sexta-feira, 22 de novembro de 2013

 22/11/2013 07h44 - Atualizado em 22/11/2013 07h44

Melhoria em aeroportos

Para governo, concessões ampliarão investimento e qualidade de terminais.
Aeroportos de Galeão e Confins serão leiloados nesta sexta (22).

Fábio AmatoDo G1, em Brasília

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A ampliação e melhoria da infraestrutura dos principais aeroportos brasileiros proporcionadas pelas concessões, somadas à previsão de alto crescimento da demanda por voos no país para a próxima década, podem atrair novas empresas aéreas para atuar no Brasil, avalia o secretário-executivo da Secretaria de Aviação Civil, Guilherme Ramalho, em entrevista ao G1.
O mercado de transporte aéreo nacional é hoje dominado por quatro empresas: Avianca, Azul, Gol e TAM, as duas últimas detentoras das maiores fatias. O aumento da competição no setor poderia levar à queda no valor das passagens nos próximos anos.
Nesta sexta-feira (22), o governo da presidente Dilma Rousseff realiza a terceira rodada de concessões de aeroportos. Desta vez, serão leiloados Galeão, no Rio, e Confins, em Minas Gerais, respectivamente o primeiro e o terceiro maiores aeroportos ainda sob controle da estatal Infraero. Já foram concedidos os terminais de São Gonçalo do Amarante (RN), Guarulhos, Campinas (SP) e Brasília (DF).
Além disso, o governo elabora um plano para elevar os investimentos em aeroportos regionais e incentivar voos em terminais de menor porte. Anunciado há quase um ano, esse plano, porém, ainda não saiu do papel.
Aeroporto de Confins, em Minas Gerais (Foto: Acervo Infraero)Aeroporto de Confins, em Minas Gerais
(Foto: Acervo Infraero)
“O mercado brasileiro vai crescer muito na próxima década. E é natural que em um mercado em crescimento, com a melhoria da qualidade dos aeroportos, você cria condição para que venha mais gente. Isso [a entrada de novas empresas aéreas no país] é esperável”, disse Ramalho.
Ele apontou ainda que, com a chegada de novos operadores para os aeroportos deGaleão e Confins, o Brasil vai conseguir consolidar um ambiente de competição no setor, para benefício de passageiros e empresas.
“[Os novos operadores] vão trazer novas experiências, novos conhecimentos, e isso vai adicionar novos elementos a esse ambiente de competição que a gente quer instaurar no Brasil. O que a gente espera é que, instaurado esse ambiente de competição, isso vai gerar incentivo à inovação, redução de custos e melhoria da qualidade do serviço nos aeroportos”, disse Ramalho.
De acordo com ele, em busca de elevar as suas receitas, esses concessionários devem brigar para atrair novos voos e passageiros para os aeroportos que administram. E, para ter sucesso nessa disputa, serão necessários investimentos na melhoria da qualidade do serviço prestado tanto ao passageiro (mais conforto) quanto às empresas aéreas (agilidade e redução de custos).
Aeroporto do Galeão, no Rio, vai a leilão nesta sexta-feira (22) (Foto: Acervo Infraero)Aeroporto do Galeão, no Rio, vai a leilão nesta
sexta-feira (22) (Foto: Acervo Infraero)
Entraves
Apesar de avaliar que a melhora na infraestrutura do país contribui para a chegada de novos competidores, Ramalho aponta que outras questões devem ser levadas em consideração em negócios desse tipo. E, no caso do Brasil, elas podem, na verdade, afastar investidores. Entre elas estão custos elevados (preço do combustível, por exemplo), e a legislação que limita em 20% a participação de capital estrangeiro em empresas aéreas nacionais.
O ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC),Moreira Franco, já declarou apoio à proposta que eleva de 20% para 49% o limite de participação estrangeira em empresas aéreas. O assunto, porém, está parado no Congresso e não há qualquer mobilização para analisá-lo. Na quarta (20), durante participação em audiência pública na Câmara, Moreira Franco também criticou a alta incidência de impostos sobre o combustível usado pelos aviões, que em alguns estados chega a 30% do valor do produto.
Em agosto, a associação que representa as empresas aéreas pediu ao governo uma série de medidas para redução dos custos no setor, pressionados pela alta do dólar nos últimos meses. O pedido de socorro, acompanhado de uma alerta para risco de aumento das passagens, não teve uma resposta oficial do governo até o momento, mas há sinais de que não deve ser atendido.

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