quarta-feira, 13 de junho de 2012

Dilma inaugura na Rio+20 mostra sobre desenvolvimento sustentável

Presidente participa de cerimônia no Pavilhão Brasil. Conferência debate 'economia verde' até o dia 22 deste mês

       
Dilma inaugura na Rio+20 mostra sobre desenvolvimento sustentável


A presidente Dilma Rousseff (foto) afirmou nesta quarta (13), durante a inauguração do Pavilhão Brasil na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que o Brasil é exemplo de que é possível crescer com sustentabilidade e pediu que "todos os países do mundo" assumam compromissos de proteção ao meio ambiente.

"A Rio+20 faz parte de um processo que começa com a Rio 92. Naquela época se colocou o meio ambiente na agenda internacional. Teremos que dar outra partida, outro início, um recomeço. Temos que provar que esse mundo que julgamos possível e real é também um mundo em que cabe um alerta, sobre a necessidade de um compromisso de todos os países do mundo”, afirmou.

Dilma defendeu ainda um modelo econômico que alie "preservação", "construção" e "crescimento". Segundo a presidente, as crises financeiras internacionais não podem prejudicar a busca pelo desenvolvimento sustentável. “Temos um desenvolvimento e modelo de desenvolvimento e não achamos correto mudá-los ao sabor das crises”, disse.

“O meio ambiente não é um adereço, faz parte da visão de crescer e incluir”, destacou, fazendo um alerta voltado aos países desenvolvidos. "Sobretudo durante crises, é importante que tenhamos consciência de que não tem desenvolvimento possível com base em ajustes que prejudicam pessoas, ajustes que prejudicam o meio ambiente e a biodiversidade."

Segundo Dilma, o país pode dar exemplo a outros emergentes. "Nós confluímos e convergimos para afirmar que os povos dos países emergentes, da África, da Ásia e da América Latina, que não partilharam dos frutos do desenvolvimento, possam partilhar através de um programa de inclusão social. Isso é possível fazer", afirmou. E destacou que o Brasil assumiu de forma voluntária compromissos de proteção ambiental. “Aqui [no Pavilhão Brasil] apresentamos exemplos concretos de como o Brasil cumpre seus compromissos, aliás assumidos de forma voluntária. Consideramos que a sustentabilidade é um dos eixos centrais da nossa concepção de desenvolvimento.”

Ela ressaltou que o Brasil tem conseguido reduzir a desigualdade social ao mesmo tempo em que diminui o desmatamento. “Desde 2004 nosso desmatamento reduziu 77%. [...] Temos 45% da nossa energia decorrente de fontes renováveis. Consideramos que nossa agricultura tem imensa capacidade de ser sustentável”, afirmou.

Dilma disse ainda que é “uma honra” para o Brasil sediar a Rio+20 e afirmou esperar que, durante a conferência, sejam firmados “objetivos importantes” para o futuro do planeta. “Nessa cidade que o poeta chamou de cidade maravilhosa, nós assistiremos ao longo dos próximos dias a discussão sobre o futuro que queremos para nós. O futuro que queremos para nossos filhos e nossos netos, e o presente que temos a responsabilidade de transformar.”

Acompanhada de ministros, Dilma, antes do discurso, assistiu a uma apresentação de danças típicas brasileiras da companhia Aruanda. O Pavilhão Brasil traz uma mostra sobre a evolução do desenvolvimento sustentável brasileiro e funciona nos dias 13 e 14 de junho, no Parque dos Atletas.
O espaço reúne estandes e exposições multimídia sobre programas e projetos dos ministérios e órgãos que compõem o governo brasileiro. Dilma participou da inauguração com os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, de Relações Exteriores, Antonio Patriota, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e do Turismo, Gastão Vieira.
Início da cúpula

A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável começou pela manhã com uma sessão solene de abertura no Riocentro. Antes mesmo do início "oficial", no entanto, o bloco da União Europeia já fazia reuniões internas de negociação.

Durante a plenária, o secretário-geral da ONU para a Rio+20, o chinês Sha Zukang, disse que as negociações estão na "fase do vai ou racha", onde os diplomatas "não podem cometer erros."

“Precisamos acelerar drasticamente o ritmo, temos apenas três dias de negociações, são dias onde tudo ou vai ou racha, em que precisamos nos concentrar nas discussões-chave. Uma grande responsabilidade está sob nossos ombros, simplesmente não podemos errar”.

O encontro, que ocorre 20 anos depois da Rio 92, deve reunir mais de 130 chefes de Estado em sua fase final, para debater propostas sobre como aliar o desenvolvimento econômico à proteção ao meio ambiente e à inclusão social.

Desta quarta (13) até a sexta (15) ocorrem as últimas negociações sobre o documento que será levado aos chefes de governo. Trata-se da "Reunião do Comitê Preparatório da Rio+20". Entre os dias 16 e 19, o governo brasileiro organiza mesas de debate sobre temas ligados à sustentabilidade com especialistas na área, nos “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”. A fase final, chamada de “Segmento de Alto Nível”, com presidentes e líderes de governos, vai de 20 a 22 de junho.

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