Com pandemia, consumidor do Rio vai às compras apenas uma vez por mês
Pesquisa revela que 84% reservam um dia do mês para ir ao supermercado
Publicado em 26/04/2021 - 16:48 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
Com a pandemia de covid-19, os consumidores do Rio de Janeiro estão procurando fazer as compras em supermercados apenas uma vez ao mês. É o que revela pesquisa feita pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) com 1.300 pessoas, entre os dias 22 e 25 de abril, em estabelecimentos das zonas norte e oeste da capital.
Entre os entrevistados, 84% disseram que destinavam um dia do mês para as compras e que o motivo principal era a pandemia, 10% responderam dois dias e 6% que vão semanalmente ao supermercado.
O presidente da Asserj, Fábio Queiróz, disse que o percentual não surpreendeu e comprovou que os consumidores estão respeitando as normas de não aglomeração. Segundo Queiroz, o setor vem acompanhando o movimento ao longo da pandemia, e a ida limitada aos supermercados é um efeito claro e direto da situação e das orientações dadas aos consumidores. "Agora, 84% é um percentual que nos deixa bastante satisfeitos, porque vai ao encontro de toda a orientação de não aglomeração”, disse em entrevista à Agência Brasil.
No início da pandemia, o consumidor chegou a fazer uma corrida aos supermercados porque temia o desabastecimento. Queiroz destacou que isso mudou na medida em que a Asserj garantiu a manutenção dos produtos, monitorando toda a cadeia de consumo e trabalhando com estoques altíssimos.
"Se tivesse algum problema, ainda teríamos bastante estoque para consertar. A estratégia deu certo, e a população ajudou também. Quando ela olhou as gôndolas abastecidas, freou esse movimento e a gente foi navegando até hoje. Países muito mais desenvolvidos sucumbiram à tarefa de abastecer o seu povo em menos tempo. Não é o nosso caso, em absoluto”, afirmou.
Conforme a pesquisa, 60% dos entrevistados fazem as compras sozinhos, 36% têm um acompanhante e 4% vão com mais de três pessoas. Queiróz elogiou a mudança nos hábitos do consumidor, que atendeu aos pedidos do setor, mas disse que ainda é preciso melhorar. “Agradeço a esses 60% mas espero que possamos aumentar os números. O ideal, no momento, é fazer as compras sozinho”, reforçou.
Compras online
Queiróz destacou que permanece a preferência do consumidor pela compra de produtos congelados, produtos de higiene e limpeza, sucos e bebidas. Para ele, é natural que produtos ligados à saúde, como os de limpeza, estejam entre os mais procurados.
Desde o início da pandemia, os supermercados reforçaram o sistema de compras online e delivery para atender à demanda. No entanto, 96% dos entrevistados na pesquisa disseram que preferem comprar presencialmente e só 4% usam os canais digitais para isso.
Segundo o presidente da Asserj, a compra presencial é um hábito do consumidor, que, no entanto, passou a procurar também as entregas e, por isso, as lojas tiveram que se equipar, destacando uma área no depósito apenas para atender esse tipo de serviço e agilizar a chegada dos produtos aos consumidores. “Houve muita modificação no setor em relação ao delivery. Ficamos mais especializados, fizemos treinamentos mais constantes, principalmente no começo da pandemia, que foi uma loucura, mas o varejo responde rápido. Hoje a gente tem as entregas em prazo razoável.”
Protocolos de segurança
A confiança nos protocolos de segurança contra a covid-19 é importante para os consumidores e 88% relataram que se sentem seguros nos supermercados. “É um número altíssimo, muito bom a ser comemorado, mas sem arrefecer. Protocolos de segurança são para ser 100% cumpridos. Não tem tolerância. Fico feliz com 88% de aprovação. Tem investimento, mas tem, principalmente disciplina. É uma tarefa diária com os colaboradores e clientes para que cumpram os protocolos”, afirmou Queiróz, ressaltando que este é um comportamento que vai ficar depois da pandemia.
“Consumidores, mesmo no pós-pandemia, preferem ir a locais mais seguros, aqueles em que serão mais bem atendidos. Não estou dizendo que serão mal atendidos. Estou dizendo que a sensação de segurança do consumidor determinará o local onde ele fará as compras”, concluiu.
Edição: Nádia Franco
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