A moda de Armani, um oásis de alegria em meio a terremotos e furacões
AFP / Andreas SOLAROO estilista Giorgio Armani após o desfile em Milão, no dia 22 de setembro de 2017
O grande mestre da moda italiana, Giorgio Armani, evita qualquer referência à dura realidade do mundo, a terremotos e furacões, e propõe em Milão uma coleção alegre, vaporosa e cheia de cores.
"Não é porque o mundo está triste que eu tenho que optar em meus desfiles por uma moda triste", disse nessa sexta-feira em uma entrevista coletiva no final de seu desfile no elegante Teatro Armani.
A coleção primavera-verão 2018 ressalta principalmente sua modernidade, com cores vivas e modelagens impecáveis.
O verde-maçã combinado com um tom rosado parecem saídos da paleta de um pintor, enquanto toques de luz iluminam as calças pretas, com acessórios de poá e jaquetas curtas em tons de azul e rosa que emanam alegria como as pinceladas de um artista.
A receita de Armani é combinar sobriedade e arte, diz um de seus assistentes.
"Contra a tristeza, respondo com a cor", explica o estilista, que usa tons fortes e desta vez abriu mão de seu lendário tom de cinza perolado, além dos tons crus que identificam a marca há tantos anos.
Armani propõe uma sinfonia de tons pastel, misturando flores suaves que parecem sair de aquarelas e traz até looks em cetim e lantejoulas.
"É uma homenagem à arte pictórica, um tipo de impressionismo", disse o estilista.
As jaquetas têm bainhas assimétricas, as saias são plissadas e brilhantes, tudo fiel à "elegância linear e sofisticada de Armani", dizem os especialistas em moda.
Como de costume, o estilista apareceu no final do desfile, com um suéter azul marinho nos ombros e calças escuras, para receber os aplausos do público.
A plateia fiel estava repleta de celebridades, como Charlene de Mônaco, Cate Blanchett e o campeão de Fórmula 1 britânico Lewis Hamilton.
Depois de um ano difícil, marcado por uma queda nas vendas, o grupo de luxo italiano fundado por Armani anunciou em julho uma importante reorganização de suas marcas para responder às "constantes mudanças do mercado".
Armani Collection e Armani Jeans serão absorvidos pelo grupo Emporio Armani para uma concentração no luxo com a marca Giorgio Armani e na moda com a marca Emporio Armani.
A empresa italiana tem atualmente cerca de 3.000 pontos de venda em todo o mundo e o grupo quer racionalizar essa rede.
Em 2016 o grupo faturou 2,51 bilhões de euros, com um redução de 5%, mas seu lucro líquido aumentou 12%, de 271 milhões.
- Adeus ao smartphone -
AFP / Andreas SOLAROModelo apresenta nova coleção do estilista Giorgio Armani em Milão, no dia 22 de setembro de 2017
Enquanto Armani joga com a cor, um dos jovens talentos que trabalham em Milão, a estilista chinesa Anna Chang, com sua marca Annakiki, denuncia o vício em smartphones.
"Eu sou melhor do que um telefone, fale comigo", "Esqueça seu telefone, pegue seu casaco", dizem as estampas em ternos e jaquetas de sua marca.
"Quero advertir as pessoas sobre os perigos das redes sociais, dos smartphones. O mais importante na vida é se conectar entre humanos", diz Chang, de 33 anos, em entrevista à AFP.
Calça verdes e jaqueta vermelha, todas com lantejoulas, mostram que as cores também reinam na coleção de Chang Annakiki, que propõe chapéus e looks de veludo brilhante.
As silhuetas são inspiradas nos anos 80, com muitas calças jeans, camisas e calças curtas e amplas, além de ternos misturando verde e roxo.
As garotas proposta por Annakiki são "um poco diferentes, mas muito bonitas e atraentes", diz a estilista "nascida em uma família de alfaiates" que fez seu primeiro vestido quanto tinha apenas oito anos.
Criada em 2013, sua marca tem cerca de 20 lojas na China e está expandindo seus negócios por todo o mundo, além de não descartar a possibilidade de se instalar em um futuro próximo em Milão, cidade que já conquistou.
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