PREFEITURA INICIA TESTES DO VLT NO CENTRO DO RIO
OBRAS, MOBILIDADE | 28/02/2016
O VLT Carioca iniciou os primeiros testes de trilhos na Avenida Rio Branco no domingo, 28 de fevereiro. Desde outubro, os trens já fazem testes noturnos pela Região Portuária na área do Santo Cristo, da Gamboa e da Saúde. A partir de agora, o trânsito das composições na movimentada área da cidade vai se tornar rotina como preparação para a operação plena da primeira etapa, a ligação Rodoviária-Aeroporto em 18 paradas programada para abril.
O prefeito Eduardo Paes; os secretários municipais Pedro Paulo Carvalho Teixeira (Coordenação de Governo) e Rafael Picciani (Transportes); os presidentes da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), Alberto Gomes Silva; e da Concessionária do VLT Carioca, Carlos Baldi, participaram de viagem teste que marca a nova fase da implantação. "Acordar em uma segunda-feira, sabendo que o VLT já está em testes, é fruto do compromisso com a mobilidade que a cidade vem cumprindo. Ainda não alcançamos o ideal, mas estamos avançando. Esse é um daqueles projetos que surgiram há muitos anos e que agora tornamos realidade. Ver o VLT passando pela Cinelândia foi um momento de muito orgulho", disse o prefeito.
Inovador, o sistema terá 29 paradas abertas e três estações fechadas (Rodoviária, Central e Barcas). Modal integrador, o VLT conectará trens, metrô, barcas, teleférico, BRTs, ônibus convencionais, rodoviária, terminal de cruzeiros marítimos e aeroporto em malha que vai funcionar de segunda-feira a domingo 24 horas por dia. Com capacidade de transporte de 420 passageiros por composição, o sistema chegará a até 300 mil passageiros por dia quando entrar em operação plena. Intervalos entre um trem e outro poderão variar de três a 15 minutos, de acordo com linha, demanda e horário.
Também muda a rotina da cidade a forma de pagamento: sem catracas ou cobradores, o próprio passageiro valida o bilhete em máquinas dispostas no interior do trem. O sistema utilizará Bilhete Único e bilhetes unitários adquiridos nos terminais de autoatendimento (ATM) instalados nas paradas e postos de venda do RioCard. Quem não validar a passagem estará sujeito a multa conforme regulamentação em elaboração pelo município.
O projeto prevê entrega e operação de 32 trens de 3,82 metros de altura, 44 metros de comprimento por 2,65 metros de largura, com capacidade para 420 passageiros. Os primeiros cinco trens foram produzidos na França, em La Rochelle. Acordo de transferência de tecnologia viabilizado pelo regime de parceria público-privada (PPP) entre a Prefeitura do Rio e a Concessionaria do VLT Carioca garante 60% de conteúdo local. As unidades em construção no Brasil são do modelo Citadis, operado sem catenárias (cabos aéreos para a alimentação por energia elétrica). No modelo carioca, a alimentação se dá por duas fontes de energia: um terceiro trilho energizado e supercapacitores.
Para guiar os trens, atualmente há 28 condutores em fase final de treinamento e habilitação. Outras duas turmas formarão mais 40 profissionais a partir de março. O curso de formação tem duração total de sete meses. Para as duas turmas iniciais, o primeiro mês de aulas levou os alunos à França, ao centro de treinamento da RATP, empresa responsável pela operação do metrô e VLT de Paris. Os condutores tiveram acesso a vias de teste planejadas especialmente para o curso, conduziram veículos sem passageiros e treinaram ações rotineiras como aceleração e frenagem em trechos de travessia de pedestres e sistema de semáforos. No Rio, seguem o treinamento com módulos específicos de ambientação ao novo modal.
A implantação do VLT tem custo de R$ 1,157 bilhão, sendo R$ 532 milhões com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade e R$ 625 milhões viabilizados por meio de uma parceria público-privada (PPP) da Prefeitura do Rio. A segunda etapa, Central-Barcas, deverá entrar em operação no segundo semestre.
A tecnologia é considerada uma alternativa limpa, já que utiliza um sistema próprio de transmissão de energia pelo solo, contribuindo para a redução da emissão de poluentes. A energia é proveniente de um terceiro trilho instalado entre os trilhos de rolamento do veículo com alimentação apenas quando o trem passa sobre ele. As composições dispõem ainda de um supercapacitor embarcado (uma super bateria) que recebe energia da rede e pode ser recarregado por meio da energia absorvida no processo de frenagem do trem.
Mais informações: www.portomaravilha.com.br/veiculolevesobretrilhos
Foto de J.P.ENGELBRECHT
Foto de J.P.ENGELBRECHT
Nenhum comentário:
Postar um comentário