Rosinha diz que UPPs 'exportam bandidos'
Publicado em 28/07/2014
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Da Redação, com Assessoria
Em entrevista publicada ontem em O Dia, a prefeita de Campos, Rosinha Garotinho faz reflexão sobre o complexo cenário político no Estado do Rio de Janeiro, advoga em favor dos projetos sociais pelo marido Anthony Garotinho implantados, quando governador, e reclama do preconceito do qual ele é vítima.
Com olhar de quem também governou o Estado, Rosinha fala da segurança pública, e não hesita em apontar falhas na política do setor implantada pelo ex-governador, Sérgio Cabral. Na mesma matéria, repercutida pela assessoria do candidato Garotinho, Rosinha se mostra ainda tranquila quanto a uma eventual relação política entre Garotinho e o Governo Federal.
A prefeita está na coordenação da campanha do marido e é taxativa ao afirmar que Garotinho não acabará com as UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora), mas sim aperfeiçoá-las, levando para as comunidades ocupadas os programas sociais que o atual governo acabou.
A assessoria destaca que, "por conta do conhecimento que acumulou como governadora do estado - de 2003 a 2006 - e como prefeita - duas vezes -, ela discorre com segurança sobre o que falta hoje no estado, reclama do abandono das escolas estaduais, defende os projetos sociais implantados por Garotinho quando exercia o cargo de governador - de 1999 a 2002".
Rosinha lembra que a UPP já existia no governo do Garotinho, só que com outro nome, que era o GPAE (Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais). "Mas era diferente, era para prender bandido, não era para ficar ali só marcando posição", pondera Rosinha, ressalvando que o projeto das UPPs precisa ser aperfeiçoado. "Acabar não. Tem que remodelar. Tem que prender. A polícia está ali dentro. A UPP não prende nada. Tá mandando tudo para o Interior", afirma, advertindo que os criminosos, para fugir do cerco policial na Região Metropolitana do Rio, estão se refugiando em municípios do Interior, levando o medo e a apreensão para a população dessas cidades.
O DIA: Por que as pesquisas mostram tanta rejeição ao Garotinho?
Algumas pessoas consideram projetos sociais demagógicos e populistas. Agora só é demagogo e populista para o Garotinho. Quando ele foi prefeito em Campos, ele criou o primeiro clube da terceira idade do Brasil. Isso quando ninguém falava em terceira idade. Depois copiaram como centro de convivência e hoje tem em todos os lugares. No governo do estado, ele criou o Paif (Programa de Atendimento Integral à Família) e o governo federal copiou com o mesmo nome. Depois, ele fez o cheque cidadão e o governo federal copiou como bolsa família. Ele criou os restaurantes populares e o governo copiou como Fome Zero. Para o Garotinho é demagogo, para o governo federal é grande alcance social. Para as empresas é responsabilidade social. Ou é demagogia para todo mundo ou é responsabilidade social para todo mundo. Mas se criou um carimbo nele porque alguém sempre tem que ser um cristo para pagar o pato.
A relação tensa com a imprensa prejudica?
Parte da imprensa coloca as pessoas do jeito que quer porque não dá direito de resposta. Nós ganhamos muitos recursos de um outro jornal e outra TV porque eles preferem pagar indenização do que colocar as respostas. O que o Garotinho reclama da imprensa não é falar que o problema existe. É inventar as histórias e não deixar ele responder. Tanto é que nós temos dinheiro guardado hoje da época que ele vem ganhando indenização. Parte da imprensa forma opinião daquelas pessoas que fazem a leitura daquele jornal.
Os problemas na segurança podem ter relação com esse desgaste?
Segurança sempre tem que criar coisas para continuar a combater. Só que de lá para cá não foi criado nada. A UPP já existia no governo do Garotinho só que com outro nome que era o GPAI. Mas era diferente, era para prender bandido não era para ficar ali só marcando posição.
A senhora acha que a UPP tem que acabar?
Acabar não. Tem que remodelar. Tem que prender. A polícia tá ali dentro. A UPP não prende nada. Tá mandando tudo para o interior.
Os municípios do interior passam por dificuldades?
Campos não tem nada. As estradas do estado estão arrasadas.
Faltou verba do estado para os municípios?
Faltou. O Pezão está dando agora verba para os prefeitos. Às vésperas da eleição, prometendo obra, parceria, tudo agora. A gente tinha o Programa de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios (Padem), na época do Garotinho, e eu dei continuidade. A gente fazia convênio para os municípios crescerem, se fortalecerem, criarem infraestrutura. As estradas, o grosso das estradas, que tem no interior, fomos nós que fizemos.
Qual é o principal problema dos municípios?
Estradas, escolas. Hoje nas escolas estaduais tem menos 176 mil alunos do que eu deixei porque se fechou muita escola. Não tem investimento.
FONTE- ODIÁRIO -28-7-2014
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