quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Polícia Federal prende Nuzman por suspeita de corrupção na Rio-2016

AFP/Arquivos / Miguel Schincariol(2016) Nuzman participa de ato público na cidade de Santos
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira (5) o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, no âmbito de uma investigação pela suposta compra de votos para que o Rio de Janeiro fosse escolhido sede dos Jogos Olímpicos em 2016.
Em um comunicado, a PF informou que cumpriu ordens de prisão temporária, tanto para Nuzman como para Leonardo Gryner, diretor-geral de operações do Comitê Rio-2016.
Os dois são investigados por delitos de "corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa".
No início da manhã, policiais realizaram a operação batizada como "Unfair Play - Segundo Tempo".
Além da detenção de Nuzman, que permanecia em sua residência à disposição das autoridades, e de Gryner, os agentes apreenderam documentos.
Em setembro, Nuzman já havia sido interrogado pela PF durante a operação "Unfair Play", que suspeita que o dirigente tenha sido o "ponto central de conexão" de uma trama de corrupção internacional que supostamente comprou votos para dar a vitória ao Rio de Janeiro na disputa pela sede olímpica de 2016.
Na operação de setembro, a casa do dirigente foi alvo de operação de busca, assim como a sede do COB e várias empresas no Rio. Em Paris, a unidade anticorrupção francesa, que investiga desde 2015 suspeitas de corrupção na escolha das sedes Rio-2016 e Tóquio-2020, realizou uma busca na casa do empresário brasileiro Arthur Soares, que teria atuado como intermediário.
As autoridades suspeitam de que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (2007-2014) - que cumpre uma condenação por corrupção passiva e por lavagem de dinheiro - era o cérebro do esquema que supostamente pagou 2 milhões de dólares em subornos ao senegalês Papa Massata Diack, filho do ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) Lamine Diack.
O empresário Arthur Soares, conhecido como "Rei Arthur", que recebeu muitos contratos durante o governo de Cabral, teria sido o responsável por efetuar o pagamento apenas três dias antes da votação do Comitê Olímpico Internacional (COI) em Copenhague, em outubro de 2009, quando o Rio derrotou Chicago, Madri e Tóquio.

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