overno cria Comitê de Coordenação e Controle de Fronteiras para combater tráfico de drogas e armas
O governo anunciou no início da noite desta quarta-feira a criação de um Comitê Executivo de Coordenação e Controle de Fronteiras, que reunirá os ministérios da Defesa, Justiça e Cidadania, e Relações Exteriores, com apoio da Polícia Federal, Receita Federal, Abin e Forças Armadas. A coletiva de imprensa aconteceu após reunião no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer. A idéia é unificar o comando das operações já previstas, otimizando recursos e fazendo da inteligência um trunfo para surpreender criminosos que atuam nos cerca de 17 mil quilômetros de fronteiras secas. As marítimas e fluviais também receberão atenção.
“São três tipos de problemas que temos: contrabando de armas, tráfico de drogas e de mercadorias. São 30 bilhões de reais (de contrabando) por ano, e perde-se pelo menos 20 milhões de reais em receita, sem mencionar que (as mercadorias) são feitas sem gerarem emprego no país”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, José Serra.
Para aumentar a vigilância e a efetividade das operações, o ministro Raull Jungmann, da Defesa, anunciou o aluguel de um satélite israelense que, do espaço, permite a aproximação da imagem como se as ações estejam sendo vista a apenas 5 metros do local.
“Estamos alugando de Israel um satélite de baixa altitude, uma ferramenta tecnológica fundamental que permite uma resolução de 4 ou 5 metros a partir do espaço. Vamos poder acompanhar todo e qualquer movimento em nossas fronteiras, que servirão de ferramentas para Defesa, Receita, Polícia Federal e Ibama. Isso significa um salto tecnológico”.
Jungmann disse que não haverá restrição orçamentária, já que o que se fez no encontro foi reunir várias operações já programadas em uma única. O ministro da Defesa disse também que não irá revelar as datas das operações, já que o comitê considera o efeito surpresa fundamental para inibir a criminalidade. Ele citou a Operação Ágata, das Forças Armadas, como exemplo de ações já previstas que terão coordenação centralizada pelo Comitê.
“Serão 15 mil homens, 27 aeronaves, oito navios e 80 lanchas, a um custo de 8 milhões de reais, na Operação Ágata, que fará parte destas ações”, disse.
Para viabilizar o sucesso da iniciativa, o ministro José Serra aproveitou sua recente viagem à Argentina e combinou com o presidente Mauricio Macri um encontro reunindo as nações que fazem fronteira com os países, principalmente as da região Sul do Continente.
“A acão diplomática é essencial. Temos 17 mil km de fronteiras, e boa parte serve como trânsito para ações delituosas. Temos que somar forças com a Argentina. Este assunto será puxado por Brasil e Argentina”, concluiu Serra.
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