sábado, 17 de novembro de 2012

MEIO AMBIENTE

  mico-leão-dourado ganha apoio


Espécie terá benefício com reflorestamento de 62 hectares. Foto: Divulgação

O mico-leão-dourado, espécie ameaçada de extinção, vai ganhar mais espaço no seu habitat com o reflorestamento de 62 hectares de Mata Atlântica na Reserva Biológica de Poço das Antas, em Silva Jardim, no Norte Fluminense. O trabalho está sendo feito pela Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) que recebeu R$ 1 milhão de recursos não reembolsáveis do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O reflorestamento começou esta semana com a preparação do terreno para posterior plantio de árvores nativas e sua manutenção, disse nesta quinta-feira o secretário executivo da AMLD, Luís Paulo Ferraz. A expectativa é concluir o trabalho em dois anos. Ferraz observou a importância da recuperação dessa mata de baixada dentro da Reserva Biológica de Poço das Antas, para preservação do primata. 

“É uma recuperação florestal dentro de uma reserva biológica. Isso é da mais alta importância porque aqui a gente tem um trabalho relevante com relação à conservação do mico-leão-dourado”.

Para salvar a espécie, entretanto, os pesquisadores trabalham em uma área bem mais ampla, que engloba oito municípios do estado. “A gente trabalha pensando em uma população mínima viável para manter o mico-leão-dourado a salvo da extinção a longo prazo em pelo menos 2 mil animais”, disse Ferraz, que alertou, porém, que não basta ter um número de indivíduos em um ambiente tão fragmentado como é a Mata Atlântica na região.
“A gente precisa ter uma área mínima de 25 mil hectares de florestas protegidas e conectadas. Hoje, a estimativa é que estejam protegidos e conectados 10 mil hectares de Mata Atlântica. Temos muito trabalho para fazer, embora a população de micos esteja próxima de 1,7 mil animais”,  estima o secretário. Segundo ele, o problema maior hoje é a falta de florestas. 

“Por isso é tão importante esse trabalho de restauração florestal. Para nós, hoje, essa é uma estratégia extremamente importante”, ressaltou.


O secretário executivo da AMLD admitiu que a continuidade da parceria iniciada agora com o BNDES, por meio da Iniciativa BNDES Mata Atlântica, poderá trazer muitos benefícios para o projeto de preservação do micro-leão-dourado. “Se a gente puder construir uma parceria de longo prazo, seria muito bom”, torce.

A associação conta com 20 funcionários para um trabalho que é feito em parceria com instituições de ensino superior, caso da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e instituições estrangeiras. O ideal, estimou Ferraz, seria contar com 200 funcionários. Mesmo assim, estimou que 200 pessoas não dariam conta de toda a demanda que existe.


Aniversário - A AMLD comemora este mês 20 anos com a realização, na reserva biológica, de um encontro técnico-científico entre os dias 23 e 25, do qual participarão pesquisadores, parceiros, produtores rurais. 


Silva Jardim detém o maior número de reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs), ou parques privados, graças ao trabalho incentivado pela associação com os proprietários rurais. No encontro científico, será lançada uma campanha para escolha do mico-leão-dourado como mascote dos Jogos Olímpicos de 2016.

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