quinta-feira, 23 de março de 2017

Lei de incentivo ajuda a manter projetos de esporte e inclusão social

Da Redação - Agência Belém de Notícias - 23/03/2017 17:34

  • / OPORTUNIDADE / 23/03/2017 17:34

    Secretário de Esporte e Lazer, Wilson Neto, prepara uma reunião para esclarecer detalhes do edital para possíveis interessados


Incentivar a prática do esporte e ainda ajudar na inclusão social de pessoas com algum tipo de deficiência física ou intelectual. Foi por essas razões que a contadora Ana Cecília Moreira Silva idealizou a Associação Souza Filho de Artes Marciais (Asfam), responsável pelo projeto Dorinha, que há oito anos oferece aulas de judô direcionadas a esse público.
Desde agosto do ano passado, a academia funciona no bairro da Pedreira e conta com 170 alunos. Além de pessoas com deficiências visual, auditiva, física e intelectual (síndrome de Down e autismo), o projeto atende 100 crianças de baixa renda e estudantes de escolas públicas. “As inscrições são feitas a cada semestre e colocamos como exigência a matricula em escola, além de frequência e bom desempenho e comportamento na sala de aula”, diz a coordenadora do projeto, Ana Cecília. 
Há três anos, o projeto é um dos beneficiados pela Lei Tó Teixeira e Guilherme Paraense e já há planos para participar da seleção deste ano. “O incentivo da Lei nos ajuda com os custos de manutenção do espaço de aulas, como luz, água, material de limpeza, concerto de equipamentos, salário dos profissionais, lanche diário, além de uniformes, passagens, alimentação e hospedagem durante as competições”, explica a responsável.
A academia e os alunos já colecionam medalhas e troféus de várias competições locais, estaduais e até de fora do estado. Dentre as conquistas em competições normais, estão as marcas de quatro campeões no Sul-Americano de Judô e cinco vice-campeões no Campeonato Brasileiro de Judô. “Nos anos de 2015 e 2016 fomos escolhidos como a melhor equipe de todas as competições. Nas Paralimpíadas, já tivemos sete campeões cegos no Campeonato Brasileiro, além de sermos escolhidos a melhor equipe no Grand Prix Infraero, em Porto Alegre, em 2015. Também em 2015, tivemos a primeira campeã nacional de judô com síndrome de Down”, orgulha-se Ana Cecília.
O atleta Tiago Gatinho, de 24 anos, está há cinco anos na escola e já tem grandes conquistas para contar. Além de participar dos campeonatos estadual e brasileiro, ele foi a Porto Alegre, competir no Grand Prix Infraero de Judô para Cegos. “O projeto mudou muita coisa na minha vida. Eu não praticava nenhum esporte. Além de aprender essa arte marcial, fiz amigos, tenho viajado , conhecido novos lugares e competido em vários torneios. Não sei como seria sem isso na minha vida”, avalia o aluno.
A jovem Ana Clara dos Santos Maciel, de 20 anos, entrou há seis meses na academia. Ela, que também estuda violino na Universidade Estadual do Pará (Uepa) também já competiu no Grand Prix Infraero de Judô para Cegos, sediado em Belém, conquistando medalha de bronze e, recentemente, foi a São Paulo, participar da etapa internacional desse campeonato. “Eu entrei porque precisava praticar alguma atividade física e com pouco tempo, eu já estava participando de grandes competições. O judô tem me ajudado muito no meu desenvolvimento como um todo, físico, mental, motor, porque ele não é só um esporte. Ele tem uma filosofia que serve pra vida”, defende a judoca.
Edital - O edital de seleção de projetos que queiram receber os incentivos previstos na Lei Tó Teixeira e Guilherme Paraense, foi publicado no Diário Oficial do Município no último dia 21.  
As inscrições de projetos do segmento de esporte poderão ser feitas de 3 a 28 de abril, no horário das 9h às 12h, de segunda a sexta-feira, no protocolo geral da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel), localizada na Av. Pedro Miranda, Aldeia de Cultura Amazônia David Miguel. Para inscrição, os interessados deverão apresentar duas cópias do projeto encadernado, que passará por análise de um comitê. 
No total, a lei poderá contemplar projetos que somem cerca de R$ 4 milhões em recursos, sendo  R$ 2 milhões para iniciativas de esporte. 
Este ano foram inseridas algumas mudanças no edital como exigência de regularidade fiscal nas três esferas e de um cronograma físico e financeiro por mês para acompanhamento das atividades, bem como o estabelecimento de procedimento interno de forma direta entre a Sejel e Secretaria Municipal de  Finanças (Sefin) para emissão do certificado. 
"Essas e outras alterações no edital servirão para que a Lei seja melhor aproveitada pelos atletas, agremiações, associações e entidades, assim como para melhor empregar o recurso público. Os projetos são financiados com o auxílio da Lei, por meio da qual a prefeitura abre mão de parte de sua receita para que o valor seja revertido para projetos, como o Dorinha, de grande relevância social", explica o titular da Sejel, Wilson Neto. 
O secretário informa que na próxima terça-feira, 28, haverá um seminário técnico, aberto a todos interessados, no auditório da Sejel, para prestar informações e orientações sobre o processo de seleção de projetos. "Essa reunião visa a transferência das informações que venham facilitar o acesso a Lei e melhorar a apresentação dos projetos, e, assim, ter o maior número possível de projetos contemplados", avalia o secretário. 
Texto: Jaqueline Ferreira
Foto: Uchôa Silva-Agência Belém
Coordenadoria de Comunicação Social (COMUS)

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