quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Visita Guiada no Solar dos Mellos: amor à identidade cultural macaense

01/12/2016 17:12:00 - Jornalista: Alexandre Bordalo
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Foto: Rogério Peccioli
Resgate da história de Macaé valoriza a cultura e a memória
Lendas de Macaé, exposições, histórias de prefeitos e mostras de esculturas e desenhos foram disseminadas para 32 alunos com idades entre 8 e 11 anos, da Escola Municipal Professor Antonio Alvarez Parada (Imbetiba), na quarta-feira (30), em Visita Guiada no Solar dos Mellos - Museu da Cidade de Macaé. O professor de história, Bruno Rodrigues, conduziu o grupo, que aprendeu sobre Educação Patrimonial, conhecendo um pouco mais de patrimônios materiais, imateriais e naturais, entre outras atividades culturais.
Para a professora dos alunos, Flávia Rosário Garcia, a atividade foi importante porque resgatou a história de Macaé, sendo uma oportunidade eficaz para os alunos vivenciarem uma parte significativa da cultura. Eles gostaram mais das roupas de época, usadas pelo ex-prefeito Coronel Sizenando, que administrou o município em duas gestões: de 1924 a 1927 e de 1929 a 1930.

Também se entusiasmaram com quatro lendas macaenses, provenientes do litoral e da serra do município e com esculturas, pinturas e desenhos exibidos em três salas do Museu da Cidade de Macaé.

O macaense que presidiu o país entre 1925 e 1928, Washington Luiz, tem um auditório no Solar com seu nome. No local, Bruno Rodrigues explicou quesitos sobre o memorialista e professor Antonio Alvarez Parada, o Tonito (1925-1986), que deixou uma vasta obra em prol da memória e da história de Macaé.

- Ele era amigo de Cesar Mello e frequentava esta casa, junto com o advogado e historiador Godofredo Tinoco e a escritora Mariná Sarmento. Eles conversavam sobre a cidade e o país, referindo-se aos seus rumos políticos, econômicos e sociais -, conta, reportando-se ainda aos três grandes painéis sobre Tonito, expostos no pátio do Solar dos Mellos.

No salão dedicado aos ex-prefeitos, as crianças verificaram documentos que puseram no papel a instituição da cidade em sua origem: 29 de julho de 1913. Eram guardados em caixa (também exposta), feita especialmente para isso, na época do ex-prefeito, Dr. Télio Barreto, gestor da cidade em duas administrações: entre os anos de 1937 e 1944. Ele dá nome à rua que liga os bairros do Centro e Aroeira. Quadros, relógios e outros pertences desse homem público também se encontram à mostra.

Lendas macaenses ganham destaque

Vídeo foi utilizado explicando também o que é Educação Patrimonial segundo quatro entrevistados. Eles disseram que isso significa: "cultura, música, expressões populares, respeito ao patrimônio público, ato ou efeito de conservar bem o que é de todos: história e memória coletivas". Outro vídeo que as crianças gostaram muito referiu-se às lendas macaenses: "Biquinha do Amor", "Girá", "A Porquinha de Tamanco" e "Vinagre".

Bruno ainda elucidou esse público infantil sobre a diferença entre os patrimônios materiais, imateriais e naturais. "Patrimônio Histórico Material são os prédios, documentos, objetos de valor para a memória e a história de um povo. Já o Patrimônio Imaterial são as lendas, histórias, procissões e festas religiosas, como a do padroeiro de Macaé (São João Batista). O Patrimônio Natural refere-se, em nossa cidade, ao Pico do Frade, Arquipélago de Sant'Anna, Rio Macaé, Parque Atalaia e outros", ensina.

Em outra sala, há menção a Macaé em três tempos: Colônia, Império e República. Nela, também estão disponíveis a turistas e curiosos, além de estudantes e professores, cadeiras utilizadas na antiga estação de trem da cidade, o instrumento musical clarineta, numa referência às sociedades musicais Lyra dos Conspiradores e Nova Aurora, e quadros da artista plástica Lecy Navega. Um deles mostra o Colégio Estadual Matias Neto, que foi construído inicialmente para ser um Hospital.

Há também espaço, em sala principal, para retratar a figura do ilustre macaense Álvaro Marins, popularmente conhecido em meados do século XX, em todo o país, como Seth. Livro antológico escrito por ele, intitulado "O Brasil pela Imagem", além de seis quadros com seus desenhos, ainda são apresentados lá. Protótipos (maquetes) do Palácio dos Urubus, da Igreja de Sant'Anna, da Casa de Caridade São João Batista e do Obelisco do centenário da cidade também encantaram a criançada. No final da Visita Guiada, os alunos cantaram o Hino de Macaé.

Esta foi a última Visita Guiada do ano de 2016. Para mais informações, o Solar dos Mellos, que está vinculado à Fundação Macaé de Cultura (FMC), fica na Rua Conde de Araruama 248, Centro. Telefone de contato: (22) 2759-5049.

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