quinta-feira, 26 de novembro de 2015


Quinta-feira, 26 de novembro de 2015 às 18:29   (Última atualização: 26/11/2015 às 19:38:17)

Defendemos acordo robusto e eficaz, diz negociador-chefe do Brasil na COP21

O embaixador José Antônio Carvalho, negociador-chefe do Brasil na COP21, afirmou que, além de levar metas ambiciosas à conferência, o Brasil não vai a Paris para sair com resultados “minimalistas”.
A COP21 é a 21ª edição da Conferência do Clima, que reúnirá 195 países entre 30 de novembro e 11 de dezembro em busca de um novo acordo global sobre o clima que limite o aumento da temperatura do planeta a 2 graus Celsius até 2100. O Brasil é um dos países que apresentaram metas mais ambiciosas para a redução de emissões de gases do efeito estufa. O País anunciou o objetivo de reduzir essas emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030.
“Defendemos um acordo robusto e eficaz. O Brasil não aceita que a solução para Paris é apenas termos um acordo. O acordo não pode e não deve ser um acordo minimalista, que adie decisões fundamentais da criação desse novo arcabouço legal de ação multilateral”, enfatizou o embaixador, que é subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Itamaraty, em briefing de imprensa antes da viagem da comitiva brasileira à França.
Para isso, o Brasil defende que o acordo seja justo, equilibrado, ambicioso e duradouro. De acordo com o Carvalho, encontrar o equilíbrio entre os membros participantes será um desafio.
“Queremos privilegiar a questão da mitigação, que trata da redução da emissão dos gases de efeito estufa, mas também defendemos que ele [o acordo] seja robusto na área de adaptação. [Que estabeleça] como os países aumentarão a sua capacidade de enfrentar a mudança do clima e que tenha meios para que os países em desenvolvimento possam, de forma ambiciosa e progressiva, aumentar as suas contribuições”, destacou.
Com metas ousadas, o Brasil tem elementos favoráveis à sua credibilidade, como as contribuições apresentadas pela presidenta Dilma Rousseff na ONU, em setembro, em Nova Iorque.
“Não vamos apenas olhar para trás, mas vamos, a partir do que foi feito anteriormente, avançar na redução das nossas emissões e criar condições para a economia. Nossa credibilidade provém não só da atuação dos negociadores, mas de exemplos, ações, e envolvimento muito forte, muito marcado da nossa presidenta, sempre muito presente na definição das posições brasileiras”.
O Brasil também é reconhecido por possuir característica de protagonismo, por sua capacidade de diálogo e credibilidade negociadora. Segundo o diplomata, o País possui capacidade de interlocução com todos os envolvidos de todos os países.
“O Brasil tem sido suficientemente criativo, com soluções que busquem e promovam o consenso. O Brasil tem uma credibilidade negociadora muito forte”, ressaltou.
A COP21 vai reunir em Paris pelo menos 147 chefes de Estado e de Governo, entre os representantes dos 195 países.

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