domingo, 27 de janeiro de 2013

LEIA SOBRE ATRAGÉEDIA EM SANTA MARIA

Incêndio em boate deixa 

  232 mortos no Rio Grande do Sul

Casa noturna em Santa Maria pegou fogo durante show pirotécnico. Cerca de 200 pessoas estão sendo atendidas em hospitais da região

Boate Kiss, em Santa Maria, dias antes do incêndio deste domingo, que deixou mais de 100 mortos
Boate Kiss, em Santa Maria, dias antes do incêndio deste domingo, 
que deixou mais de 232 mortos - Divulgação

Um incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, deixou cerca de 232 mortos na madrugada deste domingo, segundo policiais e bombeiros que estão no local. As chamas teriam começado durante um show pirotécnico, no encerramento da apresentação de uma banda. O prédio tinha grande quantidade de material de isolamento acústico, que produz fumaça tóxica em contato com o fogo.


Cerca de 200 pessoas recebem atendimento, esta manhã, em hospitais da região. Pelo menos oito pessoas estão em estado gravíssimo e ainda em perigo de vida. O trabalho de rescaldo no local ainda está sendo feito. Bombeiros afirmam que a maior parte das mortes se deu por asfixia.


No momento do incêndio, por volta das 2h deste domingo, havia entre 1.000 e 2.000 pessoas na casa noturna, a maioria jovens e adolescentes. As primeiras informações são de que o cantor da banda que se apresentava na boate acendeu um sinalizador que atingiu o teto. A partir daí, o fogo se espalhou rapidamente.


Segundo o jornal local Diário de Santa Maria, acontecia na boate uma festa dos cursos de Agronomia, Veterinária, Pedagogia e Tecnologia dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). No local, também ocorria a festa de um bloco de carnaval da cidade, o Nagandaya.


Policiais, guardas municipais e militares estão no local, em um total de aproximadamente 10 forças de segurança. "Os bombeiros estão fazendo o rescaldo e procurando outras vítimas. Não podemos precisar o número exato de vítimas. A maior parte dessas pessoas morreu asfixiada. Elas entraram em pânico e acabaram pisoteando umas às outras. O principal fator (para as mortes) foi a asfixia. O isopor gera uma fumaça muito tóxica", afirmou o comandante geral do Bombeiros, coronel Guido de Melo. Os corpos são levados para o Centro Desportivo Municipal de Santa Maria, porque não há espaço suficiente no Instituto Médico Legal da cidade.


O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, disse, através do twitter, que irá a Santa Maria ainda na manhã deste domingo. ‘Domingo triste! Estamos tomando as medidas cabíveis e possíveis. Estarei em Santa Maria no final da manhã”, disse o governador pelo microblog.


Ginásio no RS recebeu 232 corpos de vítimas de fogo em boate, diz polícia

Fogo iniciou por volta de 2h30 de domingo (27) em festa para universitários.
Entre os corpos, há 120 homens e 112 mulheres. Outros 116 estão feridos.

Parentes de vítimas se aglomeram em frente ao Hospital de Caridade de Santa Maria (Foto: Jean Pimentel/Agência RBS)Familiares das vítimas se aglomeram em frente ao Hospital de Caridade (Foto: Jean Pimentel/Agência RBS)
 
O ginásio do Centro Centro Desportivo Municipal de Santa Maria (RS) recebeu 232 corpos de vítimas do incêndio na boate Kiss, ocorrido na madrugada deste domingo (27). Segundo as autoridades, este é o número que está sendo divulgado como oficial. Entre os mortos, há 120 homens e 112 mulheres.

A expectativa, no entanto, é de que o número possa aumentar, já que ainda há 116 feridos em atendimento em hospitais da região. “Confirmamos até agora 232 mortes. São 120 homens e 112 mulheres. Algumas pessoas ainda estão sendo removidas do hospital, o que deve aumentar o número de mortes”, diz o coronel Jaime Garcia, comandante do CRPO Central.
"Está vencido desde agosto. O alvará é necessário para o funcionamento da casa na sua normalidade".
Mais cedo, a Brigada Militar havia dito que 245 pessoas haviam morrido na tragédia, mas o número foi revisto no início da tarde.

O retirada dos corpos foi concluída no final da manhã. Outras 116 pessoas ficaram feridas e foram levadas para atendimento em hospitais da região.

Segundo informações preliminares, o fogo teria começado por volta das 2h30, depois que a banda que se apresentava teria utilizado sinalizadores durante uma espécie de show pirotécnico.

As faíscas teriam atingido a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, e iniciado o fogo, que se espalhou pelo estabelacimento em poucos minutos. O incêndio provocou pânico, e muitos presentes não conseguiram acessar a saída de emergência.

O número de pessoas que estavam na boate ainda não foi confirmado. A festa "Agromerados" reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de Pedagogia, Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e dois cursos técnicos.

A polícia e o Corpo de Bombeiros ainda trabalham no local em busca de mais informações sobre as circunstâncias da tragédia. A investigação vai ficar a cargo da 1ª Delegacia de Polícia de Santa Maria. Testemunhas já estão sendo ouvidas.

Polícia busca mais corpos com cães farejadores

Embora a polícia tenha anunciado que havia retirado todos os corpos do local do incêndio em Santa Maria, as buscas seguem no interior da boate. De acordo com major Ávila, da Brigada Militar, o trabalho agora é feito com a ajuda de cães farejadores. "Vamos fazer mais algumas vezes. Mas, em princípio, não se encontraram mais corpos", disse à Rádio Gaúcha.


Ainda de acordo com o major, a polícia também se preocupa em manter intacta a estrutura da boate para o trabalho da perícia.
Familiares e amigos das vítimas do incêndio aguardam em frente ao ginásio do Centro Desportivo Municipal  (Foto: Ronald Mendes/Agência RBS) 
Familiares e amigos de vítimas do incêndio aguardam
em frente a ginásio municipal para reconhecer corpos
das vítimas (Foto: Ronald Mendes/Agência RBS)
 
Feridos na tragédia são trazidos para Porto Alegre de helicóptero (Foto:  Luciane Kohlmann/RBS TV) 
Feridos na tragédia são trazidos para Porto Alegre em
helicópteros (Foto: Luciane Kohlmann/RBS TV)
Familiares reconhecem corpos

Familiares das vítimas do incêndio na boate Kiss tiveram acesso ao Centro Desportivo Municipal de Santa Maria (RS), no início da tarde, para fazer o reconhecimento dos mortos na tragédia.


Desde o fim da manhã, parentes e amigos faziam fila no local, aguardando a permissão de entrar no ginásio.
Depois de liberar o acesso em duplas, a polícia começou a formar grupos maiores para fazer o reconhecimento de maneira mais rápida. O ginásio fica na Rua Appel, no bairro Nossa Senhora de Fátima. A orientação da polícia e de bombeiros é que as pessoas acessem o local pelas esquinas das ruas Professor Teixeira ou Tuiuti.

Hospitais recebem feridos

Pelo menos seis unidades de saúde da região de Santa Maria (RS) receberam vítimas do incêndio. Voluntários também estão auxiliando o trabalho na cidade. "Estamos mobilizando todo o estado. Temos hospitais de diversas regiões se disponibilizando para ajudar", disse Ciro Simoni, Secretário Estadual da Saúde, em entrevista à Rádio Gaúcha. "Os trabalhos são intensos e é preciso uma mobilização muito grande".


Alguns feridos estão sendo transferidos para o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS), especializado no tratamento de queimados. Por volta das 13h30 deste domingo (27), helicópteros da Aeronáutica aterrissaram no Parque Farroupilha, na capital, transportando feridos na tragédia.

Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já aguardavam para transportar os feridos para o setor de queimados do HPS. O campo de futebol do parque foi isolado para o pouso das aeronaves. A Avenida Osvaldo Aranha também teve o trânsito interrompido para a chegada dos helicópteros. O trajeto entre Santa Maria e Porto Alegre dura 40 minutos e a estimativa é que aeronaves cheguem a cada 20 minutos.

Equipes de Santa Maria estão fazendo contato com hospitais do interior do estado em busca de leitos para outros feridos. O Hospital de Santo Ângelo confirma que foi contatado e que deve receber pacientes até o fim da tarde. O Hospital de Caridade e Beneficência de Cachoeira do Sul já recebeu duas vítimas, ainda não identificadas. O Hospital Universitário da Ulbra, em Canoas, também deve prestar tratamento a feridos.

A maioria das pessoas acaba morrendo por asfixia, inalação da fumaça tóxica. Queimados mesmo ali foram poucos. O que matou foi pânico, inalação da fumaça tóxica e dificuldade em sair"
Coronel Guido, comandante
do Corpo de Bombeiros
Mapa sobre a tragédia em boate no RS (Foto: Edioria de arte/G1)
Foi muito rápido. Ele estava cantando e, quando a gente viu, ele parou de cantar e aí a gente olhou e prestou atenção no que estava acontecendo e tinha o fogo no teto"
Taynne Vendrúsculo,
estudante que estava na boate
 
Pirotecnia era comum em shows

Os efeitos pirotécnicos durante o show da banda Gurizada Fandangueira na boate Kiss, na madrugada deste domingo (27), relatados como os possíveis causadores do incêndio que resultou na morte de pelo menos 232 pessoas, eram comuns durante as performances da banda, como é possível ver em vídeos publicados no canal oficial do grupo no YouTube. Clique aqui para assistir.


Imagens de um show realizado em maio de 2011 mostram faíscas saindo de sinalizadores posicionados na frente do palco. O efeito pirotécnico alcança uma altura que aparentemente ultrapassa os integrantes do grupo.

A página oficial da banda no Facebook também traz um release que afirma que ações pirotécnicas fazem parte das apresentações do Gurizada Fandangueira. "Com a grande experiência comprovada em bailes e shows, [a banda] demonstra além de todo seu talento, muita inovação em estrutura, efeitos visuais e pirotécnicos, os quais fazem toda a diferença na identidade exclusiva da banda".

Taynne Vendrúsculo, estudante que estava na boate durante o incêndio, afirmou ter visto a banda que se apresentava no local utilizando efeitos pirotécnicos no show.

"Foi durante uma música em que o cantor estava fazendo uma apresentação que tinha efeitos [pirotécnicos], porque provocou faíscas, alguma coisa que acreditamos que possa ter sido isso que causou [o incêndio]. Foi muito rápido. Ele estava cantando e, quando a gente viu, ele parou de cantar e aí a gente olhou e prestou atenção no que estava acontecendo e tinha o fogo no teto", contou à GloboNews.

Integrante de banda morre no incêndio

Apenas um dos seis integrantes da banda Gurizada Fandangueira morreu na boate que pegou fogo: o gaiteiro Danilo Jaques, o mais jovem membro do grupo.


  O baterista Eliel de Lima, de 31 anos, contou que, antes de deixar o local, desatou o instrumento das costas do colega. Ele disse que foi o último músico a deixar o palco e que, nessa hora, Danilo estava parado ao lado da porta do banheiro, ainda preso à sanfona.

"A essa altura, o pessoal já estava correndo, a fumaça levantando, aí não vi mais ele, estava tudo escuro, era uma fumaceira", lembra. "A gente saiu mal, no meio da fumaça, tive dor no peito. Fiquei aguardando para podermos nos achar, para ver quem tinha saído. Fomos nos encontrando aos poucos e ficamos na expectativa de achar o Danilo, mas ele não apareceu".

Conduta de seguranças será apurada

As causas do incêndio serão investigadas pela Brigada Militar e demais órgãos de segurança do estado. Após relatos de testemunhas, a polícia apura a suspeita de que os seguranças da boate tenham impedido a saída de frequentadores do local no início da confusão, por volta das 2h, quando a casa noturna começou a pegar fogo.


De acordo com o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Altair de Freitas Cunha, as condições de prevenção contra incêndio da casa também serão apuradas. "Recebemos alguns relatos de que os seguranças teriam barrado as pessoas até que elas pagassem a conta, mas isso são apenas relatos, não conseguimos confirmar. Também estamos apurando o que provocou o incêndio e as condições de prevenção da casa", disse  que também está em Santa Maria acompanhando de perto os trabalhos.

O coronel Guido, comandante do Corpo de Bombeiros, também disse que algumas pessoas presentes na festa relataram que seguranças da boate trancaram a porta de saída durante o incêndio. "Vi as pessoas amontoadas e mortas perto da saída", disse o coronel.

"A maioria das pessoas acaba morrendo por asfixia, inalação da fumaça tóxica. Queimados mesmo ali foram poucos. O que matou foi pânico, inalação da fumaça tóxica e dificuldade em sair", completou.

Segundo Rodrigo Moura, um dos seguranças da boate, vigilantes tentaram pegar extintor de incêndio, mas o fogo logo tomou conta do local rapidamente. Ele disse que Começou então um pisoteamento e que só algumas pessoas puderam ser resgatadas. "Alguns colegas de trabalho faleceram também. Só quem estava ali viu, (foi um) filme de terror", afirmou.

Dono da boate presta depoimento

O proprietário da boate Kiss e os integrantes da banda prestaram depoimento à polícia na tarde deste domingo, em Santa Maria. De acordo com o chefe de Polícia Civil do estado, delegado Ranolfo Vieira Junior, diversas pessoas já foram ouvidas para tentar esclarecer as causas do fogo que teria começado por volta das 2h30 quando o vocalista da banda Gurizada Fandangueira teria usado um sinalizador.


"Várias pessoas já foram ouvidas pela polícia, inclusive o dono do boate. Ele se apresentou à policia. Integrantes da banda também estão colaborando. Amigos, familiares, testemunhas... Tudo o que poderia ser feito numa situação como essa está sendo feito", disse o delegado ao G1 sem revelar o teor dos depoimentos.

Festa reunia universitários
 
A festa universitária "Agromerados", que tinha classificação etária de 18 anos e ingressos ao preço de R$ 15, começou às 23h de sábado (26), de acordo com as informações divulgadas no site da casa noturna.


O evento era direcionado para jovens da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). As atrações confirmadas no site da boate foram Gurizada Fandangueira, Pimenta e seus Comparsas, além dos DJs Bolinha, Sandro Cidade e Juliano Paim.
Depoimentos de sobreviventes
A estudante Luana Santos Silva, de 23 anos, que estava no local no momento do incidente, disse em relato à GloboNews que o fogo se alastrou rapidamente pelo interior da boate. "Nós olhamos para o teto lá na frente do palco e estava começando um fogo. Foi um amigo nosso que nos mostrou, aí nós começamos a cair. Minha irmã me puxou e eu saí arrastada pelo chão", contou Luana.

Segundo a jovem, a fumaça se espalhou rapidamente. "Foi bem no início, foi só atravessar a rua e começou a sair fumaça. Aí começou a sair o pessoal desesperado e gente machucada. Era uma porta pequena para muita gente sair".

O trabalho de Fernanda Freire Gomes Bona, de 23 anos, a salvou de ser uma das vítimas do incêndio. Fotógrafa oficial da casa, ela estava em uma área VIP próxima à saída quando o incêndio começou.

"Como estava perto da porta graças a Deus eu saí correndo, em cinco minutos estava do lado de fora. Uma pessoa me chamou para fotografar na área VIP, por isso que eu fui para lá, tem uma visão melhor", contou Fernand: "Normalmente eu fico no meio das pessoas. Foi sorte. Seu eu não estivesse trabalhando, não estaria na área VIP".

O estudante de medicina Murilo de Toledo Tiecher, de 26 anos, foi um dos primeiros a sair da boate, quando o incêndio começou. Ele conta que, inicialmente, seguranças tentaram impedir a saída dos clientes, mas logo perceberam a fumaça e liberaram a saída. Tiecher diz também que a saída foi dificultada por uma grade colocada perto da porta para organizar a fila de entrada.

"Eu liguei para os bombeiros, algumas pessoas tentaram voltar para pegar mais gente lá dentro, mas tinha fumaça e não dava para enxergar mais ninguém, era uma cortina de fumaça. A gente puxava as pessoas pelo cabelo, pela roupa, muita gente saía só de calcinha e cueca, muitas sem camiseta, talvez para se proteger da fumaça, e os bombeiros chegaram rápido e começaram a organizar e usar a mangueira", disse.

Rodrigo, um dos seguranças da boate Kiss, descreveu o início do incêndio como "filme de terror". Em relato à GloboNews, ele contou que o fogo começou por conta de efeito pirotécnico usado pela banda. "Estava acontecendo a festa com o show da Gurizada, quando eu vi eles foram fazer um show pirotécnico, com fogos, e aí a 'faisqueira' começou a pegar fogo no teto. Fomos pegar o extintor para tentar apagar, para ver se acalmava o incêndio, quando vejo já tomou conta do local", disse (leia aqui outros relatos de sobreviventes).

Dilma Rousseff conforta familiar de vítima da tragédia em Santa Maria (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência) 
Dilma Rousseff conforta familiar de vítima da tragédia
em boate (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)
 
Dilma visita feridos e famílias
Por volta das 14h deste domingo (27), a presidente Dilma Rousseff esteve no Hospital de Caridade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde visitou feridos do incêndio na boate Kiss. Após passar pelo hospital, a comitiva presidencial se dirigiu ao ginásio do Centro Desportivo Municipal, onde está ocorrendo o reconhecimento dos corpos das vítimas da tragédia.

Dilma conversou com alguns familiares que aguardam para fazer o reconhecimento dos corpos, mas, muito emocionada, logo deixou o local sem falar com a imprensa.

"Ela esteve no local onde estão as famílias, conversou com alguns, mas está muito emocionada, é um clima que ninguém queria vivenciar. Queremos dar todo o apoio ao trabalho que está sendo feito. Queremos respostas", disse o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que acompanhava a presidente.

Dilma cancelou três reuniões bilaterais que teria neste domingo (27) no Chile e embarcou ainda pela manhã para Santa Maria. Em entrevista antes da viagem, ela disse que mobilizou os ministros para monitorar e que o governo federal fará "tudo o que for necessário". Emocionada, a presidente lamentou a tragédia.

"Eu queria dizer à população do nosso país e de Santa Maria o quanto, nesse momento de tristeza, estamos juntos. E necessariamente iremos superar, mantendo a tristeza", disse com a voz embargada.

Mais cedo, ela telefonou para o governador gaúcho Tarso Genro e ofereceu "toda ajuda necessária" para lidar com a situação.

"A presidenta telefonou para o governador Tarso Genro e ofereceu toda a ajuda necessária. Ela determinou a todos os ministros que deem apoio em suas respectivas áreas", informou a assessoria de imprensa do Planalto
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'Brasil está de luto', diz Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota, na manhã deste domingo, na qual manifesta solidariedade a amigos e familiares das vítimas do incêndio em uma boate em Santa Maria.


"O Brasil inteiro está triste e de luto pelas mortes ocorridas no incêndio em Santa Maria. Nesse momento difícil, expressamos nossa solidariedade aos amigos e familiares das vítimas e à toda a população da cidade, mas em especial aos pais e mães por essas perdas irreparáveis. Nossos sentimentos", diz a nota assinada por Lula e pela ex-primeira-dama Marisa Letícia.
Tarso acompanha trabalhos da polícia em Santa Maria (Foto: Guilherme Gomes/Divulgação) 
Tarso acompanha o trabalho da polícia em Santa
Maria, no RS (Foto: Guilherme Gomes/Divulgação)
 
Essa é uma tragédia brutal para o estado e para o país [...] É um momento muito duro para todos nós e precisamos dar uma resposta à altura"
 
Tarso Genro, governador
do Rio Grande do Sul
 
Tarso lamenta tragédia e decreta luto

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, manifestou no Twitter o seu pesar pelas mortes provocadas pelo incêndio ocorrido na madrugada. O chefe do Executivo no estado afirmou ainda que se deslocará até a cidade para acompanhar o trabalho dos Bombeiros e da Polícia Civil, que realizam a retirada e a identificação dos corpos.


"Domingo triste! Estamos tomando as medidas cabíveis e possíveis. Estarei em Santa Maria no final da manhã", escreveu o governador na rede social. O governador decretou luto oficial de sete dias no estado.

Em pronunciamento oficial, ele classificou o caso como uma "tragédia brutal" e manifestou solidariedade e apoio às famílias das vítimas. "Essa é uma tragédia brutal para o estado e para o país. Estamos empenhados em dar o apoio necessário para que tenhamos um levantamento completo para poder fazer um inquérito policial de alto nível e prestar esclarecimentos, inclusive em relação às causas do incêndio", salientou. "Esse é um momento de compartilhar a dor e demonstrar solidariedade a essas famílias. É um momento muito duro para todos nós e precisamos dar uma resposta à altura", disse.

Prefeitura decreta luto oficial de 30 dias

O prefeito de Santa Maria (RS), Cezar Schirmer, decretou luto oficial de 30 dias pelas mortes ocorridas durante incêndio em uma boate e que vitimou pelo menos 232 pessoas. De acordo com o secretário de Relações de Governo e Comunicação, Giovani Manica, é a primeira vez que um luto tão extenso é decretado na cidade.


Natural de Santa Maria, Beltrame lamenta tragédia

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, natural de Santa Maria (RS), divulgou neste domingo (27) uma nota de pesar pelos 232 mortos do incêndio na boate Kiss. Segundo nota da secretaria, Beltrame está profundamente consternado com a tragédia ocorrida em sua cidade natal e acompanha o desenrolar da situação pela imprensa e pelo telefone com parentes.


"É provavelmente a notícia mais triste que já recebi de minha querida cidade. Como santa-mariense que sou, estou chocado. Santa Maria é uma cidade composta eminentemente por jovens, é um centro universitário regional, rapazes e moças de todos os lugares vão para lá estudar. Por isso, é uma cidade muito ativa e pulsante, cheia de juventude. É de uma tristeza imensa ver quantas vidas se perderam, centenas de jovens universitários que estavam alegremente celebrando a vida. Estou rezando pela paz dessas famílias, e pela paz de toda a população de Santa Maria, que precisará de muito carinho e solidariedade para superar essa tragédia", declarou o secretário em nota.

Tragédia é destaque na imprensa mundial
 
O incêndio ocorrido em Santa Maria (RS) repercutiu na imprensa internacional, com jornais e agências de notícias de outros países publicando reportagens sobre o assunto. O jornal espanhol El País noticiava a tragédia como manchete de sua edição na internet. "Dezenas de mortos em incêndio de uma discoteca no sul do Brasil", dizia a publicação.


A rede britânica BBC informou que "dezenas" de pessoas morreram no incêndio, e pedia relatos de testemunhas. O jornal norte-americano New York Post deu destaque para o ocorrido em sua página na internet, relatando as dezenas de mortes. A publicação inglesa Daily Mirror divulgou imagens da fachada da boate no Rio Grande do Sul junto com relatos sobre as mortes.

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