MEIO AMBIENTE
ICMBio inaugura nova Unidade de Conservação em São Paulo
Preservação
Arquipélago é refúgio de espécies endêmicas, ameaçadas e migratórias, além de ser área de reprodução de aves e peixes
por Portal BrasilPublicado: 21/09/2016 10h15Última modificação: 21/09/2016 10h44
O Refúgio de Vida Silvestre (RVS) de Alcatrazes, em São Paulo, foi convertido em Unidade de Conservação (UC) pelo governo federal. A gestão do espaço será compartilhada com a Marinha e a Estação Ecológica (Esec) de Tupinambás.
De acordo com o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, a categoria da nova unidade foi escolhida para melhor atender às necessidade de conservação do arquipélago, que é um “santuário” de biodiversidade, repleto de espécies endêmicas (só existem no local), ameaçadas e migratórias, além de ser área de reprodução de aves e de espécies marinhas.
Apesar da mudança, ainda será permitida visitação pública ao local e serão mantidas as atividades turísticas na região, considerada ideal para mergulhos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Arquipélago de Alcatrazes
O Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes totaliza uma área de 67.364 hectares, sendo a maior unidade de conservação marinha de proteção integral das Regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Na área do Refúgio é proibida a pesca e qualquer tipo de degradação ambiental. A visitação pública será liberada após a elaboração do plano de manejo, que cria regras de funcionamento para as unidades de conservação com o objetivo de garantir que as atividades permitidas ocorram com o mínimo de impacto aos ambientes naturais.
A ilha de Alcatrazes abriga uns dos maiores ninhais do País com nidificação de fragatas (Fregata magnificens), atobás (Sula leucogaster) e gaivotões (Larus dominicanus). Nas áreas do Refúgio Alcatrazes e da Esec Tupinambás, no arquipélago dos Alcatrazes já foram registradas 91 espécies de aves, sendo que 37 delas são residentes.
Dessas aves, 12 são consideradas ameaçadas de extinção, sendo seis residentes, ou seja, dependem de Alcatrazes para procriação. Essas aves possuem diferentes hábitos de vida podendo ser oceânicas, insulares costeiras, migrantes de longo percurso, aquáticas costeiras, terrestres e florestais. Dentre as migratórias, 35 são brasileiras.
Sete das aves oceânicas têm registro para a Antártica. Algumas dessas espécies dependem do ambiente florestal e são endêmicas da Mata Atlântica, como o beija-flor-preto, o beija-flor-de-bico-curvo, a maria preta, o tiê-preto, o saí-canário e o azulão.
O Refúgio também é o habitat de outras espécies endêmicas, como protege a jararaca , a perereca e a rã de Alcatrazes, ameaçada de extinção.
Vegetação
A vegetação do arquipélago é caracterizada por áreas de mata atlântica e campos rupestres. A ilha de Alcatrazes tem como espécies endêmicas um antúrio e uma begônia. No Estado de São Paulo, as plantas Croton compressus e Manettia fimbriata foram coletados apenas na ilha de Alcatrazes.
A rainha do abismo é endêmica da ilha de Alcatrazes e do morro do Recife, em São Sebastião. Uma espécie de begônia da ilha foi encontrada uma única vez em 1923, sendo atualmente considerada extinta.
Espécies Marinhas
Alcatrazes também é o principal local de abrigo, alimentação e descanso de tartarugas marinhas da costa de São Paulo. Em suas águas também são encontradas cerca de 260 espécies de peixes, que são maiores e formam grandes cardumes no arquipélago, sendo considerada a região de fauna recifal mais conservada das Regiões Sudeste e Sul do Brasil.
Na região, há a presença marcante de baleias e golfinhos; ao todo são 13 espécies registradas nas áreas da Esec Tupinambás e Refúgio de Alcatrazes. Dessas espécies vale destacar a baleia de Bryde, única espécie de baleia residente no litoral paulista; o golfinho pintado do atlântico, espécie comum em mar aberto e registrada principalmente em Alcatrazes em grandes grupos.
Vestígios Arqueológico
Além da biodiversidade, o arquipélago dos Alcatrazes faz parte do patrimônio arqueológico, histórico e cultural da região. Foi citado nos relatos históricos logo após a colonização do Brasil. No local, foram encontradas cerâmicas que indicam o uso da ilha pelos povos que viviam na região antes do descobrimento do Brasil.
O paredão granítico de 316 metros de altura no meio do oceano impressiona os navegantes por sua beleza e suas águas com boa visibilidade e grande quantidade de vida marinha fazem um convite ao mergulho contemplativo.
No Refúgio, são permitidas atividades de pesquisa científica, visitas com objetivo educacional, voluntariado, mergulho e passeios náuticos previamente autorizados pelo ICMBio.
Fonte: Portal Brasil, com informações do ICMBio
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