A redução gradativa dos casos de hanseníase nos últimos anos e a estrutura oferecida para o tratamento e diagnóstico da doença tornam Belém um modelo a ser seguido por outros municípios do país no que se refere ao combate à hanseníase. A afirmação é do ministro da Saúde, Ricardo Barros, em visita à capital paraense para uma intensa programação, nesta quarta-feira, 31, que contemplou a abertura da Campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase, na sede do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado (Igeprev) e também visitas à Unidade Municipal de Saúde da Vila da Barca e à Carreta da Saúde instalada no Portal da Amazônia.
De acordo com Barros, o combate à hanseníase é feito a partir da motivação das pessoas para procurar os serviços de saúde para diagnóstico e tratamento, assim como dos serviços chegarem até as comunidades em busca de possíveis casos. “A tendência dessas pessoas é se recolher, se isolar, e nós não conseguimos diagnosticar e tratar. Mas atitudes com a busca ativa de doentes e o diagnóstico precoce são fundamentais para que a gente possa diminuir os casos de hanseníase e curar as pessoas que já estão com o problema”, destacou.
Em Belém, o Programa de Controle da Hanseníase, com ações preventivas, diagnóstico e tratamento da doença está implantado em 100% das unidades do município (24 Unidades Municipais de Saúde e 54 Unidades Saúde da Família), o que contribuiu para a redução de 30,4% dos casos novos de hanseníase nos últimos sete anos. Em 2016, foram diagnosticados e tratados 265 pacientes no município. Já em 2017, este número caiu para 149 novos casos.
Para o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, a redução dos casos é resultado de um trabalho de conscientização a partir das unidades básicas de saúde. “A gente espera que o diagnóstico precoce ajude a reduzir mais ainda a incidência da doença. Estamos investindo nas áreas mais periféricas, onde temos maior índice de hanseníase, levando infraestrutura e, sobretudo, informação”, garantiu.
As ações alusivas ao Dia Mundial de Luta contra Hanseníase fazem parte da programação do "Janeiro Roxo" promovida pela Sesma e continuam até o dia 04 de fevereiro com o apoio da "Carreta da Saúde" da Novartis, que disponibiliza na estrutura cinco consultórios móveis, onde profissionais médicos e de enfermagem da rede municipal de saúde, atuarão para garantir o diagnóstico precoce e oportuno da doença. Até o dia 02 de fevereiro, a carreta da saúde segue no Portal da Amazônia e nos dias 03 e 04 de fevereiro, a carreta estará no Mangueirão, sempre de 8h às 14h com atendimento gratuito. O público-alvo são homens com idades entre 20 a 49 anos, mas a ação é extensiva para a população em geral.
O secretário municipal de Saúde, Sérgio Figueiredo, ressaltou que as unidades de saúde municipais já possuem uma rotina consolidada de cumprimento dos protocolos para alertar sobre os sinais e sintomas da doença, assim como estimular a procura pelos serviços de saúde em caso de suspeita, mobilizar a busca ativa de casos novos e o exame dos contatos (pessoas próximas ao doente) pelos profissionais de saúde,além de favorecer o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e o enfrentamento ao estigma e discriminação. “Nossos profissionais são anualmente capacitados e estão aptos para este atendimento de forma eficiente. Hoje estamos com uma taxa de abandono do tratamento em cerca de 4%, o que significa que quem chega ao nosso serviço é tratado adequadamente e consegue alta por cura em quase 90% dos casos”, reforçou.
Por Paula Barbosa