Políticas públicas garantem direitos no Dia Nacional da Visibilidade Lésbica
Da Redação - Agência Belém de Notícias - 29/08/2016 10:48
Juntas há quatro anos, Karla Menier, 24, e Lorena Peixoto, também de 24 anos, já não se preocupam com preconceitos e “olhares tortos” da sociedade. A rotina de trabalho, passeio, estudo é a mesma todos os dias. “Nunca presenciamos o preconceito de forma tão direta, mas sabemos que ele existe”, conta a publicitária Karla. “A conscientização é o melhor caminho”, completa.
“Ser lésbica não é só estar com uma mulher, é entender que mulher precisa ser respeitada, ser tratada com carinho e isso nós temos de sobra. A data reforça essa força de que temos de lutar contra o preconceito e começar a realmente ser aceitas”, enfatiza a publicitária, referindo-se ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica que completa 20 anos nesta segunda-feira, 29.
A data foi decretada por ativistas lésbicas, durante o 1º Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), em 29 de agosto de 1996 na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Completam-se, assim, 20 anos de luta pelo direito de viver o amor com visibilidade e reconhecimento, tornando visível à sociedade todas as violências explícitas e implícitas a que são submetidas diariamente.
Em Belém, a luta por esta igualdade se reflete no atendimento social e médico sem distinções. No prédio da Casa Dia, por exemplo, o serviço de políticas públicas é garantido com o atendimento humanizado, acolhedor e tratamento gratuito promovido por uma equipe multidisciplinar. “Hoje vemos a questão da mulher lésbica, porém existe a mulher bissexual que, após uma relação sexual sem preservativo, pode acabar adquirindo o vírus HIV e transmitindo para outra mulher. Então, assim que diagnosticadas com o vírus elas são direcionados para a Casa Dia. E aqui começamos todo o tratamento, suporte e amparo humanizado. Temos uma equipe multiprofissional e também o novo serviço de odontologia e fisioterapia”, explica o gerente da Casa Dia, Reginaldo Júnior.
São cadastrados atualmente na Casa Dia 7.500 usuários. Por dia, são garantidos de 200 a 250 atendimentos nas mais diversas especialidades. De acordo com o diretor do espaço, o número de cadastrados tem crescido nos últimos tempos, assim como a busca pela prevenção. “Principalmente na juventude, os jovens precisam estar mais antenados e prevenidos na vida sexual porque o número (de casos de HIV) entre eles têm crescido”, destaca.
Prevenção - Segundo o gerente, as ações de prevenção ocorrem em praças, praias, festas e outros locais que concentram um número maior de jovens. “Podemos ter um alcance maior. Fazemos a testagem não buscando o vírus, mas sim para que o paciente seja diagnosticado com mais rapidez e o tratamento iniciado”, ressalta.
Feita a testagem, que pode ser realizada no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), também do município, o atendimento é imediatamente garantido. O paciente pode se dirigir até a Casa Dia com identidade, CPF e o teste do reagente positivo. A partir daí, é matriculado para ser assistida com o acompanhamento completo de equipe multidisciplinar e para receber os medicamentos antirretrovirais e passa a contar com atendimentos nas áreas de clínica médica, pediatria, nutrição, psicologia, enfermagem, assistência social, terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia e farmácia, além da coleta de sangue para os exames necessários ao acompanhamento da carga viral e do sistema imunológico dos usuários.
“Dentro da Casa Dia recebemos esse público de coração bem aberto para que a gente possa dar todo amparo. Para que ela se sinta bem e efetue todo seu tratamento de forma correta, sabemos que a interrupção é a pior coisa que pode acontecer. E para isso a humanização é importante, assim como a integração para que os usuários sejam bem atendidos e permaneçam”, diz Reginaldo Júnior.
SERVIÇO
A Casa Dia funciona há dois meses em um novo endereço, na avenida Pedro Álvares Cabral, próximo à ponte do Barreiro, bairro da Sacramenta, das 7h às 18h.
Texto: Andre Macedo
Foto: Adriano Magalhães
Coordenadoria de Comunicação Social (COMUS)
Foto: Adriano Magalhães
Coordenadoria de Comunicação Social (COMUS)
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