Os manifestantes protestaram a "saída estratégica" de helicóptero do secretário do evento
Jane Oliveira: "Ele mentiu".
Prefeitos recebem
Carta de Propostas para melhora na Saúde
Servidores da área de saúde representados pelo SINDSPREV-RJ fizeram nesta sexta feira, dia 15, um protesto no segundo e último dia do 3º. Encontro de Prefeitas e Prefeitos do Estado do Rio de Janeiro, em Búzios, durante a palestra do secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortez. Eles denunciavam o que chamaram de “sucateamento da saúde pública” e o descaso do estado com os profissionais que prestam serviço em 12 municípios através do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192), que estão sem receber salários há cinco meses.
O constrangimento foi geral com a chegada dos manifestantes no
evento. Mal tendo acabado a sua fala o secretário deixou apressadamente o
local, e esquivando-se dos servidores subiu no helicóptero verde da
Saúde, sob a indignação dos manifestantes que gritavam palavras de ordem
em direção a aeronave.
- Ele fugiu, saiu batido daqui porque só falou mentira lá dentro, disse Jane Oliveira, servidora de São Gonçalo. Segundo afirmou “não existe o hospital de mulher no porte daquele que ele mostrou lá dentro. Na verdade eles ampliaram o hospital Luis Palmer, fizeram um puxadinho para atendimento a gestante e só” – completou. Já Márcia Pereira, de Duque de Caxias, acrescentou que “ele não quis falar com a gente e correu para não ser chamado de mentiroso”. Após gritos e palavras de ordem tipo “o SUS é nosso”, os manifestantes afinal se dispersaram após a aeronave sumir no céu de Búzios.
Momentos antes com faixas e cartazes mais de trinta deles adentraram
ao auditório e, em silêncio, foram se posicionando na frente e laterais
da mesa, e bem ao lado da tribuna onde falava o secretário estenderam
dizeres como: “Estamos sem salários há cinco meses” e “Queremos
justiça”.
Visivelmente nervoso, mas sem se deixar intimidar, o secretário Sergio Cortez palestrou sobre os benefícios feitos pelo governo do Estado na área, mostrando a modernização de hospitais e relatou sobre inúmeros programas já desenvolvidos em vários municípios. Enquanto isso, os servidores distribuíam aos prefeitos uma “carta de propostas para uma saúde pública que atenda bem à população”, explicando a real situação em que esta se encontra segundo a classe.
De acordo com os servidores, a Saúde sofre com a falta de verbas, de profissionais qualificados, e é grande a precariedade do Sistema Único de Saúde (SUS). Eles defendem o que consideram de medidas práticas para o atendimento à população, mediante investimentos na saúde preventiva, com a valorização de agentes comunitários e de combate a endemias (ACS e ACE) que, na grande maioria dos municípios, ainda aguardam pelo conquistado direito à regularização funcional.
Cristiane Bulhões, agente comunitária de São João do Meriti, disse que dentro do estado estes somam cerca de oito mil agentes que estão trabalhando “desrespeitando a lei” por estarem atuando como comissionados ou terceirizados, quando já deveriam ter sido efetivados.
- Nós temos direito a certificação. Viemos aqui para explicar isso
principalmente aos novos prefeitos que estão assumindo, para eles
começarem fazendo a coisa certa – comentou a jovem. Já na carta de
propostas que entregaram aos prefeitos pedindo apoio a sua causa, os
servidores diziam o seguinte:
“Esperamos que cada prefeito que participa deste encontro em Búzios reflita sobre essas questões, encaminhe a abertura de negociações com os servidores e adotem políticas que valorizem a saúde pública e quem nela trabalha”, conclui o documento.
“Esperamos que cada prefeito que participa deste encontro em Búzios reflita sobre essas questões, encaminhe a abertura de negociações com os servidores e adotem políticas que valorizem a saúde pública e quem nela trabalha”, conclui o documento.
(texto: Paula Maciel/buziosrjnews)
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