sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CORRUPÇÃO SOBRE RODAS NO RJ: Quadrilha do Detran usou 88 ‘laranjas’

Bandos que lesaram órgão registraram

45 veículos em nome de idosa de 70 anos

 Além de oferecer facilidades para emissão de documentos e remoção de multas do sistema do Detran, a quadrilha do posto de Paracambi, na Baixada, praticava outro tipo de fraude. O grupo utilizava ‘laranjas’ para comprar e vender veículos em leilões judiciais ou com pendências administrativas. Pelo menos 88 nomes foram usados no golpe. Nesta quinta-feira, mais um funcionário do órgão foi preso na cidade: já são 37 presos. Oito continuam foragidos.

Os fraudadores utilizavam endereços inexistentes no município para arrematar veículos. Segundo o delegado da 51º DP (Paracambi), Felipe Curi, os automóveis eram registrados no nome de pessoas que não moram em Paracambi. Uma idosa de 70 anos, por exemplo, teria 45 carros.
Arte: O Dia
“Foi descoberta fraude na transferência de centenas de veículos para Paracambi, os quais foram cadastrados até em terrenos baldios. Foram identificados 88 ‘laranjas’, alguns com 50 veículos em seus nomes e cadastrados lá, sendo que nenhum deles reside na cidade”, explica Curi.

A quadrilha utilizava nome de um ‘laranja’ para arrematar veículo em leilão e não quitava o débito. O carro era transferido para outro ‘laranja’ e, depois, vendido. Graças à quadrilha do posto, o documento saía sem pendências e o carro era facilmente vendido.

Outro funcionário do Detran de Paracambi foi preso nesta quinta-feira: o vistoriador Alex Leonardo Cremonesi, 33 anos. Outros dois bandos atuavam nos postos de Araruama e São Pedro d’Aldeia.

Esquema de propinas
Esquema de corrupção em postos do Detran, onde ‘vistorias fantasmas’ e remoção de multas eram realizadas por propinas de R$ 50 a R$ 300, levou à prisão de funcionários, prestadores de serviço e despachantes. A operação, nesta quarta-feira, envolveu a Corregedoria do órgão, Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público estadual.

As fraudes aconteciam em três postos de vistoria, em Araruama e São Pedro d’Aldeia, na Região dos Lagos, e Paracambi, Baixada. Segundo o subcoordenador do Gaeco na Região dos Lagos, promotor Marcelo Maurício Barbosa Arsênio, os bandos não têm ligação. O grupo que agia em Paracambi recebia R$ 100 mil por mês, e os demais, R$ 250 mil. Somado, o lucro anual chegaria a R$ 4 milhões.

Segundo a investigação, os bandos fizeram dos postos ‘escritórios do crime’, onde qualquer irregularidade em veículos podia ser sanada. As propinas variavam conforme o cliente, dificuldade da operação ou o total de serviços solicitados. Era possível ter documento de vistoria anual por correspondência, sem levar o veículo ao posto.
 Transferências de propriedade eram feitas sem recolhimento da taxa, e registros de contratos de financiamento, sem autenticação. Multas e dívidas de IPVA eram apagadas.
Participação de donos de veículos será investigada
Com a prisão de funcionários e prestadores de serviços do Detran, a operação Direção Oposta parte para sua segunda fase. A polícia investiga agora os proprietários de veículos que utilizaram as ‘facilidades’ do esquema para conseguir documentos. Levantamentos iniciais mostram que pelo menos 500 automóveis de Paracambi, Araruama e São Pedro d’Aldeia foram beneficiados com a fraude.

Segundo o delegado da 51ª DP (Paracambi), Felipe Curi, a operação de ontem foi apenas a “ponta do iceberg”. Outro inquérito policial foi instaurado para continuar as investigações, já que foi descoberta a existência de fraude na transferência de pelo menos 200 veículos para o município.

“Com a apreensão dos processos de legalização desses veículos feita hoje, vamos identificar e prender a outra parte da quadrilha”, explica Curi. Desde o início do ano, foram emplacados no município 1,4 mil veículos, número considerado elevado para cidade com cerca de 40 mil habitantes.

“Essa política de extirpar a corrupção é permanente e recairá sobre todo e qualquer funcionário ou prestador de serviços flagrado na prática de ações não condizentes com o serviço público”, afirma o Detran-RJ em nota.

III Encontro Municipal de Voluntários
antecipa Dia do Voluntário



O evento foi marcado pelo testemunho de
voluntários sobre o prazer de realizar este trabalho Com muita alegria e disposição, cerca de 600 voluntários se reuniram na noite desta quarta-feira (23), às 19h, para o III Encontro Municipal de Voluntários. O evento, que foi organizado pela Prefeitura Municipal de Macaé, por meio do programa Minha Escola Querida, da Secretaria de Educação, foi marcado pelo testemunho de voluntários sobre o prazer de realizar este trabalho.

Para a Vice-prefeita e idealizadora do Programa Minha Escola Querida, Marilena Garcia, o trabalho voluntário é extremamente gratificante e ajuda as pessoas a entrarem em contato com o que há de mais humano.

- O trabalho voluntário nós fazemos não por dinheiro, mas por desejo, por escolha. A vida me apresentou duas situações difíceis de serem enfrentadas e que me levaram ao trabalho voluntário no combate ao câncer de mama. Dessas, em 90, no primeiro câncer, fui pega de surpresa, e vivi a experiência da dor, do medo, insegurança. E começamos a nos juntar e quisemos aprender. Fomos nos unindo pelo conhecimento e nos capacitando como voluntárias no combate ao Câncer de Mama, e formamos uma grande organização nacional, a Unamama. Quando voltei a Macaé, trouxe este trabalho comigo, e este ano voltei a meu trabalho voluntário nesta luta, e esta é a minha homenagem a vocês, - relatou Marilena.

O secretário de Educação, professor Guto Garcia, também lembrou sua experiência como voluntário. “Durante a faculdade, fui voluntário em um curso de pré-vestibular na Rocinha e foi um trabalho muito gratificante. É muito bom ver que com alguns gestos podemos mudar uma vida, uma realidade. Gostaria de agradecer e parabenizar a todos os voluntários do município por sua dedicação, especialmente neste momento difícil em que a maioria das pessoas, das empresas estão cada vez mais centradas no lucro, no indivíduo, e vocês se dedicam de forma altruísta ao trabalho em favor do próximo”.

A coordenadora do programa Minha Escola Querida, Sônia Teresinha, agradeceu a Marilena por ter confiado a ela o projeto e ao secretário Guto Garcia por ter acreditado no projeto e dado continuidade. “Desde 2009, venho conquistando amigos neste programa, que é um presente. Este evento de hoje foi idealizado pelo secretario de Educação, Guto Garcia, para parabenizar todos os voluntários dos diversos segmentos de Macaé. O Minha Escola Querida é um projeto que fortalece o indivíduo, que se reconhece em sua história e entende a sua responsabilidade”, disse, agradecendo aos alunos do curso de Gestão em Recursos Humanos da Universidade Estácio de Sá pela participação e pela ajuda na organização do evento e às empresas, que sempre participaram dos mutirões.

Durante o evento, foi convidada uma das famílias que participaram do Mutirão do Colégio Balneário Lagomar para falar sobre sua experiência como voluntária. “Minha mãe sempre me ensinou a abraçarmos um órgão em qualquer lugar que morarmos, e desde que me mudei para o Lagomar, sempre busquei participar e ajudar a escola. Participei durante três anos do Escola em Ação e, quando houve o mutirão, participei. Sempre que tiver oportunidade, farei o que puder pela escola”, ressaltou Elza Santos Alves.

Também foram homenageados os voluntários que participaram desde o primeiro Mutirão, entre eles as empresas Emoldurart, Flashprint, Odebrescht, Petrobras, Supermemercado Litoral, além da Associação Comercial e Industrial de Macaé (Acim), Art Luz, Forte Marechal Hermes, Fundação Mokiti Okada, Amor da Melhor Idade, Guarda Municipal, Estácio de Sá e o Artista de Grafite conhecido como Muk e o tecladista Sirlei.

O evento foi realizado com a colaboração de empresas voluntárias, entre elas: CVC, Universidade Estácio de Sá, Litoral Supermercados, Agência Brasil, Blasting, Qualivitta, Alphatec, Flashprint, Odebrecht, Instituto Carmargo Correa, CGC, Apae Macaé/RJ, Petrobras, Aliminas, ACIM, Forte Marechal Hermes, Emoldurart, Madaterra, Riophoto, Kaz Estudio Fotográfico, Mil Artes, MacClean, Evolução Tansportes, Halliburton e Donatela, Ferragens Guimarães, Moreira Arantes Seguradora, Giro Lar, Vip Notebooks, Larissa Cosméticos, Quissamix, Orla I, Atuação Jovem, Comap, Mundial, e Artetud Comunicação Visual além da colaboração do Centro de Educação Tecnológica e profissional (Cetep) e do Programa Macaé Inteligente, ambos da Secretaria Municipal de Educação.

Confira a relação de prêmios:

- passagem com acompanhante e hospedagem por 05 dias em qualquer lugar do país(CVC)
- 3 bicicletas
- 2 torradeirass\
- 2 espremedores de frutas
- 7 cafeteiras,
- 2 ferros elétricos
- 1 secador de cabelos
- 10 almoços no Kabanas
- 2 pranchas de cabelo
- 1 mixer
- 1 forno elétrico
- 1 DVD
- 1 ducha/chuveiro
- 1 aparelho telefone fixo,
- 1 ventilador
- 1 conjunto de teclado e caixas de som para computador
- 7 Grills,
- 1 boneca
- Bijuterias

AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ASSEMBLÉIA:
Autoridades de Macaé querem é
 cobra explicações da Chevron

CPI será criada na Alerj para
 investigar vazamento do óleo O prefeito de Macaé e presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo, Riverton Mussi (PMDB), e a vice-prefeita de Macaé, Marilena Garcia (PT), cobraram nesta quinta-feira (24) posicionamento da Chevron sobre as conseqüências que o vazamento de óleo pode causar para Macaé e os outros dez municípios da Ompetro. Riverton, Marilena e o secretário de Governo, André Braga, participaram de audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) sobre o tema.

- O impacto ambiental, na pesca e o desemprego dos trabalhadores que atuam nas terceirizadas que prestam serviço para a Chevron na Bacia de Campos são as maiores preocupações – afirmou o prefeito. O presidente da Ompetro convidou um membro da comissão formada na Alerj para discutir o vazamento do óleo e um do Ministério Público Federal para participar de sobrevôo, na Bacia de Campos, nesta sexta-feira (25), para checar a dispersão da mancha do óleo.

Riverton ressaltou que o impacto ambiental é uma das conseqüências negativas do arranjo do petróleo. “Macaé pode perder R$ 150 milhões em 2012 caso o substitutivo do senador Vital do Rêgo, aprovado no Senado e que redivide todas as receitas da exploração do petróleo, incluindo aquelas nas áreas já licitadas, seja colocado em prática. Não é justo e nem constitucional que um município produtor que lida com todos os impactos do petróleo tenha essa perda e o acidente da Chevron é um exemplo”, avaliou.

O superintendente de Meio Ambiente da Chevron, Luiz Pimenta, pediu desculpas pelo ocorrido, voltou a afirmar que o óleo que ainda vaza é residual e disse que a previsão para o óleo chegar à costa é “pequena”.

Já a declaração do secretário de Ambiente, Carlos Minc, foi contrária à do superintendente da Chevron. “Técnicos do Inea e do Ibama disseram que dois terços do óleo não afloraram, que o óleo está sofrendo modificações com o sal e se transforma em milhares de bolas de piche e dependendo do vento e da maré, essas bolas são direcionadas para praias como Macaé, Búzios, Angra, sul do Espírito Santo e Ubatuba. Isso afeta o lazer, o turismo e o peixe. Vamos ficar junto com as prefeituras monitorando”, assinalou Minc.

Em outro depoimento que causou controvérsia, Luiz Pimenta disse que a petroleira norte-americana mantém contato com as colônias de pescadores das cidades onde a empresa atua na costa. “Mantemos relação com toda a comunidade pesqueira”, garantiu. A afirmação foi contestada pelo subsecretário de Pesca de Macaé, José Carlos Bento, que ratificou seu depoimento dado na quarta-feira (23) de que o órgão e a Colônia de Pescadores Z 3 souberam do vazamento de óleo na Bacia de Campos através da mídia.

A vice-prefeita Marilena Garcia pontuou que o impacto ambiental está nas cidades produtoras, o que deve inviabilizar uma discussão sobre redivisão dos royalties. “Lutamos pelos royalties desde o início das discussões, há mais de vinte anos. O impacto social, ambiental, na educação, na saúde e na infraestrutura urbana é local e mostra a necessidade de royalties para o custeio dos serviços”, acentuou.

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) vai instaurar uma CPI para investigar o vazamento de petróleo no campo de Frade, além da comissão para estudar um centro de prevenção, monitoramento e controle.

Na audiência, Luiz Pimenta tentou dar explicações técnicas, mas entrou em contradições outras vezes com base em informações fornecidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Polícia Federal e até de declarações dadas pela presidente Dilma Rousseff à imprensa, que se irritou com a falta de equipamentos da Chevron.

Em uma das declarações, Luiz Pimenta assegurou que “de acordo com nosso plano de emergência, precisávamos ter na área dois barcos e tínhamos dois barcos”. “Da data que nós soubemos que o problema era da Chevron, do dia 9 até o dia 13, onde o fluxo intenso foi cessado, decorreram quatro dias. Contemos o vazamento em quatro dias”, avalizou.

Segundo Pimenta, vazaram 2,4 mil barris de óleo. O volume, no entanto, é questionado pela ANP, pela Polícia Federal e também por Carlos Minc. “O vazamento pode chegar a 15 mil barris”, contestou Minc. O executivo da Chevron garantiu que a empresa adotou a transparência no caso. “Hoje estamos fazendo controle da fonte residual, a empresa teve total transparência com os órgãos ambientais e fiscalizadores”, disse.

No entanto, a imprensa que cobriu o evento lembrou que em nenhum momento a norte-americana atendeu a mídia e a atitude se repetiu no final da audiência desta quinta. Para o secretário estadual do Ambiente, houve manipulação das imagens submarinas do vazamento com a finalidade de subestimar a dimensão do acidente. Pimenta informou também que a técnica de dispersão mecânica é adotada no caso - em que jatos de água são usados para quebrar a mancha em pequenos pedaços e facilitar a diluição e absorção do produto pelo oceano.

Na quarta-feira, a Agência Nacional de Petróleo determinou a suspensão de todas as atividades de perfuração da Chevron, até que sejam identificadas as causas e os responsáveis pelo vazamento de petróleo e restabelecidas as condições de segurança na região.

A audiência pública foi realizada pelas comissões de Defesa do Meio Ambiente, presidida pelo deputado Átila Nunes (PSC); de Saneamento Ambiental, presidida pela deputada Aspásia Camargo (PV); e de Minas e Energia, presidida pelo deputado Rafael do Gordo (PSB).

- Foi importante a presença dos prefeitos da Bacia de Campos na audiência. Macaé é uma cidade do petróleo, imensa, que pode sofrer diretamente os frutos desse desastre – observou a deputada Aspásia Camargo. O procurador da República Flávio de Carvalho também participou da audiência, entre diversas outras autoridades.

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