Belém avança no processo de captação e transplante de órgãos
Da Redação - Agência Belém de Notícias - 04/08/2016 16:56
Um ente querido sofre um acidente grave e os médicos diagnosticam morte encefálica. Essa é uma situação dolorosa para toda a família, mas é exatamente neste momento que a perda pode ser transformada em um ato de amor e esperança. Ao dar uma nova chance de viver às pessoas com problemas de saúde que passam anos na fila de espera por um transplante de órgãos, o luto da família doadora se torna menos pesado.
Em 2009, foi criada a lei nº8.684 instituindo 04 de agosto o Dia Municipal do Doador de Órgãos e Tecidos, para que a população entendesse a necessidade e processo da doação para salvar muitas vidas. Uma conscientização que é reforçada incansavelmente nos hospitais municipais de urgência e emergência de Belém, onde se encontram as Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott).
O amor ao próximo que pode dar vida a outras pessoas levou a família de um jovem de Belém a decidir pela doação de seus órgãos.
O rapaz tinha 29 anos quando há pouco mais de três meses foi vítima de violência urbana. Ele foi socorrido no HPSM Mário Pinotti, mas entrou em estado gravíssimo e logo teve morte encefálica. Foi nesse momento que a equipe da Cihdott acolheu a família para uma entrevista que culminou com o cumprimento do desejo do filho de dona Sandra Suely Amorim.
“Ele queria muito que a família optasse pela doação dos órgãos dele. Meu filho sempre foi muito de ajudar outras pessoas e mesmo neste momento não seria diferente. Eu perdi meu filho, mas pude ajudar outras vidas que estavam precisando”, declara Sandra, acompanhada da irmã Sidiane Araujo Amorim, que reflete sobre a doação de órgãos. “É um ato nobre que deveria ser constante mesmo diante das adversidades, principalmente por sabermos que doando nós estamos salvando vidas”.
Um ato de amor igual o da família Amorim foi que deu a chance de uma nova vida à estudante Gabriela Ferreira, 16. Ela descobriu que tinha insuficiência renal em estágio crônico aos 13 anos e desde então, travou uma luta de quase dois anos entre hemodiálises, cirurgias, entrevistas e a esperança de ter a vida de volta.
“Quando descobri que meus dois rins já não estavam em pleno funcionamento, depois de um longo percurso fazendo exames, consegui iniciar a hemodiálise no Hospital Ophir Loyola. Depois de alguns meses, o tratamento começou a piorar e descobrimos que eu tinha Lúpus. A partir daí comecei a fazer muitas entrevistas e correntes nas redes sociais atrás de um doador”, relembrou Gabriela, que somente depois de quase dois anos conseguiu um doador compatível. “Era a sétima entrevista e eu já não suportava as sessões de hemodiálise que já estavam tirando o resto de vida que eu tinha. Quando veio o resultado dos exames que diziam que eu era a mais compatível para receber o rim, pensei que o que eu estava vivendo ali era um sonho”, contou Gabriela, cheia de sonhos, transplantada há pouco mais de um ano.
De acordo com a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) cerca de 1.000 pessoas aguardam transplante de córnea e 500, de rins. O trabalho no âmbito municipal tem contribuição significativa na diminuição desses indicadores. “Após a reinauguração, até junho, o HPSM Mário Pinotti teve um total de 11 doadores de órgãos,resultado de um processo de qualificação e profissionalização da equipe e de sensibilização dos servidores para a importância e relevância da causa para a saúde pública. No hospital Humberto Maradei Pereira, do Guamá, o serviço também foi retomado e as equipes têm desenvolvido atividades de educação continuada tanto no que diz respeito aos aspectos técnicos /médicos e éticos, quanto à sensibilização e conscientização sobre a doação de órgãos”, ressaltou o titular da Secretaria Municipal de Saúde, Sérgio de Amorim Figueiredo.
Texto: Kezia Carvalho
Foto: Oswaldo Forte
Secretaria Municipal de Saúde (SESMA)
Foto: Oswaldo Forte
Secretaria Municipal de Saúde (SESMA)
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