Petrobras aumenta gazolina em de 6,6%
Depois de meses indicando que aumentaria os combustíveis, a Petrobras
anunciou no início da noite de ontem reajuste de 6,6% para a gasolina
tipo A e de 5,4% para o diesel na média do país. Os novos valores já
estão em vigor hoje.
Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de
Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), haverá repasse do reajuste
para os consumidores. Os proprietários de postos, entretanto, ainda não
sabem de quanto será o impacto do aumento na bomba. O presidente do
Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do
Estado (Sulpetro), Adão Oliveira, espera que os postos aumentem os
preços assim que receberem o produto com os novos valores, a partir de
hoje.
— Há postos que recebem combustível todo dia. À medida que forem
recebendo a gasolina com reajuste da refinaria, vão repassar — diz
Oliveira.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano
Pires, calcula que o impacto do aumento da gasolina nas refinarias será
de cerca de 4% nas bombas. Conforme o especialista, o aumento é
insuficiente para a Petrobras, mas alivia o caixa da empresa. Sobretudo,
acrescentou Pires, o reajuste demonstra que a presidente da empresa,
Maria das Graças Foster, conseguiu convencer o governo da necessidade de
aumento, mesmo com a inflação em alta. Ainda de acordo com o
especialista, a alta terá impacto de 0,13 ponto percentual no Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O economista Fábio Romão, da LCA Consultores, calcula que, no varejo,
o reajuste levará a uma alta de 5,3% na gasolina e 4% no diesel. No
ano, o principal índice de inflação do país deverá subir 0,3 ponto
percentual por causa dos combustíveis, acrescenta.
A Petrobras avisou ao governo no ano passado, quando da elaboração do
Plano de Negócios, que precisaria reajustar a gasolina e o diesel em
15%, de forma a conseguir financiar os investimentos de US$ 236,5
bilhões previstos para o período 2012-2016. "Esse reajuste foi definido
levando em consideração a política de preços da companhia, que busca
alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado
internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo", informou a
estatal no comunicado.
Aumento não cobre defasagem em relação a mercado externo
Em 25 de junho, a gasolina foi reajustada nas refinarias em 7,83%.
Agora, faltaria cerca de 7% para que a pretensão da estatal fosse
atendida. O diesel recebeu dois reajustes desde então. Um de 3,94%, em
25 de junho e outro de 6%, em 16 de julho.
Apesar de o percentual do aumento da gasolina ser pouco inferior ao
previsto no Plano de Negócios, a alta concedida no diesel poderá
compensar o resultado. O diesel é o combustível com maior impacto no
balanço da companhia.
Os preços da gasolina e do diesel sobre os quais incide o reajuste
anunciado não incluem os tributos federais Contribuição de Intervenção
do Domínio Econômico (Cide) e PIS/Cofins e o estadual Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de acordo com a Petrobras.
O aumento não acaba com a defasagem de preços dos combustíveis
vendidos pelas refinarias da Petrobras em relação ao mercado
internacional, mas garante a continuidade de projetos e investimentos.
Além de aliviar o caixa da companhia, que registra prejuízo de cerca de
US$ 1 bilhão ao mês com a diferença entre os preços de importação de
diesel e gasolina e os praticados no mercado doméstico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário