Ricardo Meirelles celebra 40 anos como teatrólogo e lança livro
Para as cerca de 150 pessoas presentes no lançamento do livro 'Disse Ade
us às Ilusões e Embarcou para Hollywood', ocorrido na noite desta quinta-feira (20), no Solar dos Mellos, o teatrólogo Ricardo Meirelles (68) fez jus ao fato de ser a grande referência cultural de Macaé nos dias atuais. Há 40 anos o sonho de ter suas peças de teatro encenadas a nível nacional foi realizado. A partir de então, premiações pelas mãos de ministros da Cultura e citações positivas de críticos em grandes jornais passaram a ser comuns.
us às Ilusões e Embarcou para Hollywood', ocorrido na noite desta quinta-feira (20), no Solar dos Mellos, o teatrólogo Ricardo Meirelles (68) fez jus ao fato de ser a grande referência cultural de Macaé nos dias atuais. Há 40 anos o sonho de ter suas peças de teatro encenadas a nível nacional foi realizado. A partir de então, premiações pelas mãos de ministros da Cultura e citações positivas de críticos em grandes jornais passaram a ser comuns.
No evento no Solar dos Mellos, órgão público vinculado à Fundação Macaé de Cultura (FMC), havia uma sala com 21 painéis mostrando suas peças como, por exemplo, 'Ferocidade', 'Um Convidado Especial', 'A Noite de Tereza Cibalena', 'Amigos' e outras. Também havia registro, nesse espaço, acostumado a exibir exposições culturais, de quesitos como a máquina de escrever que Ricardo utilizava para compor suas peças, na década de 1970, além de lembranças de seus manuscritos e rascunhos.
Em sua trajetória ocorreu, em fins do século passado, exibição de algumas de suas peças em várias capitais brasileiras e internacionais como Reykjavík (IS) e Caracas (VEN), além da cidade alemã de Colônia. Ricardo, que também teve em Macaé a função de vice-prefeito e professor de História, atualmente é o vice-presidente de Acervo e Patrimônio Histórico da FMC.
Uma vitória pessoal e de Macaé
Presente ao evento estava o professor José Augusto Abreu Aguiar (66). Ele disse que os 40 anos do teatrólogo no ramo da dramaturgia representa uma vitória pessoal e da cidade de Macaé. "Ricardo poderia alçar voos maiores, mas não quis deixar sua cidade. Mesmo assim seu nome está gravado na história do teatro brasileiro", justifica.
Representando a presidente da Fundação Macaé de Cultura, Tânia Jardim, Jorge Magalhães disse que Ricardo Meirelles é um expoente da cultura de Macaé, sendo motivo de orgulho para os macaenses como teatrólogo e como professor, tendo uma obra importante, vasta e rica.
Já o jornalista e fotógrafo Romulo Campos (66) foi enfático. "Ser contemporâneo de Ricardo Meirelles é algo sensacional e dividir com ele alguns trabalhos preencheu a minha vida significativamente. Ele é um dos mais expressivos e importantes dramaturgos brasileiros", comenta.
A escritora e professora de Literatura aposentada Regina Celi fez uma ligação entre o fato do autor ser concomitantemente historiador e teatrólogo, como ter elevada cultura expressada em suas peças. "Além do mais seus textos focam na esfera social e de relações humanas", analisa.
- A obra dele é atual mesmo tendo sido escrita há décadas. Levo para ele conferir e avaliar meus projetos culturais – afirma o diretor de teatro Márcio Gonçalves, acrescentando que: "Ricardo escreve o cotidiano com espírito visionário. Sua obra é o que temos de maior brilho na literatura teatral macaense".
Histórico do autor
Em abril de 1976 deu-se a primeira montagem a nível nacional da peça 'Disse Adeus às Ilusões e Embarcou para Hollywood'. A capital gaúcha (Porto Alegre) teve em seu teatro de Arena sua exibição, cuja interpretação coube às atrizes Ivone Hoffmann e Marlise Sauerssig; o diretor foi Jairo de Andrade. A sinopse dessa peça é a seguinte: duas mulheres criam fantasia absurda para compensar a solidão e a falta de perspectiva de vida.
Com essa peça valorizada e encenada em Porto Alegre, Ricardo Meirelles pode se lançar de modo mais eficaz para a dramaturgia nacional, partindo do fato que dois anos antes, em 1974, houve a leitura desse mesmo texto, na cidade de São Paulo. Esse trabalho foi lido por Regina Duarte (na época chamada carinhosamente de namoradinha do Brasil, devido ao sucesso da novela Carinhoso) e Ethi Freiser, dirigida por Silvio Zimber, no teatro Paiol.
Incentivado a escrever, o teatrólogo produziu as peças 'Ferocidade' e 'Palácio dos Urubus', exibidas nas cidades brasileiras de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Manaus e nas cidades europeias de Colônia e Reykjavic, além da sul-americana Caracas, capital da Venezuela.
Em 2001 o grupo teatral Acto, de Macaé, fez a Mostra de Teatro 'Ricardo Meirelles', com as peças: 'Amigos', 'Disse Adeus às Ilusões e Embarcou para Hollywood', 'Delicioso Horror' e 'Um Convidado Especial'. Elas foram exibidas no Teatro Municipal de Macaé. A última peça que ele escreveu foi terminada no final de 2015, intitulada 'Depois daquela Noite'.
Texto publicado em alemão sobre o trabalho do teatrólogo elogia seus textos, inclusive rádio daquele país referiu-se positivamente a suas peças. Publicações e fotos, nas quais os ministros da Cultura Aluízio Pimenta e Ney Braga lhe conferem homenagens e medalhas, além de citações positivas de críticos no extinto Jornal do Brasil (JB) e nos jornais O Globo e Correio do Povo (Porto Alegre), também podiam ser vistas no Solar dos Mellos.
- Escrever para mim é uma grande alegria e ter nesses quarenta anos meus trabalhos como teatrólogo reconhecidos aumenta ainda mais minha felicidade, quando passei em minhas peças assuntos concernentes ao dia a dia das pessoas no mundo atual – conclui o teatrólogo.
Jornalista: Alexandre Bordalo
Foto: João Barreto
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