domingo, 29 de maio de 2016

Filme debatido no Solar faz refletir sobre a intolerância

24/05/2016 17:29:00 - Jornalista: Alexandre Bordalo
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Foto do Solar dos Mellos com o cartaz da mostra de cinema
Foto: Bruno Campos
Nesta segunda-feira (30), às 18h30, o filme '500: Os Bebês Roubados Pela Ditadura Argentina'" será debatido
No Solar dos Mellos tem acontecido todas as segundas-feiras desse mês de maio a exibição de documentários, seguidos por debates realizados por universitários, alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e estudantes do Pró-Jovem Urbano. As manifestações de ideias e pensamentos tiveram como mediação o trabalho de historiadores, professores e psicólogos. "Foram tão intensas e frutíferas as discussões que na segunda-feira (30), às 18h30, iremos assistir e debater o filme '500: Os Bebês Roubados Pela Ditadura Argentina'", disse o vice-presidente de Acervo e Patrimônio Histórico, professor Ricardo Meirelles. O Solar dos Mellos está ligado à Fundação Macaé de Cultura e fica na Rua Conde de Araruama 248, Centro.
Os filmes estão vinculados à 10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo, ligada à Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e Direitos Humanos, em parceria com o Ministério da Cultura. Nas segundas-feiras (9,16 e 23), documentários brasileiros que tratam a temática de direitos humanos foram exibidos e debatidos, no Auditório Washington Luis. Eles buscaram conscientizar sobre realidades vivenciadas por pessoas que vivem à margem da sociedade, difundindo o conhecimento sobre sua cultura e valorizando o respeito a eles como cidadãos.



A necessidade da tolerância no mundo atual

Na segunda-feira (23), foi mostrado o filme 'Do Meu Lado', de Tarcisio Lara Puiati (14 min). Nele, mostra-se a intolerância religiosa onde duas vizinhas – uma umbandista e a outra evangélica – não se comunicavam. Até que no final, ambas passam a ter uma relação comunicativa e de afeto. A coordenadora pedagógica de campo da EJA da Escola Municipal Jofre Frossard, Centro, Silvia Martins Vitório, afirma que no filme houve reflexão sobre a relação humana, levando o grupo de 25 alunos a pensar não somente nas questões religiosas, mas também no cotidiano.

Para a copeira Rita de Cassia Lemos, de 53 anos, a comunicação entre pessoas com pensamentos diferentes proporciona um melhor convívio e mais entendimento. Já o barbeiro Ronaldo de Souza, de 51 anos, comentou que a mulher protestante poderia ter ajudado a umbandista, quando esta caiu do banco no momento que fazia trabalho religioso. "É necessário que haja mais amizade, independente das ideologias religiosas, para evitar o pior", enfatiza.

Maurício da Silva Oliveira, de 27 anos, aluno do Pró-Jovem Urbano (Escola Municipal Professor Samuel Brust – Fronteira), conta que o que mais o tocou no documentário foi o fato de que é importante todos os diferentes atores sociais se ajudarem mutuamente. "O vento que sopra para um lado também pode soprar para o outro lado. Ou seja, no final das contas todo mundo precisa de todo mundo", adverte.



Troca de cidadania e reflexões fomentam projeto

De acordo com a gerente de projetos do Solar dos Mellos, Cláudia Barreto, o balanço da 10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo foi válido e positivo, havendo debates saudáveis e presença das escolas (nos três dias houve cerca de 150 participantes). "Também ocorreram reflexões sobre direitos humanos e troca de cidadania. Muitos que participaram dos eventos se identificaram com as histórias e deram depoimentos", acentua.

- Discutimos comunicação e a participação dos estudantes na Universidade Federal de Sergipe, que faziam grafite para protestar contra a má qualidade de ensino que sofriam, no filme 'O Muro é o Meio', de Eudaldo Monção Jr; a participação de uma cidadã preocupada em ajudar famílias de presidiários no Recife (PE), refletida no documentário 'Por que Temos Esperança', de Suzanna Lira e outros – completa Ricardo Meirelles.

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