sábado, 4 de novembro de 2017

Projetos humanizam atendimento no HPM

2017-11-01 15:31:00 - Jornalista: Genimarta Oliveira e Tatiana Gama
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Imagem de classe hospitalar em atendimento
Foto: João Barreto
Música, teatro e conteúdo pedagógico levam momentos felizes para pacientes e familiares
No dicionário, a palavra humanização é a ação ou efeito de humanizar, de tornar humano ou mais humano. E na saúde altera o modo como usuários e trabalhadores da área interagem. Na busca pelo melhor atendimento, o Hospital Público Municipal (HPM) conta com diversas ações, entre iniciativas próprias e voluntárias que transformam o ambiente. Os projetos "Classe hospitalar", "Rir para não chorar" e "CantoRia" são alguns exemplos.
Nem mesmo os efeitos de uma bronquiolite e infecção urinária tiraram o sorriso da pequena Camile Vitória, seis meses, que ficou mais de um mês internada na unidade. Sua mãe, Camila Souza Rodrigues, 19 anos, conta que a criança é só felicidade quando saía do quarto para frequentar as atividades lúdicas da Classe Hospitalar. "Percebo a alegria dela em estar aqui convivendo com o espaço e com outras crianças", frisa.

De acordo com a coordenadora da Classe Hospitalar, Clize Vantil, o espaço, organizado pela Secretaria de Educação, atende crianças até 13 anos com direcionamento para conteúdos pedagógicos, além de lúdicos. O objetivo é assegurar o direito de aprendizagem das crianças e adolescentes e, também, ajudar a passar o tempo durante os procedimentos médicos.

'Rir para não chorar' leva alegria para pacientes e funcionários
E quando o assunto é alegria, elas chegam com seus jalecos coloridos, os rostos pintados e cantam pelos corredores do hospital. Funcionários de todos os setores, visitantes e pacientes abrem o sorriso. As responsáveis pela quebra na rotina da unidade são as voluntárias do projeto "Rir para não chorar", criado em 2016.

A equipe, coordenada por Jandiara Ritzmann, tem por objetivo a arte terapia na promoção da saúde. "Apresentamos o projeto à direção do hospital, que abraçou a causa. Entendemos que o ser humano tem que ser cuidado no todo e a saúde psicológica é fundamental para que todo ser esteja saudável", comenta.

O grupo voluntário, formado por contadores de histórias, fonoaudiólogas, psicólogas, donas de casa e missionárias, visita a ala de pediatria, recepção da maternidade e o pronto atendimento infantil com música, contação de histórias, mágica e distribuição de livros infantis e de bonecas confeccionadas pelo grupo de artesãs.

A auxiliar de lavanderia, Fabiana da Conceição, é uma das voluntárias e teve sua vida transformada. Ela conheceu o trabalho por meio de uma vizinha, quando estava em uma depressão profunda, inclusive pensou em suicídio. "Quando entrei no quarto e vi uma família que, mesmo com o filho doente, internado num hospital, estava feliz em ver a presença do grupo, fiquei com aquela imagem na cabeça. Pensei porque estava naquela situação se o meu filho estava em casa e saudável. A partir deste momento, a minha vida mudou, continuo o meu tratamento, mas hoje tenho um novo olhar da vida", explica.

Quando esteve internada na enfermaria pediátrica, Ester, de quatro anos, era só alegria quando viu o grupo "Rir para não chorar". De acordo com a mãe, a iniciativa é bonita e faz com que haja uma mudança na rotina hospitalar. "Já estamos aqui há oito dias e um momento como este faz com que as crianças se divirtam e esqueçam a dor", revela.

Coral que encanta
Um elo do projeto "Rir para não chorar", o coral CantoRia, há dois meses aquece o coração de funcionários, visitantes e pacientes do Hospital Público Municipal (HPM), através da música. Além da música, os 20 voluntários que se revezam a cada 15 dias, distribuem alguns mimos para os adultos e bonequinhos produzidos com meias infantis.

O coordenador do projeto CantoRia, Jean Sibelius, lembra que a ação surgiu para levar fé, amor e esperança às pessoas que estão num momento de fragilidade. O coral percorre todas as recepções do hospital e quando possível, algumas enfermarias. "O que nos motiva é repartir o amor ao próximo e levar uma palavra de ânimo", conceituou.

A voluntária Isabel Almeida, além de participar do coral, confecciona os bonecos com meias infantis. "Já fazia artesanato, só que gostaria de levar o trabalho para ajudar as pessoas. Comecei a fazer os bonecos e a distribuição iniciou primeiro com o projeto 'Rir para não chorar' e agora também com o coral", conta.

A cozinheira Amanda Cristina Alves estava na recepção do setor de Pronto Atendimento Pediátrico com a filha Gisele. Quando o coral chegou, as duas logo abriram um sorriso. "Gostei muito, não tem como ficar indiferente. Quando um filho está doente é um momento muito tenso, e a música torna a espera mais tranquila e alegre", destaca.

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