sábado, 30 de agosto de 2014

Primeiro foguete brasileiro testa uso de etanol em Alcântara

Da Redação com Agências

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O Foguete VS-30 passa por testes nesta sexta-feira (29) com o motor movido a combustível líquido, desenvolvido pela empresa Orbital Engenharia em parceria com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da Aeronáutica. O lançamento ocorre no Centro de Alcântara, no Maranhão.
A carga útil, denominada Estágio Propulsivo a Propelente Líquido, utiliza etanol e oxigênio líquido, explicou o coordenador do projeto, coronel-aviador Avandelino Santana Júnior. “O que estamos tentando obter com este voo são dados do desempenho do motorem elevadas altitudes e condições de ambiente espacial”, disse, explicando que o sistema já é conhecido e foi exaustivamente testado em laboratório.
O objetivo é a utilização do combustível líquido no lançamento de satélites, que suporta massas maiores e maior altitude. Até então, os lançamentos no Brasil eram feitos apenas com propulsores sólidos. “Os maiores satélites colocados em órbita são por meio de motores com carga líquida, mas, até então, o país não dominava essa tecnologia. Com ela, temos a vantagem do desempenho e de operações com maior precisão”, disse o coronel Santana.
Segundo ele, serão abertas novas possibilidades no desenvolvimento de motores e na aplicação em outros veículos aeroespaciais brasileiros.
O voo do VS-30 teve duração prevista em torno de dois minutos e sem  recuperação da carga útil. O tempo é pequeno, mas suficiente para a transmissão e coleta dos dados da performance do motor do foguete, segundo o coordenador da operação.
Além do combustível líquido da carga útil, o foguete leva um GPS de aplicação espacial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e um dispositivo mecânico de segurança concebido no IAE, denominado Chave Mecânica Acelerométrica.
O coronel Santana explica que o dispositivo funciona como uma torneira, podendo abrir e fechar conforme a necessidade. “Com o propulsor sólido, não temos esse controle, ele vai queimar até acabar, você não consegue reacender um fósforo. A grande vantagem é que ele fornece mais energia para o motor e pode dar várias ignições”, explicou.
A Operação Raposa foi iniciada no dia 12 de agosto e contou com o lançamento de um Foguete de Treinamento Intermediário, no dia 21, que testou os meios associados às atividades de preparação, montagem, transporte, integração, lançamento e rastreio de veículos espaciais e preparou a equipe envolvida para o lançamento principal.
A operação é apoiada pela Agência Espacial Brasileira e conta com a participação de organizações militares subordinadas ao DCTA, ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo e à Marinha do Brasil. Os trabalhos também são acompanhados pela Agência Espacial Alemã.
Com informações da Agência Brasil.
FA

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