segunda-feira, 4 de maio de 2020

Eletricidade é a chave para substituição do diesel

O futuro do transporte no mundo não vai ser movido a diesel. Apesar do combustível movimentar caminhões, trens, navios e diversos outros tipos de motores há mais de 100 anos, deverá ser gradualmente substituído por outras fontes de energia, renováveis e menos poluentes.
Entre os estudos mais avançados nesses novos combustíveis estão a eletricidade, com muitas vantagens frente ao diesel e geração praticamente sem emissão de poluição, e o hidrogênio, que da sua queima só resulta água pura.
De acordo com o pesquisador especialista em veículos elétricos Auke Hoekstra, da Holanda, o futuro mais promissor será para os caminhões elétricos, e não àqueles movidos a hidrogênio.
Hoekstra é pesquisador na Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda, e desenvolve diversos estudos sobre energias e mobilidade sem emissões de poluentes.
Um dos motivos do uso de caminhões com baterias ao invés de células de hidrogênio é o custo de produção. Recentemente, a Daimler, dona da Mercedes-Benz, encerrou seu programa de carros a hidrogênio, alegando o alto custo de desenvolvimento e produção de um veículo do tipo, que pode ser o dobro de um veículo similar elétrico com baterias.
Auke Hoekstra sempre usa as redes sociais para desmistificar o uso de veículos elétricos. Ele considerou, em uma postagem, que o fato da Daimler desistir dos carros a hidrogênio e seguir no desenvolvimento de caminhões movidos pelo combustível é um erro.
De acordo com ele, o custo de desenvolvimento, produção e operação de um caminhão pesado movido a hidrogênio será muito mais alto do que um veículo igual puramente elétrico.
De acordo com diversos outros estudos, o custo de operação por quilômetro de caminhões em 2025 será de:
  • Caminhão a diesel US$ 1,00/km
  • Caminhão elétrico US$ 0,70/km
  • Caminhão a hidrogênio US$ 1,40/km
Além do custo de operação, o uso de hidrogênio no transporte de longa distância implica na instalação de uma rede completa de reabastecimento dos veículos, diferente da eletricidade, presente em praticamente todo o planeta.
A vantagem do hidrogênio frente à eletricidade seria a autonomia. O sistema de célula de hidrogênio é mais leve do que as baterias de um caminhão elétrico, e para operações acima de 700 km por dia, os caminhões elétricos teriam que ser equipados com baterias de 1 MWh. Considerando cálculos feitos pelo cientista, o peso total apenas das baterias seria de 6 toneladas.
Apesar disso, com a instalação de pontos de recarga de eletricidade nas paradas de caminhões, a autonomia seria facilmente aumentada. Outro ponto importante, é que a maioria dos caminhões não roda tantos quilômetros diariamente, fazendo trajetos mais curtos.
Mas, apesar do alto peso das baterias, os caminhões do futuro poderão ser construídos de forma diferente. com maior aerodinâmica, nova disposição do sistema de tração e outros materiais, com uma redução de peso estimada em 3 toneladas. Com isso, o peso extra das baterias seria de 3 toneladas na comparação com um veículo similar a diesel.
Outro ponto favorável à eletricidade é a sua geração, muito menos poluente do que a produção do hidrogênio, podendo ser obtida diretamente nos pontos de recarga dos veículos, por meio de geração eólica ou solar, com tecnologias que já existem.
A tecnologia em construção de baterias e capacidade de armazenamento de eletricidade tem evoluído rapidamente, com baterias com cada vez mais capacidade e menos peso.
Fabricantes de caminhões tem investido bilhões de dólares na busca por alternativas ao diesel, como a CNH Industrial, dona da marca Iveco, que investiu US$ 250 milhões na Nikola Motors, que está desenvolvendo caminhões movidos a hidrogênio. Outra empresa com estudos mais avançados é a Tesla, que apresentou o modelo Semi, elétrico, que deve ter o preço bastante semelhante ao de um caminhão similar a diesel, com autonomia de até 800 km.

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