Eles trocam o dia pela noite...
Integrantes das escolas viram a madrugada na preparação para fazer bonito nos desfiles
Rio - Na cidade onde a temperatura no verão bate facilmente os 40 graus e a sensação térmica chega aos 50, as madrugadas enluaradas, mais frescas e silenciosas, fazem do Sambódromo o lugar mais badalado por integrantes das comissões de frente e casais de mestre-sala e porta-bandeiras das escolas de samba, os únicos autorizados a ensaiar na Avenida durante a semana.
No palco principal dos desfiles, eles testam na calada da noite, longe dos olhos do público, os segredos e truques para o maior espetáculo popular do mundo a céu aberto. Para muitos dos componentes, o horário requer sacrifícios na busca do melhor desempenho para faturar o título de 2014. E não importa o grupo. Em seu primeiro ano na comissão de frente da Unidos de Padre Miguel — sétima escola do Grupo de Acesso A, que desfila na madrugada de domingo —, o professor de Biologia, Física e Química, Jonas Pacheco, de 33 anos, enfrenta uma verdadeira maratona para participar dos ensaios.
“É muito difícil, mas sempre dá para dar um jeitinho. Amo dançar, ser porta-bandeira. Tenho muito sono durante o dia. Mas essa não é hora de parar. Tento tirar parte das horas do dia que sobram descansando”, entrega. Já Phelipe se dedica exclusivamente à escola. Dorme oito horas por dia e tem uma alimentação balanceada, para defender o enredo que homenageia o ex-jogador Zico.
No palco principal dos desfiles, eles testam na calada da noite, longe dos olhos do público, os segredos e truques para o maior espetáculo popular do mundo a céu aberto. Para muitos dos componentes, o horário requer sacrifícios na busca do melhor desempenho para faturar o título de 2014. E não importa o grupo. Em seu primeiro ano na comissão de frente da Unidos de Padre Miguel — sétima escola do Grupo de Acesso A, que desfila na madrugada de domingo —, o professor de Biologia, Física e Química, Jonas Pacheco, de 33 anos, enfrenta uma verdadeira maratona para participar dos ensaios.
De pé desde as 6h, ele encara diariamente uma jornada de aula até as 22h, em três colégios de Campo Grande, na Zona Oeste, onde trabalha e mora. Às 23h, já está na Marquês de Sapucaí para ensaiar de meia-noite até 3h com os integrantes da ala. De manhã, reinicia a saga.
“Dá bastante sono durante o dia. Mas penso no resultado do trabalho, em tudo que esse esforço pode dar na Avenida. Se mantivermos o que estamos fazendo nos ensaios de madrugada, vamos subir para o Grupo Especial. É o melhor horário: mais fresco, menos barulho. A escola tem nos dado um ótimo suporte”, acredita o 'professor de resistência'. Na noite de terça passada, dia da prova da fantasia da comissão de frente, Jonas foi dormir às 4h45 e às 6h já estava de pé para o trabalho.
Prevenido, o mestre usa fitas terapêuticas nas pernas para evitar dores e lesões. Os ensaios na Sapucaí poderão ser realizados até amanhã. No dia seguinte, a pista será pintada novamente. Na sexta-feira, acontece o primeiro dia de desfiles do Grupo de Acesso A.
Como em treino de Fórmula 1, coreógrafo da União da Ilha aposta na pista vazia
Estreante em comissões de frente, o alpinista industrial Carlos Clay, de 40 anos, conhecido como Jacaré dos Patins, ganha a vida se apresentando em praças públicas das zonas Sul e Norte, entre as 15 e 21h. Após uma parada em casa, no Engenho Novo, ele enfrenta três horas de treino com os colegas da União da Ilha do Governador. Tudo para não decepcionar o coreógrafo Jaime Aroxa, que o convidou para representar os super-heróis no enredo ‘É brinquedo, é brincadeira; a Ilha vai levantar poeira’.
“Ensaiar nesse horário é mais tranquilo, mais fresco e proporciona mais concentração. Mesmo com toda essa intensidade, me recupero rápido”, disse, animado, Jacaré, rodopiando com a cabeça ao solo durante o aquecimento para o ensaio. Para Jaime Aroxa, ensaiar no local do espetáculo é fundamental para o resultado no dia do desfile. Ele faz uma analogia ao treino de Fórmula 1, onde os pilotos treinam com a pista vazia.
Para o coreógrafo, a madrugada é ideal para ensaiar. “Sou igual a vampiro. Produzo melhor depois de meia-noite. Se fizermos um bom ensaio com o palco vazio, no dia tudo será muito melhor”, decreta ele, que já coreografou comissões da Porto da Pedra, Vila Isabel, Caprichosos de Pilares, Mangueira e Mocidade.
Casal muda horário para os ensaios
Ensaiando freneticamente desde janeiro, a porta-bandeira da Imperatriz Leopoldinense, Rafaela Theodoro, 21, concilia a rotina diária de treinos no Sambódromo com a Faculdade de Nutrição na UniSuam. Em acordo com o mestre-sala Phelipe Lemos e a coreógrafa Ana Formighieri, o horário foi adequado da noite para o início da madrugada, o mesmo previsto para a apresentação da Verde e Branca da Leopoldina (por volta de 1h20).“É muito difícil, mas sempre dá para dar um jeitinho. Amo dançar, ser porta-bandeira. Tenho muito sono durante o dia. Mas essa não é hora de parar. Tento tirar parte das horas do dia que sobram descansando”, entrega. Já Phelipe se dedica exclusivamente à escola. Dorme oito horas por dia e tem uma alimentação balanceada, para defender o enredo que homenageia o ex-jogador Zico.
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