O deputado estadual
Marcelo Freixo (Psol) entrou com denúncias contra o governador Sérgio
Cabral nos Ministérios Públicos Estadual e Federal, além do pedido de
impeachment protocolado na Assembleia Legislativa (Alerj) na
última terça-feira (20/08), todos baseados na mesma questão: o
favorecimento do escritório da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo. O
Ministério Público Federal deve investigar se o governador cometeu crime
ao usar o cargo, e o Ministério Público Estadual tem que analisar a
incidência de improbidade administrativa.
Freixo
ressalta as acusações de favorecimento do escritório de advocacia da
primeira-dama, publicadas pela revista Veja no último final de semana.
Antes de Sérgio Cabral assumir o cargo, as empresas ligadas ao governo
do estado do Rio de Janeiro respondiam por 2% da receita do
Coelho&Ancelmo Advogados. A partir de 2007, no início do primeiro
mandato de Cabral, a participação dessas empresas na receita pulou para
60%.
"São
três pedidos, mas a denúncia é a mesma. Houve um crescimento enorme de
empresas que tinham alguma relação com o governo sendo atendidas
pelo escritório da primeira-dama, as que têm concessão, caso do Metrô e
da Supervia, e empresas com relações comerciais, que ganharam dispensa
de licitação do governo do estado. Por que essas empresas todas
escolheram o escritório durante o governo de Sérgio Cabral e não antes? É
evidente que isso tem que ser investigado. Se o Ministério Público
Federal, Estadual e a Assembleia Legislativa não acatarem as denúncias,
terão que justificar sua decisão. Essas denúncias são muito graves",
declarou Marcelo Freixo.
Como a família é uma unidade econômica,
ele ressalta, se houve favorecimento do escritório de Adriana,
este favorecimento atinge também o governador. O andamento dos
processos, agora, é de responsabilidade de cada órgão. "Fiz a denúncia,
mas a responsabilidade agora é deles (Ministério Público e mesa
administrativa da Assembleia). A gente pede que os órgãos façam as
investigações que cabem a eles".
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