domingo, 23 de agosto de 2020

 

Solução ou problema? A escolha é sua!

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*por Claudia Queiroz

Parece complexo, mas a resposta é simples. Ou você é um solucionador ou causador de problemas. Só existem essas duas categorias de pessoas. Você pode enxergar a vida travando em cada dificuldade ou compreender que fazendo um “checklist”, ou melhor, uma lista de tarefas com planejamento, é possível alcançar seus objetivos, cumprindo as etapas, no tempo que for, mesmo com imprevistos…

Me deparei com essa conclusão hoje. Era hora do almoço e eu estava um pouco incomodada com a quantidade de coisas que preciso fazer da casa. Sabe como é, muitos meses de COVID, lapidações internas e externas refletindo a necessidade de viver melhor, com menos tranqueiras… Daí chegou a hora de levar a sério a organização dos desapegos.

Percebendo certa tensão, meu marido chamou minha atenção. Justifiquei que levo tempo para fazer tudo com capricho e blábláblá. Temos uma filha pequena e a demanda de trabalho é ainda maior durante a pandemia… Foi então que ele sorriu convidativamente para mim e disse: “veja quantas conquistas estamos tendo, a quantidade de itens realizados e não importa o tempo que você leve para cumprir seus propósitos, importante é o caminho e não a chegada”.

Glup, engoli a lição. Ele está certo! Parei com as arrumações para escrever, afinal, você também pode se identificar com um pouco dessas características de perfeccionismo…

Dia desses, antes de ganhar o cartão amarelo do “técnico” que representa a disputa entre a camisa que escolho para enfrentar minhas batalhas, solucionadora ou causadora dos meus próprios problemas, pensei seriamente em anunciar algo assim: “Procura-se profissional com TOC de organização para trabalhar por dia numa casa de família”. Além de ‘causar’ com um anúncio que valoriza uma disfunção pessoal, imaginei que na ‘Claudialândia’ – meu mundo idealizado, os problemas seriam resolvidos num toque quase mágico e o melhor, sem esforço. Fechava os olhos à noite, dormia e acordava com a chamada da demanda de colocar fim às bagunças ecoando na minha cabeça.

Muitas vezes me sentia culpada por brincar com a filhinha, me fechar no escritório para trabalhar ou até em fazer qualquer outra coisa, terminando o dia sem encarar a lista de tarefas angustiantes dos itens aos quais me propus… Urgentes, essenciais ou importantes?

Descobri que a raiz de todo esse problema está na educação que recebi, afinal, primeiro a obrigação, depois a diversão, certo? Errado! Que caos esse conceito! Criou um padrão de obediência eterno mesmo depois de me tornar adulta!

É preciso quebrar regras para ser feliz, desde que essa seja a decisão. Para mim, qualidade de tempo é mais relevante que a quantidade na construção de um lar. Por isso vou rever minhas angústias para não sofrer mais com as escolhas do ‘meu possível’ e trocar de time. Chega de sofrer!

A pandemia está nos convidando a iluminar nossas sombras para reinaugurarmos em novo formato. O primeiro passo é descobrir nossas falhas, para acolher essas imperfeições com amor e seguir em frente, reformando, numa nova versão. É isso que podemos fazer por nós e pelo mundo antes da estreia de um novo normal.

Claudia Queiroz é jornalista.

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