Paes: ‘Sambista deveria ter aposentadoria da prefeitura’
Ao inaugurar ‘calçada da fama’, prefeito lembra Brizola, criador da Sapucaí, e enaltece o samba
AMANDA RAITER
Rio - Patrimônio cultural da cidade, o samba agora tem ‘calçada da fama’ na Marquês de Sapucaí. Aos moldes da famosa homônima de Hollywood, a Calçada Nota 10 reúne 31 estrelas para cada campeonato das escolas do Grupo A, durante os 30 anos de existência da Avenida (em 1984, ano de inauguração da Passarela, houve duas campeãs, Mangueira e Portela). A nova atração ficará em um corredor do setor 10 e será aberta ao público.
Tia Surita, da Portela, a escola de Paes, foi uma das homenageadas
Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
Na solenidade, o prefeito Eduard Paes lembrou Leonel Brizola, que inaugurou a Sapucaí há três décadas, com o objetivo de “criar uma identidade do brasileiro”. Segundo o prefeito, o ex-governador teve todo o êxito. “Brizola tinha uma sensibilidade para as coisas populares e estava certo em apostar no samba. Para mim, não é diferente. Sambista deveria até receber aposentadoria da prefeitura quando ficar mais velho. Esta cidade deve muito ao samba, é a marca do povo”, enfatizou o portelense Paes, diante de representantes das 12 agremiações do Grupo Especial.
Viradouro e Estácio de Sá não estiveram presentes, por um problema de comunicação da prefeitura no convite, mas também seriam homenageadas. A ideia é que a campeã de 2014 já brilhe no calçadão logo após o Carnaval. No quesito empolgação, os mestres-salas e porta-bandeiras pareciam orgulhosos em desfilar sobre o piso de estrelas. Para Selminha Sorriso, da Beija-Flor de Nilópolis, que desfilará pelo 26º ano na Sapucaí, a homenagem é um reconhecimento ao mundo da samba, que terá efeitos no desfile.
“Sambista lutou tanto para ter seu espaço ao longo dos anos, já foi discriminado. Ter algo assim é maravilhoso. Eu tenho orgulho de ser a escola que mais ocupa a calçada da fama. Estamos trabalhando para trazer mais uma”, avisou a estrela, que, dentre os prêmios no Carnaval passado, conquistou o Tamborim de Ouro, do DIA , e a Medalha Tiradentes, da Alerj.
Outra veterana da passarela, a porta-bandeira Giovanna Justo, disse que ficou emocionada ao desfilar pela calçada, onde estão várias de suas conquistas pela Mangueira e duas pela Unidos da Tijuca. Embora se sinta parte de muitas das peças homenageadoras, Giovana, que estreia na Vila Isabel, campeã do ano passado, contou que confia na ‘estrela’ da nova escola. “É o máximo termos um reconhecimento de astro de cinema. Queremos brilhar mais aqui”.
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