Petrobrás No Açu: Governo Discute Socorro À Eike Batista
Toda articulação e projetos para a implantação de um Porto na praia do Barreto em Macaé, poderá entrar em inesperada desaceleração. A utilização do super porto do Açu localizado no litoral no norte do Estado do Rio, pela Petrobras vem sendo discutida reservadamente pelo comando da petroleira. Não há na costa fluminense nenhum porto disponível com capacidade apropriada para servir de base à produção do pré-sal da Bacia de Campos. O porto inicialmente previsto, a ser construído em Maricá, enfrenta objeções ambientais por parte de setores do governo estadual. A notícia foi divulgada no blok do jornalista Luiz Naciff, recentemente.
Segundo o articulista, além da questão logística - o porto do Açu é o mais próximo aos campos petrolíferos da Bacia Campos, um outro fator, talvez mais importante até, aproxima a Petrobras ao futuro porto controlado pelo megaempresário Eike Batista: o governo Dilma Rousseff está preocupado que um eventual colapso das empresas do grupo X possa afetar a imagem do Brasil no exterior e minar a disposição dos empresários de investirem no País.
Há uma discussão interna quanto até onde o governo pode ir para ajudar o empresário a superar a crise. Uma proposta é a Petrobras assumir o Açu, o que, de acordo com a avaliação de alguns dos que estudam o assunto no governo, impulsionará os investimentos do grupo X.
O diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, José Formigli Filho, sem dar detalhes da negociação, afirmou que o emprego do Açu como base do pré-sal está em estudos pela petroleira, assim como áreas no Espírito Santo, no litoral sul do Rio e na costa paulista.
Uma fonte do governo afirmou que ainda não está decidido o tipo de socorro às empresas do grupo X. "Não significa que o governo vai ajudar, mas de fato há uma preocupação grande do governo com o Eike. O problema dele pode afetar a imagem do Brasil", comentou.
Eike, por muito tempo, foi indicado pela imprensa nacional e estrangeira como empresário símbolo da prosperidade da economia brasileira. Mas as empresas do grupo têm sofrido forte queda no mercado por conta da desistência de parceiros estrangeiros em seus projetos.
Em 2012, a siderúrgica chinesa Wuhan Iron and Steel Corporation (Wisco), desistiu da parceria com a MMX no Açu, onde montariam um complexo siderúrgico. A estatal da China alegou que Eike não construiu a infraestrutura necessária (ferrovias e terminais portuários) para garantir o projeto.
Eike esteve em Brasília recentemente para conversar com Dilma. Este ano, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, foram acusados por parlamentares de tentar transferir o estaleiro da companhia Jurong (Cingapura), projetado para o Espírito Santo, para o Açu, como forma de ajuda a Eike.
Os portos mais importantes do Estado do Rio já estão saturados, como o de Macaé, Niterói e Rio. A proposta da Petrobrás de utilizar o terminal portuário da Baía de Sepetiba como base para o pré-sal foi vetado pelo setor ambiental do governo do Rio.
Dilma visita o Porto do Açu e elogia a magnitude do projeto. |
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