segunda-feira, 4 de julho de 2016

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Foto: Tiago Ferreira

Câmara inaugura o Museu do Legislativo

A solenidade de inauguração do Museu do Legislativo, na noite desta quinta-feira (30), reuniu personalidades que construíram a história recente da cidade e recordou nomes do passado que deixaram sua marca. Foi o caso de Cláudio Moacyr de Azevedo (1935-1995), que dá nome ao palácio da sede antiga da Câmara Municipal de Macaé, onde funcionará o museu.

Seja em seu papel à frente da prefeitura de Macaé e como deputado estadual, seja na atuação como advogado defendendo presos políticos, Cláudio foi mencionado pelos que discursaram na cerimônia. “Era um ser de luz, até hoje nos ajuda com sua determinação e seus exemplos”, disse a sobrinha dele, Elisabeth Azevedo, em documentário exibido durante o evento.

Ao vídeo, no qual foram entrevistados ainda ex-vereadores e outras pessoas com depoimentos significativos para a história do Legislativo, algumas delas presentes na inauguração, seguiram-se os discursos. O primeiro foi uma contextualização histórica, feita pela secretária de Educação, Marilena Garcia, primeira vereadora do interior do Estado e idealizadora da luta pelos royalties do petróleo nos anos 1980.

Recordando luzes e sombras da política macaense, mencionou o prefeito Eduardo Serrano, cassado nos anos 1950 por ser homossexual, a resistência ao regime militar, as lutas dos ferroviários e a criação do sindicato dos professores. “Esta Casa foi sempre um tambor de ressonância das lutas da sociedade”. A cronologia de Marilena termina com a realização de concursos públicos para a Câmara, a partir de 2008.

História recente e emoção

“Este museu recupera sentimento pela história que achávamos que tínhamos perdido”, afirmou Marilena. Sobre a crise atual do petróleo, ela comentou: “Macaé foi a única atingida no nível com que estamos sendo impactados”. Maxwell Vaz (SD), que idealizou o museu, contou brevemente como surgiu o projeto, a partir de 2013. “Parabenizo o vereador Maxwell por essa realização. O impacto causado pela Petrobras fez com que perdêssemos um pouco o contato com nossa identidade, que agora o museu contribui para resgatarmos”, disse Igor Sardinha (PRB).

“O museu vem recolocar este prédio para a sociedade, como espaço de memória e aprendizagem, para repensarmos a cidade nesse momento de crise do nosso modelo de democracia”, disse Marcel Silvano (PT). Além dos vereadores, a mesa foi composta por autoridades e representantes dos mais importantes setores da cidade. Destacou-se o discurso presencial, emocionado, de Elisabeth, sobre o tio: “Com ele, aprendi a lutar para que haja uma política do amor”. Também discursaram os ex-vereadores Humberto Assunção e Roberto Mourão.

“Eu, apaixonado como sou pela Macaé antiga, sempre quis que a Petrobras fosse embora. E, agora, estou surpreso que um petroleiro (referência a Maxwell) tenha apresentado o projeto para o museu com objetivo de preservar a história da cidade que eu amo. Reconheço as possibilidades que foram abertas para os filhos de Macaé, mas lamento o enorme impacto causado”, declarou, no último discurso da noite, o presidente da Casa, Eduardo Cardoso (PPS). Em seguida, foi descerrada a placa de criação e cortada a fita de inauguração do Museu.














Jornalista: Marcello Riella Benites.
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