Barco do empresário Eike Batista
pode ser doado para a Marinha
Ancorado na Marina da Glória, zona sul do Rio, a embarcação Pink Fleet
pode deixar de fazer eventos e passeios turísticos na baía de Guanabara,
no Rio.
Seu proprietário, o empresário Eike Batista, quer doar a embarcação para a Marinha.
Há sete anos, Eike trouxe o barco para o Rio. Sua intenção era
transformá-lo em mais uma atração turística da cidade, a primeira de uma
frota de embarcações de luxo que fariam passeios pela baía de Guanabara
e poderiam ser alugadas para eventos, mas o projeto não deslanchou.
O Comando de Operações Navais confirma que analisa a proposta feita pelo grupo EBX de possível doação do Pink Fleet. há quem veja a oferta do milionário como um "presente de
grego", já que seria preciso adaptar a embarcação para uso militar.
O navio poderia ser utilizado pela Marinha para treinamento de pessoal.
Segundo o comando do 1º Distrito Naval, Eike manifestou a intenção de
doar o barco em correspondência à corporação.
A Marinha afirmou, em nota, que "vislumbra a possibilidade de emprego
[...] como embarcação escola, de assistência médica e odontológica ou,
ainda, em outro emprego, dependendo de uma avaliação técnica mais
aprofundada, que ocorrerá conforme progredirem as conversações legais a
respeito".
O barco, de 1973, é de fabricação alemã e tem capacidade para 400
passageiros. De bandeira panamenha, ele foi reformado em 2007. Tem 54
metros de comprimento, quatro conveses e seis ambientes com
restaurantes, pistas de dança e sala de reuniões.
Para Floriano Pires, professor da Coppe/UFRJ (Coordenação de Programas
de Pós-Graduação em Engenharia) e presidente da Sociedade Brasileira de
Engenharia Naval, a oferta pode ser interessante para a Marinha se for
constatado que a embarcação passou por uma boa reforma em 2007. Segundo o
especialista, a vida útil do navio seria de mais 10 ou 15 anos.
"Como ela está sendo doada, o custo de capital é zero. Então, é melhor
operar essa embarcação do que construir uma nova para fazer a mesma
coisa. A não ser que ela tenha problemas específicos", disse.
Apesar de a Marinha ter informado que foi procurada por Eike com a
proposta de doação, a assessoria do grupo EBX, do empresário, diz que
não comenta o assunto.
Neste ano, pela primeira vez desde que começou a operar no Rio, o navio não abriu agenda para que interessados programassem eventos. Segundo o Pink Fleet, o barco passa por manutenção.
Danilo Verpa/Folhapress | ||
A embarcação Pink Fleet, usada para eventos e passeios turísticos na baía de Guanabara, no Rio |
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