem superiores às do Natal de 2012. No Rio Sul, a gerente de marketing Ana Gabriella Affonso espera um aumento de 11% sobre 2012 e estima receber 3 milhões de consumidores em dezembro. A Associação Brasileira dos Shopping Centers projeta aumento de 10% para todo o país. No BarraShopping, a projeção é a mesma.

- As telefônicas e outros produtos de tecnologia continuam fortes, e a novidade que observo é o crescimento das lojas esportivas, das camisas do Brasil, talvez já sob impacto da Copa. Esperamos vendas 10% maiores do que no Natal passado. Se estão prevendo números menores, não deve ser para os shoppings. O movimento está muito grande, estamos recebendo uma média de 24 mil carros por dia - afirma Jussara Nova Raris, superintendente do BarraShopping.

A dona de casa Renata dos Anjos, de 31 anos, é uma das consumidoras que ajudaram a ampliar o movimento. Moradora de São Paulo, ela fazia compras num shopping do Rio, na quinta-feira, ao lado do filho Kayky, de apenas 11 meses.

- Enquanto meu marido está surfando, aproveitei para vir ao shopping, mas acho que este ano exagerei nas compras. Não vi mudança de preços em relação a 2012 e, na comparação com São Paulo, a única coisa que achei mais cara no Rio foram os brinquedos - contou.

Outra pesquisa que acaba de ser concluída pela Fecomércio-RJ, esta de âmbito nacional, mostra que o número de consumidores dispostos a dar presentes este ano, como Renata dos Anjos, é maior do que o do ano passado. São 54,9% dos entrevistados, contra 52,3% no ano passado.

Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da CNC, explica que se o ritmo menor de crescimento nas vendas do comércio do país se confirmar, a tendência natural dos lojistas será antecipar a concessão dos descontos, comuns em janeiro.

-Se não tiver uma demanda mais aquecida, o lojista vai vender com desconto mesmo antes do Natal para se livrar dos estoques. Quase todos eles dependem de financiamento, então é melhor vender mais barato do que descontar duplicata no banco a juros altos.

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