quinta-feira, 30 de março de 2017

Prefeitura registra redução de casos de dengue e zika em Belém

Da Redação - Agência Belém de Notícias - 30/03/2017 11:15

  • / BOA NOTÍCIA / 30/03/2017 11:15

    Redução da incidência de dengue e zika em Belém se deve ao trabalho de vigilância realizado pela Sesma. Agentes de endemias caçam criadouros do mosquito todos os locais.


Quem já sofreu com os sintomas da dengue e da zika sabe bem o quão dolorosas são essas doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Mas as últimas notícias sobre elas são boas: de janeiro a 28 de março de 2017, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) registrou 20 casos de dengue, o que representa uma redução de 95% dos casos comparando-se ao mesmo período de 2016. Situação similar ocorreu com a zika, que até o momento soma cinco casos confirmados em 2017.
Já de febre chikungunya, causada por um vírus transmitido pelo mosquito e ao qual a maioria da população não tem imunidade ainda, foram 76 casos confirmados este ano. Houve, assim, um aumento já esperado de casos. O vírus circula no país desde julho de 2014 e está sendo monitorada de perto pelas equipes de saúde.
Outra boa notícia é a redução do Índice de Infestação Predial (IIP) apontado pelo 2º Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa), realizado em 2017. De acordo com a pesquisa, Belém está com o índice em 2,1%, o que ainda significa estado de alerta, mas já apresenta uma redução em comparação ao 1º LIRAa do ano, realizado em janeiro, que ficou em 2,6% IIP. Os bairros em que foram encontrados mais criadouros foram Marco, São Brás, Barreiro, Guanabara, Cruzeiro, Águas Negras, Aeroporto (Mosqueiro) e Ariramba (Mosqueiro).
Avanço - De acordo com Leila Flores, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da Sesma, essa redução está ocorrendo justamente no período de maior incidência da doença e significa um avanço para a saúde pública do município. “Os investimentos que estão sendo feitos no combate ao mosquito Aedes aegypti estão se refletindo agora nestes números, que significam menos pessoas doentes dessas doenças e refletem o nosso trabalho”, frisa.
A diretora explica ainda que tanto para a zika quanto para chikungunya a manifestação é única, mas para a dengue existem quatro sorotipos de vírus, podendo uma pessoa pegar quatro vezes a doença. “À medida que você é infectado, fica imune àquele sorotipo. No entanto, isso não significa que devemos relaxar. O trabalho de eliminação de criadouros do mosquito tem que ser contínuo, com todos fazendo a sua parte”, afirma Leila.
Atualmente, a Sesma promove ações integradas com órgãos públicos e sociedade civil (escolas, igrejas, lideranças comunitárias e Forças Armadas), que visam reforçar as estratégias de controle vetorial, a educação em saúde com vias de prevenção e os cuidados com potenciais criadouros do Aedes aegypti. Um forte exemplo são os mutirões em parceria com a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) para a coleta de entulhos nas áreas com maiores índices de infestação, o que tem contribuído para a redução dos casos.
“As ações de controle vetorial são intensificadas no período chuvoso, quando há maior formação de depósitos. Nossas ações consistem na realização de vistorias de imóveis diariamente por agentes de controle de endemias nos 71 bairros de Belém para tratamento e eliminação dos focos. Em locais em que há casos confirmados, entramos com o carro de ultra baixo volume (UBV), mais conhecido como ‘fumacê’, para a eliminação da forma alada do mosquito”, esclarece David Rosário, coordenador da Divisão de Controle de Endemias da Sesma.
A Prefeitura também tem ações diferenciadas em cemitérios, praças, sucatarias, borracharias e canteiros de obras, que possuem grande propensão à formação de depósitos para a postura dos ovos do mosquito. “Nós moramos numa região com condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito, por isso os trabalhos são constantes nestes locais, cujos depósitos são, em grande parte, fixos e precisam receber a aplicação de larvicida. Nós também orientamos os proprietários para que eles mesmos façam esta prevenção”, acrescenta David.
Disque Endemias - Para ajudar a população com orientações sobre o mosquito, as doenças causadas por ele e denúncias de possíveis locais com foco, a Sesma disponibiliza o Disque Endemias (3344-2466), que tem cada vez mais sido procurado pela população.
Somente em 2016, o número recebeu 8.462 ligações, sendo todas as demandas repassadas aos distritos responsáveis para a devida investigação. “Nós procuramos atender todas as demandas que chegam porque cada foco pode levar ao adoecimento de dezenas de pessoas, uma vez que a literatura nos mostra que um único mosquito pode infectar até cinco pessoas”, garante David, que reforça ainda que a parceria com algumas instituições tem ajudado a agilizar o atendimento das solicitações.
A Secretaria também capacita as equipes de saúde da rede pública municipal e rede privada para compartilhamento de informações e atualização de fluxos de atendimento para a notificação imediata de casos suspeitos. A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Veronilce Borges, informa que as três doenças são de notificação obrigatória, isto é, devem ser comunicadas às autoridades de saúde pelas equipes de atendimento ambulatorial e hospitalar.
Em casos de febre de início súbito, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, perda de apetite, náuseas, vômitos, dores nas articulações ou manchas pelo corpo, é muito importante buscar imediatamente ajuda médica. “Evite a automedicação e procure o serviço de saúde. A orientação do profissional será fundamental para diagnóstico e tratamento adequados”, destaca  Veronilce.
Para combater o mosquito, é importante identificar alguns depósitos de ovos usados pelo mosquito Aedes aegypti. Confira:
- Folhas, flores, árvores.
- Rochas.
- Carcaças, carapaças de animais.
- Cascas de frutas, principalmente do coco.
- Lixo.
- Vasilhas plásticas e descartáveis.
- Garrafas e latas.
- Sucatas e ferro velho.
- Entulho de construção.
- Vasos e frascos com água.
- Recipiente de degelo (atrás da geladeira).
- Bebedouros, fontes ornamentais e aquários sem peixes larvófagos (que se alimentam de larvas).
- Objetos religiosos.
- Reservatórios de água.
- Calhas, lajes e vasos sanitários (em desuso).
- Piscinas, tanques, tonéis e barris.
- Floreiras.
- Vasos de cemitério.
- Cacos de vidro nos muros.
Texto: Paula Barbosa
Foto: João Gomes / COMUS / Uchôa Silva/Comus
Secretaria Municipal de Saúde (SESMA)

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