Venina Velosa, coragem e brasilidade na telinha da Globo
A documentação com as denúncias da gerente, que está afastada, foi entregue ao Ministério Público, que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras e que resultou na Operação Lava a Jato. A ex-gerente diz que "vai até o fim" nas denúncias e que outros funcionários da empresa possuem conhecimento dos problemas. Ela fez um apelo para que os outros funcionários a, assim como ela, também denunciem o que sabem sobre o esquema de corrupção.
"Num primeiro momento, em 2008, como gerente-executiva, eu informei ao então diretor Paulo Roberto Costa, informei a outros diretores como a Graça Foster, e em outro momento, como gerente-geral, eu informei aos meus gerentes-executivos, José Raimundo Brandão Pereira e o Abílio [Paulo Pinheiro Ramos], que era meu atual gerente-executivo. Informei ao diretor [José Carlos] Cosenza (...) Informei ao presidente [José Sérgio] Gabrielli. Informei a todas a pessoas que eu achava que podiam fazer alguma coisa para combater aquele processo que estava se instalando dentro da empresa", afirmou.
Na época, Graça Foster, atual presidente da companhia, era diretora de gás e energia. Ela assumiu o atual cargo em fevereiro de 2012.
"Eu estive com a presidente [Graça Foster] pessoalmente quando ela era diretora de Gás e Energia. Naquele momento, nós discutimos o assunto. Foi passado uma documentação pra ela sobre processo de denúncia na area de comunicação. Depois disso, a gente (...) Ela teve acesso a essas irregularidades nas reuniões da diretoria-executiva. ", declarou Venina Velosa.
Paulo Roberto Costa, que chefiou a diretoria de Abastecimento de 2004 a 2012, assinou um acordo de delação premiada para contar o que sabe em troca de uma possível redução de pena. Atualmente, cumpre prisão domiciliar.
Entenda as denúncias de Venina
O jornal relata que, apesar das advertências, a direção da empresa não agiu para conter os desvios bilionários e ainda destituiu de seus cargos os executivos que tentaram barrar o esquema de corrupção.
A Petrobras afirmou, na terça-feira (16), que a ex-gerente só enviou em novembro deste ano, à presidente da estatal, Maria das Graças Foster, e-mail alertando sobre irregularidades na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e nas áreas de Comunicação do Abastecimento e à área de comercialização de combustível de navio (bunker).
"Os temas supracitados foram apenas levados ao conhecimento da Presidente através de email recente, de 20/11/2014, quando a empregada já havia sido destituída de sua função gerencial. Nesta data, as irregularidades na Comunicação do Abastecimento e na RNEST já haviam sido objeto de averiguação em Comissões Internas de Apuração, bem como as irregularidades da área de comercialização de combustível de navio (bunker) em Grupos de Trabalho", diz a Petrobras em nota.
Ainda segundo a estatal, Graça Foster respondeu a Venina no dia seguinte, "informando que estava encaminhando o assunto ao Diretor José Carlos Cosenza e ao Jurídico da Petrobras para averiguação e adoção das medidas cabíveis".
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