sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Ciclovias: democratização da cidade e aquecimento do comércio

2017-02-24 12:53:00 - Jornalista: Carla Cardoso
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uma mulher andando de bicicleta na ciclovia
Foto: Rui Porto Filho - Arquivo
Ciclistas devem estar atentos e respeitar a legislação de trânsito
A implementação de ciclovias está relacionada ao aquecimento do comércio no seu entorno. A informação é de uma pesquisa realizada, em Nova York, que registrou aumento de 102% nas vendas dos estabelecimentos da avenida Vanderbilt e de 49% no comércio na 9ª avenida, após três anos da implementação das vias dedicadas aos ciclistas (a pesquisa pode ser encontrada aqui: http://www.e-moving.com.br/aumentocomercio. A ideia do estudo, adotado em várias regiões do mundo, é mostrar as ciclovias trazem benefícios não só para os ciclistas e devem ser prioridades dos governos na organização urbana da cidade.
Em Macaé, a malha cicloviária, que vem sendo implantada, demonstra essa preocupação de democratizar a cidade: é preciso haver espaço para todos. Formado, há 16 anos, o arquiteto urbanista Leandro Marinho aprovou o projeto implementado após diversas reuniões e audiências publicas com a participação de vários setores da sociedade. Ele é enfático ao afirmar que as ciclofaixas são bem vindas em qualquer cidade.

- A cidade não pode beneficiar somente quem tem carro, por exemplo. A tendência, nos grandes lugares, é tirar um pouco os automóveis das ruas e favorecer pedestres e ciclistas. Achei bom o projeto realizado na Teixeira de Gouveia e percebo que as reclamações são de quem ainda não entendeu que a mudança é para melhor. E é possível, mesmo de carro, ver as vitrines do comércio da região que não era possível antes. As calçadas são estreitas e com a ciclofaixa, dá a impressão de que são mais espaçosas. As pessoas podem andar com mais tranquilidade e o ciclista é mais uma classe que vai poder consumir no loca, explica o arquiteto.

Pós graduado em paisagismo e com a chancela de quem já foi membro de avaliação de projeto final de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF), Leandro é macaense e vive na cidade. Ele lembra que o que está sendo feito já foi apresentado à população através de audiências públicas e encontros. Ele observa que o plano cicloviário do município foi absorvido na Lei que dispõe sobre o Plano Diretor. Além disso, o Governo Federal incentiva à construção dessas vias, através da Política Nacional de Mobilidade Urbana como uma de suas diretrizes.

Educação e Respeito

Coordenadora de Educação no Trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana, Carla Curvelo, acredita que calma e respeito são as palavras que devem ser usadas neste momento de mudanças no trânsito.

- A Teixeira de Gouveia tem espaço para pedestre, motorista e ciclista. Não é necessário invadir o espaço do outro. A Mobilidade Urbana tem atuado com a educação no trânsito, orientando, fazendo blitz educativa e não pode parar em vaga de idoso e cadeirante, caso não esteja com essas pessoas no carro. As vagas específicas nesta rua foram remanejadas a ruas próximas. Toda mudança gera desconforto, por isso é preciso ter calma e manter a mente aberta. Os motoristas que ocuparem a ciclofaixa serão notificados - explica.

A agente e educadora de trânsito Josiana Marques Wilme também orienta que as pessoas busquem informações sobre as mudanças idealizadas com a participação de civis e de usuários. Ela ressalta que é preciso tomar alguns cuidados. "Tanto ciclista quanto motorista devem atentar a algumas coisas. O ciclista, por exemplo, deve ter uma bicicleta em bom estado, com material reflexivo para aparecer à noite e ter retrovisor. É um veículo como outro e é preciso se comportar como tal, andar na mão, na direção corretas, seguindo a sinalização", observa.

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