Protestos contra os
governos estaduais e municipais terminaram em confrontos entre
manifestantes e policiais no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
No
Rio, policiais da Tropa de Choque usaram bombas de gás lacrimogêneo e
de efeito moral para dispersar manifestantes que tentavam chegar em
frente ao Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, no bairro de
Laranjeiras, Zona Sul da cidade. A passeata, que começou por volta das
18 horas, na Praça São Salvador, foi impedida pela polícia de se
aproximar do palácio.
Com a dispersão, os manifestantes se
espalharam por ruas internas do bairro e os policiais continuaram o
patrulhamento no local, usando inclusive carros blindados, conhecidos
como caveirões. Com medo de tumulto e depredação, os comerciantes
fecharam as portas.
Os manifestantes pediam mais uma vez o impeachment do
governador Sérgio Cabral, cobraram o paradeiro do pedreiro Amarildo de
Souza, desaparecido há exatamente um mês, no dia 14 de julho, na
Rocinha, e defenderam pautas como o passe livre no transporte e a
desmilitarização da Polícia Militar. A maioria era ligada ao grupo Black
Bloc, que usa roupas pretas e os rostos cobertos.
Durante o
protesto, o trânsito ficou fechado por cerca de 30 minutos na Rua
Pinheiro Machado, uma das principais vias da região, que liga o Centro à
Zona Sul através do Túnel Santa Bárbara.
Protestos em Porto Alegre
Manifestantes
que protestavam em frente à prefeitura de Porto Alegre entraram em
confronto com policiais militares e guardas municipais na noite desta
quarta-feira, depois que um grupo foi barrado ao tentar invadir o
prédio. Um adolescente foi apreendido e um PM foi agredido, e diversas
vidraças da prefeitura foram quebradas.
A
multidão se reuniu por volta das 18h30 em frente ao paço municipal.
Apesar do início pacífico, o clima entre manifestantes e os guardas
municipais que faziam a segurança da prefeitura era hostil, enquanto
grupos minoritários chegaram a cuspir em direção aos agentes públicos.
Um
grupo de manifestantes pediu aos guardas que permitissem a sua entrada
na prefeitura, com o objetivo de conversar com algum secretário
municipal a respeito do projeto de passe livre no transporte público da
capital gaúcha. Barrados pela segurança, os manifestantes se dirigiram
aos fundos da prefeitura, na avenida Siqueira Campos, onde tentaram
invadir a prédio.
Um policial militar que acompanhava a ação
deteve um dos manifestantes, mas foi derrubado e agredido por um grupo
de pelo menos 15 pessoas. Em seguida, houve reforço na segurança, com a
chegada de tropas da Brigada Militar (a Polícia Militar gaúcha) e da
Guarda Municipal, dando início a um grande confronto.
Com o detido
imobilizado, a Tropa de Choque disparou bombas de gás e de efeito moral
contra a multidão, que se dispersou. Segundo a Brigada Militar, o
detido era um adolescente, que foi encaminhado à Delegacia Especial da
Criança e do Adolescente. O PM agredido sofreu ferimentos no rosto e na
mão, e foi conduzido ao Hospital de Pronto-Socorro, onde receberá
atendimento médico.
Por volta das 19h40, o grupo voltou a se concentrar ao lado do Mercado Público.
Confrontos em São Paulo
Um
grupo de manifestantes tentou invadir a Câmara Municipal de São Paulo
no início da noite desta quarta-feira e entrou em confronto com a
Polícia Militar. Eles protestam contra o desvio de recursos destinados a
obras no metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e
afirmam que a ocupação do Legislativo paulistano seria em solidariedade
aos 10 manifestantes que estão no Plenário da Câmara do Rio desde
sexta-feira. O grupo chegou em frente ao prédio da Câmara por volta das
19h e tentou derrubar as grades que protegem o edifício. Pedras e bombas
caseiras foram atiradas, e uma das vidraças da Casa foi quebrada.
A
Polícia Militar faz um cordão de isolamento em frente ao prédio, mas
diante da pressão dos manifestantes, usou spray de pimenta e bombas de
efeito moral para dispersar o grupo. Houve muita correria pelas ruas da
região.
Mais cedo, uma comissão de 15 manifestantes entrou na
Câmara acompanhada por policiais para uma reunião com o presidente da
Casa, José Américo Dias. Eles continuavam reunidos por volta das 19h15.
O
ato, organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) e pelo Sindicato dos
Metroviários de São Paulo, começou às 15h no Vale do Anhangabaú. Por
volta das 16h, o grupo, de cerca de 1,5 mil manifestantes, saiu em
caminhada em direção à prefeitura de São Paulo.
Em seguida, os
manifestantes passaram pela rua Libero Badaró e protestaram em frente ao
Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Depois, ele se dirigiram para a
Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos a fim de entregar uma
carta de reivindicações para o secretário Jurandir Fernandes. No local,
eles enrolaram uma catraca com uma atadura e atearam fogo no
equipamento. Um boneco do governador Geraldo Alckmin (PSDB) também foi
queimado.
Na sequência, o grupo seguiu em direção à praça da Sé,
onde fez um ato rápido, no qual afirmava que os manifestantes não sairão
das ruas até o passe livre ser aprovado. Depois, a caminhada seguiu
para a Câmara Municipal de São Paulo.
Outro grupo seguiu em
direção à Assembleia Legislativa onde houve novos tumultos. Os
manifestantes foram dispersados pela PM com bombas de efeito moral e gás
lacrimogêneo. Dois ficaram feridos.
Com Agência Brasil
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