segunda-feira, 25 de abril de 2016

Minha Casa Minha Vida: do aluguel de R$ 600 para uma prestação dez vezes menor

Há oito anos, Maria Edna de Oliveira, 43, tomou uma decisão corajosa. Após ser agredida pelo ex-companheiro, fez as malas, saiu de casa com três filhos pequenos e conseguiu um emprego de serviços gerais em uma clínica médica. O problema era que os R$ 1 mil que recebia mal davam para pagar a alimentação da família e os R$ 600 de aluguel. Nesta terça-feira sua vida vai mudar de vez. Ela receberá umas das 2.800 moradias que a presidenta Dilma Rousseff entregará em Salvador (BA) pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Estou muito feliz. Moro de aluguel com meus três filhos e minha irmã, que está desempregada, e agora vou pagar, mas pela minha casa. Agora estou na minha casa”. Outras 2.493 residências serão entregues, simultaneamente, em Caucaia (CE), Santa Maria (RS), Pirassununga (SP) e São Carlos (SP).
Maria vai pagar R$ 60 de prestação na casa nova – dez vezes menos que gastava com o aluguel. Com o resto do dinheiro ela se permite um novo sonho, além de quitar suas dívidas. “Quem sabe não dá para sonhar com a prestação de um carro?”.
‘Estou ansiosa para pegar a chave’
Outra vida que o Minha Casa Minha Vida está mudando é a de Alexsandra Apolônio de Jesus, 35 anos. Desempregada, ela mora de favor na casa de uma amiga com seus três filhos. Para se manter, Alexsandra recebe R$ 120 do Bolsa Família e um salário mínimo do Benefício de Prestação Continuada (BPC), em razão do seu menino mais novo ter sido diagnosticado com autismo.
Estou muito ansiosa para ir lá e pegar a minha chave. Quero mudar o mais rápido possível”, disse a baiana, que pretende continuar buscando um emprego para dar uma vida melhor aos filhos. “A casa é deles. Tendo onde colocar eles, pra mim está bom”.
Segundo o diretor de Habitação da Caixa Econômica Federal, Teotônio Rezende, o MCMV é o maior programa habitacional da história do Brasil justamente por atender às famílias de mais baixa renda, responsáveis por 96% do déficit habitacional no Brasil.
Antes do Minha Casa Minha Vida, essas famílias não tinham acesso a moradia digna porque não têm capacidade de tomar um financiamento pelas vias convencionais de mercado. Então o programa fez com que uma carência por imóveis se transformasse em demanda, uma vez que viabilizou que essas famílias, graças a uma carga de subsídio que pode chegar até 95% do valor do imóvel, tivessem condições de adquirir uma habitação digna”.
Momento político
O momento político do país também entrou na conversa. Maria Edna lamenta o impeachment por conta das próximas gerações que sonham com a casa própria. “Acho um absurdo. Todos os outros roubam, mas fazem isso com ela, que não tem nada provado contra”.
Ela revelou temer que os avanços sociais conquistados nos últimos 13 anos sejam prejudicados caso Dilma seja afastada.
Quem não conseguiu uma casa até agora pode não conseguir depois. Casa é pra todo mundo, mas nem todo mundo tem. E ela já ajudou bastante, não só a mim como a muitas outras pessoas”.
Alexsandra também acredita que a presidenta está sendo injustiçada. “Ela fez muita coisa por nós. Sempre olhou pelos pobres. Se for tirar ela, tem que tirar todos”, disse. “Eu não apoio nada disso”.

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