Offshore: Macaé se prepara para a fase de perfuração de poços
03/12/2014 11h31 - Jornalista: Andréa Lisboa
No cartório da Segunda Vara da Justiça do Trabalho, das mais de 14 mil ações trabalhistas, mais de 8 mil foram requeridas pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro) e se referem a ações de trabalhadores que estão empregados na Petrobras. Apesar da grande maioria dos processos não ser de desempregados, verifica-se um aumento de mais de mil ações vinculadas a demissões. A expectativa da gestão municipal é que com a já iniciada retomada das rodadas de licitação para a perfuração de poços, interrompidas por cinco anos pela Petrobras, a necessidade de mão de obra volte a crescer.
- A cidade demorou 40 anos para se estruturar para o petróleo. Esse diferencial de Macaé é o que a coloca em evidência em relação a outros municípios para que o país se torne competitivo especialmente em relação a novos produtores, como México e Angola. Há um vasto conhecimento sobre o setor retido em Macaé e investimentos públicos e privados para o suporte da indústria de petróleo e gás que projeta a cidade e o país. Por isso, reforço que as questões do setor vão além das discussões sobre a Petrobras e sobre os royalties, disse o secretário de Indústria e Comércio, Vandré Guimarães.
É com o foco nos investimentos em infraestrutura que o município se prepara para uma mudança de fase do setor Offshore a partir de meados de 2016. A atual gestão está trabalhando na etapa pré-licitação da Estrada de Santa Teresa, que será base da infraestrutura de acesso interno, e ainda atua para desafogar a Rodovia Norte-Sul, já produzindo progressos no fluxo de veículos. Quanto ao acesso externo, já aconteceram três reuniões com o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, para adequação do aeroporto e periódicas com representantes da Infraero. O objetivo é a ampliação e o reforço da pista para atender ao transporte de carga (Porto Seco), a separação de pistas de avião e de helicóptero e ainda a ampliação da área de circulação de passageiros.
Somam-se as esses esforços da gestão municipal: a mobilização da população em duas audiências públicas para a implantação do Terminal Portuário de Macaé (Terpor), no bairro São José do Barreto; a aceleração dos processos de licenças municipais e o empenho para agilizar as etapas junto ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O governo atua na fase de capitação de informações para a elaboração do termo de referência para o Estudo de Viabilidade Técnica do Terpor que será executado no próximo ano. A previsão é que o terminal esteja em funcionamento a partir do segundo semestre de 2016.
Macaé também tem reforçado as parcerias para capacitação profissional junto ao Centro de Educação Tecnológica e Profissional da Prefeitura de Macaé (Cetep) - já certificado pela Petrobras - ao Sebrae e ao Senai. Além disso, investe na desburocratização dos processos para instalação de empresas, por meio do novo Portal de Licenciamento; apresenta mensalmente informativos aos empresários com dados e notícias atualizados sobre o município, além de injetar R$ 25 milhões em saneamento, apenas na área do Parque de Tubos. Outros investimentos também se baseiam nessa expectativa de reorganização do setor de petróleo e geração de novos empregos, como o para dobrar a capacidade do Hospital Público Municipal (HPM).
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