domingo, 18 de agosto de 2013

Professores em greve fazem passeata na Praia de Copacabana


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Cerca de 250 professores das redes estadual e municipal do Rio fizeram uma manifestação neste domingo (18), na Praia de Copacabana, Zona Sul. O grupo se concentrou na Avenida Atlântica, na altura da Avenida Princesa Isabel, e seguiu em direção ao Forte de Copacabana, no Posto 6, gritando palavras de ordem e exibindo cartazes. Ao final, os professores fizeram um enterro simbólico do governador Sérgio Cabral. 

A categoria está em greve, reivindicando reajuste salarial, plano de carreira e revisão do veto do governador Sérgio Cabral ao projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que garante ao professor uma matrícula para uma escola. Eles também querem que o ponto dos grevistas não seja cortado.

O prefeito Eduardo Paes afirmou no sábado (17) que cortará o salário dos profissionais que estão em greve. Por sua vez, os grevistas afirmam que se isto acontecer, as aulas não serão repostas.

 A ação civil movida pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) contra o município do Rio de Janeiro, que pedia que os pontos dos professores não fossem cortados a partir de segunda-feira (19), foi indeferida pela 7ª Vara de Fazenda Pública.  O juiz Eduardo Antonio Kalusner argumentou que, apesar de o direito de greve ser constitucional, o sindicato teria notificado a Secretaria municipal de Educação informando apenas uma paralisação no dia 8 de agosto.

Professores exigem soluções do governo 


Após a manifestação de sexta-feira (16/8) em frente ao Palácio Guanabara, os professores da rede estadual decidiram estender os protestos para outras partes da cidade. Em greve há uma semana, a categoria reivindica 28% de reajuste salarial para cobrir perdas dos últimos anos. O reajuste salarial de 8% aprovado pela Assembleia Legislativa, segundo eles, é insatisfatório. O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) tentou negociar com o governo do estado, mas não teve sucesso.

As reivindicações seguem nos próximos dias e algumas manifestações já estão agendadas. Na segunda-feira (19), a categoria vai à casa do Governador Sérgio Cabral cobrar esclarecimentos. E na quarta-feira (21), os professores se reúnem no Club Municipal, na Tijuca. 

Dentre as reivindicações da categoria, estão também a autonomia para eleger diretores de escolas, a redução da carga horária de 40 para 30 horas semanais para funcionários administrativos, o fim do plano de metas e a derrubada do veto ao projeto de lei 2.200, que vincula cada professor a apenas uma escola.

A Secretaria de Estado de Educação afirma que pretende discutir o projeto de lei, mas que a adesão imediata causaria déficit de professores. O órgão ainda afirma que apenas 25% dos professores se encontram lecionando em mais de uma escola. Para o Coordenador Geral do Sepe, Alex Trindade, esse número ainda é preocupante e revela uma postura equivocada do governo frente às condições de trabalho dos professores, que enfrentam problemas de deslocamento e cansaço físico.

De acordo com a Secretaria de Educação, o reajuste de 8% foi acima da inflação, de 5,8%, e do reajuste do piso nacional, de 7,9%. Apesar disso, o baixo salário ainda obriga professores a cumprir jornadas cansativas em diversas escolas, incluindo da rede particular.

Os professores também exigem 1/3 da carga horária voltada para o planejamento acadêmico que, segundo a Secretaria de Educação, é cumprido por lei. Mas, de acordo com Alex Trindade, apenas 25% da carga horária é direcionada a esse planejamento.  

A Secretaria de Educação ainda afirma que pode iniciar o processo de demissão dos professores que aderirem à greve. Para Alex Trindade, essa postura só reforça a falta de diálogo com o governo: “A greve é legítima, é um direito garantido por lei. Esse tipo de atitude só mostra o autoritarismo da Secretaria de Educação.”

A greve da rede estadual tem adesão de 40% a 45% dos professores, de acordo com o Sepe. Mas a Secretaria Estadual de Educação diz que apenas 0,5% dos professores do Estado seguem aderindo ao movimento.

Reunião com Pezão

Na última segunda-feira (12), os grevistas se reuniram com o vice-governador do Estado, Luis Fernando Pezão, no Palácio Guanabara. A reunião não apresentou mudanças e ainda gerou mais mal-estar entre o governo e os manifestantes. O político se mostrou irredutível quanto ao reajuste, alegando falta de verba do governo. Além disso, afirmou que as faltas dos professores grevistas não serão abonadas.

Na segunda-feira (19), o Sepe se reúne com o Subsecretário de Gestão de Pessoas, Luiz Carlos Becker Júnior, e busca resoluções para a questão.

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