O mico-leão-dourado, espécie ameaçada de extinção, vai ganhar mais
espaço no seu habitat com o reflorestamento de 62 hectares de Mata
Atlântica na Reserva Biológica de Poço das Antas, em Silva Jardim, no
Norte Fluminense. O trabalho está sendo feito pela Associação
Mico-Leão-Dourado (AMLD) que recebeu R$ 1 milhão de recursos não
reembolsáveis do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
O reflorestamento começou esta semana com a preparação do terreno
para posterior plantio de árvores nativas e sua manutenção, disse nesta
quinta-feira o secretário executivo da AMLD, Luís Paulo Ferraz. A
expectativa é concluir o trabalho em dois anos. Ferraz observou a
importância da recuperação dessa mata de baixada dentro da Reserva
Biológica de Poço das Antas, para preservação do primata.
“É uma recuperação florestal dentro de uma reserva biológica. Isso é
da mais alta importância porque aqui a gente tem um trabalho relevante
com relação à conservação do mico-leão-dourado”.
Para salvar a espécie, entretanto, os pesquisadores trabalham em uma
área bem mais ampla, que engloba oito municípios do estado. “A gente
trabalha pensando em uma população mínima viável para manter o
mico-leão-dourado a salvo da extinção a longo prazo em pelo menos 2 mil
animais”, disse Ferraz, que alertou, porém, que não basta ter um número
de indivíduos em um ambiente tão fragmentado como é a Mata Atlântica na
região.
“A gente precisa ter uma área mínima de 25 mil hectares de florestas
protegidas e conectadas. Hoje, a estimativa é que estejam protegidos e
conectados 10 mil hectares de Mata Atlântica. Temos muito trabalho para
fazer, embora a população de micos esteja próxima de 1,7 mil animais”,
estima o secretário. Segundo ele, o problema maior hoje é a falta de
florestas.
“Por isso é tão importante esse trabalho de restauração florestal.
Para nós, hoje, essa é uma estratégia extremamente importante”,
ressaltou.
O secretário executivo da AMLD admitiu que a continuidade da parceria
iniciada agora com o BNDES, por meio da Iniciativa BNDES Mata
Atlântica, poderá trazer muitos benefícios para o projeto de preservação
do micro-leão-dourado. “Se a gente puder construir uma parceria de
longo prazo, seria muito bom”, torce.
A associação conta com 20 funcionários para um trabalho que é feito
em parceria com instituições de ensino superior, caso da Universidade
Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), e instituições estrangeiras. O ideal, estimou Ferraz,
seria contar com 200 funcionários. Mesmo assim, estimou que 200 pessoas
não dariam conta de toda a demanda que existe.
Aniversário - A AMLD comemora este mês 20 anos com a
realização, na reserva biológica, de um encontro técnico-científico
entre os dias 23 e 25, do qual participarão pesquisadores, parceiros,
produtores rurais.
Silva Jardim detém o maior número de reservas particulares do
patrimônio natural (RPPNs), ou parques privados, graças ao trabalho
incentivado pela associação com os proprietários rurais. No encontro
científico, será lançada uma campanha para escolha do mico-leão-dourado
como mascote dos Jogos Olímpicos de 2016.
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