Ministro da Saúde diz que 118 vítimas do incêndio seguem internadas no RS
Alexandre Padilha disse que evolução dos pacientes é prioridade.
Nenhum óbito foi hospitalar foi registrado desde a tragédia.
Alexandre Padilha concedeu entrevista coletiva no RS
(Foto: Reprodução/RBS TV)
(Foto: Reprodução/RBS TV)
"A nossa maior preocupação agora são com estes 75 pacientes que estão em situação crítica e que podem evoluir para óbito", disse o ministro. Das pessoas que estão com estado de saúde considerado critico, cerca de 20 são devido a queimaduras sofridas durante o incêndio. A maioria dos pacientes que se encontra nesta situação já foi transferida para hospitais de referência em Porto Alegre. Um segue em Santa Maria a pedido a família.
Embora o número de pacientes em situação crítica de saúde se mantenha em 75, nenhuma morte foi registrada nas últimas horas. "Estamos completando 54 horas sem nenhum óbito hospitalar", disse o ministro.
Ao todo, mais de 50 profissionais estão trabalhando de forma integrada com a forca-tarefa do SUS que coordena os trabalhos de auxilio às vitimas. De acordo com o Alexandre Padilha, eles seguirão dando apoio também aos familiares das vítimas que perderam a vida na tragédia.
O alerta para que as pessoas que estiveram na boate Kiss, que pegou fogo durante uma festa universitária no domingo (27), segue mantido. Quem apresentar sintomas como tosse e falta de ar e devem procurar o serviço medico imediatamente. Segundo o ministro, há risco que essas pessoas desenvolvam a chama pneumonite tóxica. "Ontem à noite tivemos um caso de paciente que estava em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e piorou. Ele agora esta em ventilação mecânica", acrescentou.
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo (27), durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico.
Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
Quatro foram presos nesta segunda-feira após a tragédia: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr, o sócio, Mauro Hofffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show pirotécnico que teria dado início ao incêndio, segundo informações do delegado Sandro Meinerz, responsável pelo caso.
Em depoimento, Spohr afirmou à Polícia Civil que sabia que o alvará de funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação.
O advogado Mario Cipriani, que representa Mauro Hoffmann, afirmou que o cliente "não participava da administração da Kiss".
Na manhã desta segunda, outros dois integrantes da banda falaram sobre a tragédia. "Da minha parte, eu parei de tocar", disse o guitarrista Rodrigo Lemos Martins, de 32 anos.
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia, classificando como "uma "fatalidade".
A presidente Dilma Rousseff visitou Santa Maria no domingo e decretou luto oficial de três dias.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.
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