Casagrande diz que ES teve sua pior chuva
Em entrevista exclusiva à BandNews FM, governador orienta cidades a decretarem estado de emergência; quase 21 mil pessoas foram afetadas
Casagrande exalta ajuda dada pela população capixaba às vítimasThiago Guimarães/Secom/Arquivo
Da BandNews FM noticias@band.com.br
- Governador conversou com Débora Alfano
- Capixabas deixam suas casas devido às chuvas
- Cinco morreram em deslizamentos no ES
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O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), decretou estado de emergência em decorrência das chuvas que atingem o estado há uma semana. “Decretei porque, em 50 municípios, a situação é de muita chuva”, disse em entrevista exclusiva à BandNews FM. “Acho que não tivemos, na história recente, uma concentração de chuva em uma quantidade tão grande quanto nesses dias de dezembro. Uma semana de chuva direto e pode permanecer por mais alguns dias”.
As intempéries no Espírito Santo causaram a morte de cinco pessoas em deslizamentos de terra, de acordo com a Defesa Civil do estado. Os falecimentos foram registrados em Itaguaçu, Parajú, Colatina, Nova Venécia e Baixo Guandu. Estima-se que 24.827 pessoas deixaram suas casas, com 4.485 desabrigadas e 20.342 desalojadas. “Por enquanto, o trabalho nosso é dar assistência a essas famílias, dar atenção humanitária a essas famílias, com cesta básica, colchão, com kit limpeza, remédio”, afirma Casagrande, que exalta o auxílio prestado pelos capixabas. “Temos tido um apoio muito grande da população. As pessoas que não foram atingidas estão em uma rede de solidariedade muito forte, juntando mantimentos, cestas básicas, roupas”.
De acordo com o governador, é importante decretar estado de emergência porque a situação permite uma maior agilidade na aquisição de produtos. “Nós estamos orientando os municípios a [também] decretar situação de emergência. Nós passamos a coordenar todo o trabalho do governo do estado com esse decreto, permitindo uma agilidade maior dos donativos e do apoio às famílias”.
Outra dificuldade enfrentada no Espírito Santo é o acesso a áreas atingidas. “Nós temos a BR-101 interrompida, temos diversas rodovias estaduais rompidas ou alagadas. O tempo está muito fechado e o helicóptero não consegue ir a todos os locais”, relata Casagrande. “O governo federal já tem um helicóptero aqui. Ele está enviando um outro helicóptero, mas pedimos cinco patrulhas do Exército, carros altos, tracionados, 4x4, que possam começar a atender as pessoas que têm que fazer hemodiálise, que tenham um mau súbito, a necessidade de um médico, de um atendimento de saúde urgente, para atender um local em que o helicóptero não consegue ir”.
Este momento, segundo o governador, é o de estruturar a logística para atender a população prejudicada pelas chuvas. “Por incrível que pareça, a gente não sabe quantas comunidades estão isoladas pela quantidade de problemas que a gente tem nessas 50 cidades. Mas estamos atendendo a demanda”.
Em função da situação vivida pelo estado, Casagrande ainda não pensa na reconstrução das áreas afetadas. “Só depois que estiar o volume [de chuva] que a gente vai ver o trabalho para reconstruir pontes, estradas. Vamos cumprir agora a tarefa de proteger as pessoas”.
“A questão toda é que, com o volume de chuva que está caindo no Espírito Santo, não tem nenhuma obra de prevenção que consiga impedir problemas. [E isso] pela forma como as nossas cidades todas ocuparam as áreas dos rios. Não tem nenhuma obra de prevenção que impeça problemas e prejuízos às pessoas no volume [de chuva] está caindo agora”, pensa o governador.
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