Pesquisa feita em Macaé exclui presença de febre amarela
2017-01-25 11:50:00 - Jornalista: Carla Cardoso
Foto: Divulgação
Fiocruz descarta possibilidade de alerta em Macaé de febre amarela
Doutorando em Biologia Parasitária, o foco da pesquisa de Filipe é o mosquito, no caso, os gêneros Haemagogus e Sabethes, vetores da febre amarela silvestre. Já o vetor da febre amarela urbana é o Aedes aegypti.
- A gente pesquisa as espécies de mosquito e os tipos de primata que vivem nas matas do Rio. Os macacos são hospedeiros e um sentinela da doença para nós. Quando há mortes de primatas, é preciso identificar para que as pessoas daquela região sejam vacinadas. Isso é o que chamamos de epizootia. Quando eles morrem primeiro, isso é um indicativo de que pode ocorrer febre amarela na região. No Rio, a gente queria fazer um levantamento dos tipos de mosquito, macacos, condição das mata, relevo, temperatura, para ver se tem risco e de onde seria essa entrada - explicou o doutorando.
Em Macaé, Filipe esteve na região serrana, no Sana, e no Parque Atalaia, locais onde a mata atlântica é bem conservada.
- Encontramos os vetores em todo o Estado, mas os testes mostraram que nenhum deles estava infectado. Estivemos nos locais em maio de 2015 e depois em fevereiro de 2016, mas continuamos sempre em contato com o pessoal, quando aparece alguma espécie de primata, por exemplo. Analisamos um sagui e um bugio, que apareceu atropelado na estrada. Fizemos os testes e não tinham evidência da doença - relembrou, ressaltando o apoio que recebeu da equipe do Parque Atalaia, da Guarda Ambiental e do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) do Sana.
A pesquisa prosseguirá até 2019, quando a tese será concluída e apresentada.
FEBRE AMARELA - Segundo explica a Fiocruz, a febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.
A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.
Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação. Os mosquitos criam-se na água e proliferam-se dentro dos domicílios e suas adjacências. Qualquer recipiente como caixas d'água, latas e pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos, de onde nascerão larvas que, após desenvolverem-se na água, se tornarão novos mosquitos. Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados.
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