sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Projeto de judô da Sejel muda a vida de crianças e jovens

Da Redação - Agência Belém de Notícias - 12/08/2016 09:15

  • / ESPORTE / 12/08/2016 09:15

    Crianças e jovens trocaram de faixa no polo da Sejel na escola de samba "Rancho Não Posso Me Amofiná", sob muita emoção.


Cerca de 30 alunos, entre crianças e jovens, atendidos pelo projeto “Judô, polo Rancho”, participaram da cerimônia de troca de faixa nesta quinta-feira, 11. O projeto é uma realização da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel), em parceria com a escola de samba “Rancho Não Posso Me Amofiná”.
O projeto existe há nove anos no Jurunas, levando às crianças do bairro atividades de inclusão social por meio do esporte. No entanto, com o passar dos anos a iniciativa foi ganhando forças e tornou-se uma iniciativa de formação de atletas profissionais, como afirma o coordenador do projeto, professor Gilberto Cruz. “Nossa ideia inicialmente era só tirar as crianças da rua e dar uma ocupação a elas. Não se imaginava que fosse alcançar o patamar de nível internacional, com atletas campeões sul-americanos, pan-americanos”, explicou o coordenador.
A mudança de faixa incluiu as cores cinza, azul, amarelo, laranja, verde e marrom. E, entre as dezenas de histórias de vida reunidas na quadra da escola de samba, estava a de Eduardo Castro, de 10 anos. Acompanhado de sua mãe, o garoto mostrou habilidades adquiridas no tempo de curso, que o levou à troca da primeira faixa.
Há menos de um mês Eduardo perdeu o pai em um crime brutal, e mesmo diante da dor que a família sente, não deixou o espírito esportivo de lado. “Esse era o momento mais aguardado pelo pai dele, que foi o grande incentivador. Desde o dia que o Eduardo veio fazer o teste para entrar no projeto, o pai estava ao lado imitando todos os gestos e dando forças. Agora sou mãe e pai e vou dar forças para que meu filho dê continuidade ao esporte, porque aqui sei que vou contar com o apoio de todos, pois foi aqui que ele achou forças e eu tenho certeza que esse é o melhor lugar”, afirmou a mãe do aluno, Janice Castro, de 35 anos.
Mais de 6 mil crianças já foram atendidas ao longo dos nove anos de projeto, que contabiliza 950 medalhas nas competições extra o projeto. “Esse é o reflexo do esporte na vida desses meninos, e eu penso onde eles estariam se o poder público não tivesse oferecido este projeto a eles. Então eu acredito que o esporte é capaz de gerenciar e dar oportunidade para essa mudança”, disse o professor Gilberto.
Quem também participou da cerimônia foram os irmãos Rafael, de 13 anos, e Rafaella Botelho, de 14 anos, que já colecionam medalhas ao longo de três anos praticando o esporte. “É uma emoção praticar esse esporte que todo mundo sabe que é muito difícil, que requer dedicação, mas eu já escolhi isso para minha vida e quero um dia poder representar meu país e trazer a medalha”, disse Rafael.
Já a irmã, Rafaella, colecionadora de medalhas de competições dos Jogos Escolares da Juventude, destaca que o sonho é participar de uma olimpíada. “A gente acompanha todas as competições, e especialmente essa que está sendo realizada no Brasil mexe com a gente que um dia sonha em chegar lá. O judô transformou a minha vida, que antes era indisciplinada na escola, vivia pelas ruas brincando, e há três anos minha história mudou completamente”, disse.
Texto: Karla Pereira
Foto: Adriano Magalhães
Coordenadoria de Comunicação Social (COMUS)

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