Em Juazeiro, Dilma visita primeira biofábrica de Aedes transgênico do mundo
A presidenta Dilma Rousseff visita nesta sexta-feira (19), às 11h45, em Juazeiro (BA), a primeira biofábrica de produção de mosquitos transgênicos do Aedes aegypti do mundo, a Moscamed Brasil. Dilma irá conhecer o método inovador que impede a proliferação do mosquito macho ao torná-lo estéril (por algum tipo de radiação) ou inserindo nele um gene letal que, ao ser repassado a fêmea natural, gera mosquitos que morrem quando ainda são larvas.
“De maneira simplista, promovemos um controle de natalidade aplicada aos insetos. Quando o macho modificado cruza, não haverá uma descendência dessa prole. No caso do estéril, os ovos não vão vingar; no caso do geneticamente modificado, ainda que vinguem não passarão da fase de larva. Com isso, temos a garantia de uma redução dos mosquitos, sem o uso do inseticida”, afirma o diretor-presidente da Moscamed, Jair Fernandes Virgínio.
Aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a técnica de produção de mosquitos machos com o gene letal foi desenvolvida pela empresa britânica Oxitec e é avaliada desde 2010 no Brasil pela Moscamed, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). Nos primeiros testes, feitos em dois municípios de Juazeiro, os resultados revelaram uma redução média aproximada de 70% no número de ovos do mosquito nos locais.
Virgínio reforça que o Aedes macho, também chamado de “mosquito do bem”, não se alimenta de sangue, portanto não pica e não transmite nenhum tipo de doença. Produzidos em larga escala no laboratório e liberados semanalmente em ambientes controlados pela pesquisa, os machos transgênicos ou estéreis são produzidos em número sempre superior aos mosquitos selvagens para aumentar a probabilidade de a fêmea copularem com eles e não com os naturais.
Entenda as etapas de produção do Aedes transgênico
Atualmente, o projeto está em fase de expansão e já está sendo testado em toda a cidade de Jacobina. “Os resultados têm sido promissores, com índices de redução de 80% após seis meses de liberação”, explica o diretor-presidente. Ele também ressalta que os estudos, financiados pela Secretaria de Saúde da Bahia, já comprovam a segurança e eficácia da linhagem transgênica e aguarda autorização da Anvisa para poder ser utilizado em larga escala no Brasil.
O entomologista, no entanto, pondera que para combater o mosquito não existe uma solução única. “É preciso combate-lo em diversas frentes em todos os ciclos de vida. Nosso objetivo é somar junto a esse esforço internacional para a redução do Aedes aegypti”.
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