Cerca de 250
professores das redes estadual e municipal do Rio fizeram uma
manifestação neste domingo (18), na Praia de Copacabana, Zona Sul. O
grupo se concentrou na Avenida Atlântica, na altura da Avenida Princesa
Isabel, e seguiu em direção ao Forte de Copacabana, no Posto 6, gritando
palavras de ordem e exibindo cartazes. Ao final, os professores fizeram
um enterro simbólico do governador Sérgio Cabral.
A
categoria está em greve, reivindicando reajuste salarial, plano de
carreira e revisão do veto do governador Sérgio Cabral ao projeto
aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que garante ao
professor uma matrícula para uma escola. Eles também querem que o ponto dos grevistas não seja cortado.
O
prefeito Eduardo Paes afirmou no sábado (17) que cortará o salário dos
profissionais que estão em greve. Por sua vez, os grevistas afirmam que
se isto acontecer, as aulas não serão repostas.
A
ação civil movida pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação
(Sepe) contra o município do Rio de Janeiro, que pedia que os pontos
dos professores não fossem cortados a partir de segunda-feira (19), foi
indeferida pela 7ª Vara de Fazenda Pública. O juiz Eduardo Antonio
Kalusner argumentou que, apesar de o direito de greve ser
constitucional, o sindicato teria notificado a Secretaria municipal de
Educação informando apenas uma paralisação no dia 8 de agosto.
Professores exigem soluções do governo
Após
a manifestação de sexta-feira (16/8) em frente ao Palácio Guanabara, os
professores da rede estadual decidiram estender os protestos para
outras partes da cidade. Em greve há uma semana, a categoria reivindica
28% de reajuste salarial para cobrir perdas dos últimos anos. O reajuste
salarial de 8% aprovado pela Assembleia Legislativa, segundo eles, é
insatisfatório. O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação
(Sepe) tentou negociar com o governo do estado, mas não teve sucesso.
As
reivindicações seguem nos próximos dias e algumas manifestações já
estão agendadas. Na segunda-feira (19), a categoria vai à casa do
Governador Sérgio Cabral cobrar esclarecimentos. E na quarta-feira (21),
os professores se reúnem no Club Municipal, na Tijuca.
Dentre as
reivindicações da categoria, estão também a autonomia para eleger
diretores de escolas, a redução da carga horária de 40 para 30 horas
semanais para funcionários administrativos, o fim do plano de metas e a
derrubada do veto ao projeto de lei 2.200, que vincula cada professor a
apenas uma escola.
A Secretaria de Estado de Educação afirma que
pretende discutir o projeto de lei, mas que a adesão imediata causaria
déficit de professores. O órgão ainda afirma que apenas 25% dos
professores se encontram lecionando em mais de uma escola. Para o
Coordenador Geral do Sepe, Alex Trindade, esse número ainda é
preocupante e revela uma postura equivocada do governo frente às
condições de trabalho dos professores, que enfrentam problemas de
deslocamento e cansaço físico.
De acordo com a Secretaria de
Educação, o reajuste de 8% foi acima da inflação, de 5,8%, e do reajuste
do piso nacional, de 7,9%. Apesar disso, o baixo salário ainda obriga
professores a cumprir jornadas cansativas em diversas escolas, incluindo
da rede particular.
Os professores também exigem 1/3 da carga
horária voltada para o planejamento acadêmico que, segundo a Secretaria
de Educação, é cumprido por lei. Mas, de acordo com Alex Trindade,
apenas 25% da carga horária é direcionada a esse planejamento.
A
Secretaria de Educação ainda afirma que pode iniciar o processo de
demissão dos professores que aderirem à greve. Para Alex Trindade, essa
postura só reforça a falta de diálogo com o governo: “A greve é
legítima, é um direito garantido por lei. Esse tipo de atitude só mostra
o autoritarismo da Secretaria de Educação.”
A greve da rede
estadual tem adesão de 40% a 45% dos professores, de acordo com o Sepe.
Mas a Secretaria Estadual de Educação diz que apenas 0,5% dos
professores do Estado seguem aderindo ao movimento.
Reunião com Pezão
Na
última segunda-feira (12), os grevistas se reuniram com o
vice-governador do Estado, Luis Fernando Pezão, no Palácio Guanabara. A
reunião não apresentou mudanças e ainda gerou mais mal-estar entre o
governo e os manifestantes. O político se mostrou irredutível quanto ao
reajuste, alegando falta de verba do governo. Além disso, afirmou que as
faltas dos professores grevistas não serão abonadas.
Na
segunda-feira (19), o Sepe se reúne com o Subsecretário de Gestão de
Pessoas, Luiz Carlos Becker Júnior, e busca resoluções para a questão.
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