quarta-feira, 27 de julho de 2016


São José dos Campos comemora 249 anos com a passagem da chama olímpica

 
Conhecida nacionalmente por ser um pólo aeronáutico e aeroespacial, São José dos Campos celebra nesta quarta-feira (27.07) 249 anos de história, mas as comemorações começaram já no domingo. O revezamento da tocha olímpica, às vésperas do aniversário da Capital do Vale do Paraíba, na terça-feira (26.07), coroou a festa e mostrou que a cidade também tem vocação esportiva. Ao longo dos 9.4 quilômetros, os 47 condutores da chama festejaram com os joseenses as conquistas e feitos do município e dos próprios moradores, como a nadadora Fabíola Molina.
 
 
Natural de São José, a ex-atleta Fabíola Molina foi uma das condutoras da chama na cidade e se emocionou ao viver o momento. "Acho que a tocha consegue espalhar esse espírito olímpico para os condutores, para a cidade, para as pessoas envolvidas", afirma. Ela acredita que o evento é um marco também para o município. "São José é uma cidade que sempre gostou de esporte, sempre tivemos excelentes atletas representando o Brasil. Acho que é uma homenagem para a cidade", comemora.
 
Especialista em nado de costas, Fabíola já esteve em três olimpíadas, Sydney 2000, Pequim 2008 e Londres 2012. Para ela, é uma realização participar dos Jogos Olímpicos. "É realizar um sonho, de ter conseguido chegar onde você quis chegar por muitos anos", conta. A atleta diz que foram momentos diferentes. "Em Sydney eu tinha 25, em Pequim eu tinha 33 e em Londres eu tinha 37, estava meio que encerrando minha carreira. Sentimento de cumpri minha missão, contribui para o meu país como atleta, me doei ao máximo", avalia.
 
Dona de 10 medalhas em pan-americanos, sul-americanos e outras competições internacionais, a atleta destacou sua expectativa para os Jogos no Rio. "É difícil a gente medir o sucesso só em termos de medalhas, espero que a população brasileira não tenha só essa expectativa de só ganhar medalha", deseja. Segundo ela, o pódio é algo a mais. "A gente está torcendo para que isso aconteça, mas eu acho que o que a gente pode esperar é muita determinação", diz.
 
Fabíola levou a chama para a também atleta Verônica Hipólito, do atletismo paralímpico, que acendeu a pira no palco montado no Parque da Cidade Roberto Burle Marx, área esta que foi parte da antiga Fazenda da Tecelagem Parayba. Bastante emocionada, a jovem de 20 anos prometeu que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Brasil serão um sucesso e comentou o fato de ter encerrado o revezamento com a Fabíola. "Fico muito feliz de terem sido duas mulheres encerrando a cerimônia aqui em São José. Isso é só o começo para nós mulheres, temos poder e teremos ainda mais", disse.
 
 

Percurso na cidade

 
A rota começou na avenida São João, no bairro Jardim das Colinas, e percorreu as principais ruas e pontos turísticos de São José, passando em frente ao Mirante do Banhado e à Igreja Matriz São José dos Campos. Antes de chegar à cidade celebração, a chama passou, ainda, pelas cidades de Suzano, Mogi das Cruzes e Jacareí.
 
Ainda no começo da rota, a chama passou por dentro do parque Vicentina Aranha, um dos maiores centros para tratamento de tuberculose da América Latina e um dos primeiros do país. Entrando pela avenida Nove de Julho coube à psicóloga Lívia de Souza conduzir à chama até o jardineiro José Lucindo, de 82 anos, com troca em frente à capela. De lá, a chama seguiu para o pavilhão central onde foi recebida pela jogadora de futebol feminina Daiane Menezes Rodrigues, a Bagé.
 
A atleta não escondia a alegria. "Acho que todos os atletas gostariam de estar participando de uma condução de tocha olímpica e isso não é diferente para mim. Eu acho que essa emoção, vou levar para o resto da minha vida, esse friozinho na barriga", disse. Para a gaúcha, nascida na cidade que deu origem ao apelido, a chama fala sobre transformação e serve de inspiração. "A tocha traz uma mensagem muita importante, principalmente para mim, traz paz, amor, pensar principalmente no próximo e saber que o esporte com certeza muda vidas, como mudou a minha e pode mudar de muita gente", afirma.
 
Desde 2010 em São José dos Campos, a jogadora acha que a passagem do fogo pela cidade foi um presente bem oportuno. "Com certeza é um dos melhores presentes que São José poderia ter. Eu já estou aqui praticamente há seis anos e me sinto uma joseense", garante. Bagé diz se sentir muito à vontade na cidade que escolheu para morar. "Eu tenho uma história muito legal aqui porque desde que eu cheguei fui muito bem acolhida pela cidade, pelos moradores e pelos torcedores, principalmente", lembra.
 
Sobre o time feminino do São José Esporte Clube, no qual atua como lateral-direita e zagueira, só tem a agradecer. "Pude conquistar praticamente todos os títulos mais importantes que o time tem, só ficou faltando o campeonato brasileiro. O principal foi campeonato mundial, único no Brasil. Isso é uma coisa muito importante", orgulha-se.
 
Bagé também tem no currículo uma passagem longa pela seleção brasileira de 2002 até 2013, quando teve uma lesão e precisou de afastar. "Minha passagem foi longa e produtiva. Só tenho a agradecer a seleção brasileira, principalmente, por ter me proporcionado coisas que eu jamais imaginei que eu iria viver dentro do esporte. Eu acho que o esporte está aí para mostrar que qualquer pessoa pode sonhar grande e quem sabe um dia acontece", finaliza a atleta que esteve nos Jogos Olímpicos de Londres 2012.
 
Revezamento da Tocha - São José dos Campos

Vocação esportiva

 
A lista de atletas que residem em São José dos Campos e estão entre os brasileiros que estarão no Rio 2016 chega a 14 pessoas, dos quais quatro são naturais da cidade. O secretário de esportes e lazer de São José dos Campos, Fernando Cesar Vales, explica que essa vocação esportiva do estado se dá pelo esforço do governo, mas principalmente da população, ao dar o exemplo do rúgbi. "Você pega um grupo de pessoas que já tem um known-how (conhecimento) e começa a desenvolver isso nas escolas, no bairro. Uma forma de massificar as modalidade", conta.
 
O rúgbi se desenvolveu na cidade a partir de uma iniciativa social, de profissionais que gostavam e conheciam as técnicas da modalidade. Eles começaram a dar aulas para as crianças sem pretensões de alto rendimento, mas hoje já é uma referência no país e possui cinco atletas que treinam em São José escalados para os Jogos: Daniel Sancery, Edna Santini, Felipe Sancery, Lucas Duque e Moisés Duque.
 
De acordo com o secretário, o fato de a cidade ter muitas empresas voltadas para a área tecnológica é um fator positivo. "Por ser uma cidade de alta tecnologia, basicamente todas essas indústrias e empresas mantém o esporte como atividade para seus funcionários e algumas delas, inclusive, até com projeção nacional", explica. Com a passagem da tocha pela cidade, Vales acredita que será um fator de incentivo ainda maior para a prática esportiva. "A chama vai trazer para nós um pouco da esperança e do fortalecimento do esporte nacional, da valorização da nossa cidade. Vai trazer para a gente um pouco da necessidade de valorizar o que é nosso, as nossas potencialidades", espera. Além de ter sido um belo presente para a cidade. "A passagem da tocha no nosso município acho que foi um dos maiores presentes dos últimos 249 anos da cidade", completa.
 
Lilian Amaral - brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte 
 

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