PF prende assessor de Temer e dois ex-governadores por fraude na Copa de 2014
AFP / EVARISTO SA(2013) O então governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, participa de uma entrevista coletiva no Estádio Nacional de Brasília
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira um assessor do presidente Michel Temer e dois ex-governadores do Distrito Federal, em uma operação que investiga desvios milionários em obras do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, usado na Copa do Mundo de 2014.
A rede criminosa superfaturou quase 900 milhões de reais durante a construção do estádio, o mais caro da Copa, orçamentado em 600 milhões de reais, mas que teve um custo final de 1,5 bilhão, indicou a PF.
Segundo confirmou à AFP, os presos são o funcionário do Palácio do Planalto Tadeu Filippelli e os ex-governadores José Arruda e Agnelo Queiroz.
"Cerca de 80 policiais federais cumprem 15 ordens de busca e apreensão, 10 mandatos de prisão temporária e três conduções coercitivas", indicou a PF em um comunicado à imprensa.
Segundo a investigação, o estádio Nacional Mané Garrincha foi o único que não contou com o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ao contrário, recebeu empréstimos da agência de desenvolvimento da cidade, Terracap, que assumiu assim uma função "não prevista no papel de suas atividades".
"Em razão da obra do Mané Garrincha, a arena mais cara de toda a Copa de 2014, foi realizada sem estudos prévios de viabilidade econômica. A Terracap [...] se encontra em estado de iminente inadimplência", assinalou a Polícia Federal.
A operação foi batizada de Panatenaico, em referência a um estádio usado em competições anteriores aos Jogos Olímpicos, na Grécia Antiga, que foi remodelado para mudar seus assentos de madeira por outros de mármore.
As investigações sobre a corrupção sistêmica na política têm como alvo o próprio presidente Temer, a quem o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou abrir um inquérito depois que o empresário Joesley Batista o gravou durante uma conversa em que foram mencionados diversos crimes, como a suposta compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
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