Audiência debate impasse na implantação do VLT
A Câmara Municipal de Macaé realizou, na noite desta quarta-feira (28), uma audiência pública para debater a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O evento foi requerido e presidido por Luiz Fernando Pessanha (PT do B). Participaram ainda os vereadores Marcel Silvano (PT) e Maxwell Vaz (SD). Foram enfatizados os problemas ligados aos dois trens adquiridos, que estão inativos.
“O único interesse em não colocar o VLT para funcionar é financeiro, para priorizar o contrato com a empresa SIT (Sistema Integrado de Transporte)”, discursou Luiz Fernando. Já Marcel lembrou que o Ministério Público deu, no dia 24 de maio, um prazo de 180 dias para que a prefeitura apresente um projeto definitivo voltado para essa modalidade de transporte.
“O problema inicial foi que o governo Riverton Mussi comprou os trens antes da assinatura do contrato de liberação dos recursos federais, que acabaram bloqueados, paralisando o projeto”, recordou Alex Medeiros, coordenador do Movimento Ferrovia Viva.
“O VLT não é ativado porque o prefeito não quer, por motivos ideológicos e econômicos ligados ao lobby do transporte rodoviário”, acrescentou Osmar Brandão, presidente do Núcleo de Resgate Histórico Mestres e Ex-Alunos Senai/RFFSA (Serviço Nacional da Indústria/Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima).
Maxwell mencionou um dossiê do governo que, segundo ele, sustenta a inviabilidade técnica do VLT. “O dossiê tem apenas oito páginas. De fato, a leitura deixa transparecer elementos ideológicos e econômicos como disse Osmar”.
Vantagens do VLT e manifestação durante a greve geral
O professor de geografia dos transportes da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), Pavel Grass, apontou as características do veículo. “Com ele, evitaremos muitas mortes em acidentes automobilísticos, além de perdas de recursos com engarrafamentos”. Segundo o pesquisador, o VLT é também mais econômico e ecológico que os ônibus. Ele propôs o diálogo com o prefeito para demonstrar as vantagens do veículo.
Maxwell defendeu que a audiência resultasse em uma mobilização para a retomada do VLT. “Convido todos a realizarmos uma primeira manifestação por essa causa durante a greve geral que está marcada para a próxima sexta-feira (30), na divisa do Miramar com o Centro da cidade”, propôs Marcel. Luiz Fernando lamentou a ausência de representantes do Executivo na audiência.
Jornalista: Marcello Riella Benites
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