Rios de 9 municípios acreanos começam a apresentar sinais de vazante
Com a diminuição do volume das chuvas ocorridas em todo o estado neste fim de semana, um relatório enviado pela Coordenação Estadual de Defesa Civil (Cepdec) registrou vazante em nove dos dez municípios acreanos atingidos pela cheia. Os dados foram atualizados neste domingo, 21, e, além da medição dos rios, traz a estimativa de famílias que estão sendo direta e indiretamente afetadas pelas enchentes.
Entre os mananciais que apresentaram vazante estão o Rio Acre, em Rio Branco, com 15,43m; o Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, com 14,31; Rio Tarauacá, no município de Tarauacá, 9,40; Rio Envira, em Feijó 14,49; e Rio Purus, em Santa Rosa, 6,84; além dos rios dos municípios de Jordãoo, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, que não possuem medição por réguas, mas que também apresentaram sinal vazante. O único que se mantém subindo é o Rio Iaco, em Sena Madureira, medindo 18,05 m.
Com a estimativa de 130 mil pessoas atingidas pela alagação, o governador do Acre, Gladson Cameli, já decretou estado de emergência na última terça-feira, 16, pedindo apoio do governo federal. O presidente da República, Jair Bolsonaro, já sinalizou apoio à população acreana, anunciando a vinda já na próxima quarta-feira, 24, para verificar de perto a situação das enchentes.
Além do problema com a cheia dos rios e centenas de desabrigados, o Acre também enfrenta surto de dengue, crise migratória na fronteira com o Peru e a lotação dos leitos hospitalares, em decorrência da pandemia do coronavírus.
Panorama cidade a cidade
– Cruzeiro do Sul:
O Rio Juruá chegou à marca de 14,36m no sábado, 20, registrando a maior cheia já vivenciada pelo município desde 2017, quando atingiu a marca de 14,27m. O nível do rio ultrapassou a cota de transbordo, de 13m. Aproximadamente 2,3 mil pessoas já foram impactadas direta ou indiretamente pela alagação. Todas estão vivendo em aluguel social ou em escolas do perímetro urbano ou rural. O município decretou situação de emergência na segunda-feira, 15, e o decreto é válido por 60 dias. Para ajudar as famílias afetadas, o governo doou um total de 500 cestas básicas.
– Tarauacá:
Chegando a medir 11m no sábado, 20, o Rio Tarauacá apresentou vazante de 1,6 m, o que reduziu o número para 9,40m neste domingo, 21. A cidade foi uma das mais afetadas pela enchente, chegando a atingir 90% da população e nove dos oito bairros existentes. O número de pessoas atingidas chega a 28 mil. A cidade decretou calamidade pública na quinta-feira, 18, com 77 famílias desabrigadas e outras 38 desalojadas. Para ajudar, o governo do Estado já entregou mais de duas mil cestas básicas e produtos de limpeza ao município.
– Sena Madureira:
A cidade é a segunda do estado em situação mais crítica, com a cheia do Rio Iaco chegando a atingir uma estimativa de 17.376 pessoas. Dessas, 1.462 famílias estão desabrigadas e 2.525 desalojadas. No sábado, o rio chegou a medir 18,02m, mas subiu mais três centímetros no domingo, 21, alcançando os 18,05m. Essa é a segunda maior cheia Na cidade desde 1997, quando rio marcou 19,40m. Para ajudar, o governo já distribuiu mais de dez toneladas de alimentos e produtos de limpeza.
– Rio Branco:
Na capital, o Rio Acre, que chegou a medir 15, 80m, também apresentou vazante neste fim de semana, medindo 15,43m. No total, 22 bairros foram atingidos pela cheia e 75 pessoas precisaram ser removidas para abrigos montados pela prefeitura. A estimativa é de que 13,7 mil pessoas tenham sido afetadas direta e indiretamente. Para ajudar, o governo está auxiliando as famílias com mantimentos e produtos de limpeza.
– Feijó:
O Rio Envira, que no sábado, 20, chegou à marca de 14,24m, também apresentou vazante de quatro centímetros neste domingo, 21, regredindo para a marca de 14,20m. Com a cheia, o município já tem uma estimativa de 3,2 mil pessoas afetadas, entre elas 90 famílias desabrigadas e outras 35 desalojadas. Ao todo são três bairros afetados, entre eles: Aristides, Terminal e bairro do Hospital, segundo informou a Defesa Civil. O governo também garante assistência com ações em saúde e distribuição de alimentos.
-Santa Rosa do Purus:
O Rio Purus, em Santa Rosa, mantém situação de vazante, regredindo 1,23m de sábado, 20, quando estava com 8,27m, para o domingo, 21, quando mediu 6,84m. A estimativa é de 1.528 pessoas atingidas, sendo 55 famílias desabrigadas e outras 18 desalojadas. Três bairros foram afetados e, para atender a demanda, foram montados cinco abrigos no município, sendo quatro em escolas e um em academia. Três escolas foram ocupadas por indígenas. Para ajudar, o governo também enviou cestas básicas e produtos de limpeza ao município.
– Jordão:
Sem régua para medição, o Rio Tarauacá, no Jordão, estava visivelmente abaixo da cota de transbordamento, que e de 7,50m. Quanto às famílias desabrigadas, foram 11 e desalojadas 12, mas, pelo recuo das águas, já retornaram para suas residências. A estimativa de afetados chega a 3.080 pessoas. Para ajudar A população, o governo também já enviou mantimentos e produtos de limpeza.
– Porto Walter:
Também sem régua para medição das águas, o Rio Juruá aparentemente segue em baixa. A cota de alerta é de 9m e a de transbordamento 9,70m. No total, 800 pessoas foram atingidas pela enchente, sendo 42 famílias desabrigadas e outras 11 desalojadas. A prefeitura decretou calamidade pública na quarta-feira, 16. Para ajudar, o governo presta assistência com envio de alimentos e produtos de limpeza.
– Mâncio Lima e Rodrigues Alves
Nesses dois municípios a Defesa Civil não emitiu atualização sobre a medição dos rios, mas, segundo o monitoramento visual, seguem estáveis. Em Mâncio Lima, um total de três mil pessoas foram afetadas, já em Rodrigues Alves 3,5mil. Para ajudar, o governo também tem enviado assistência em saúde e mantimentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário